sábado, 20 de fevereiro de 2016

#carnalhau2016 - Último dia de viagem

No nosso último dia inteiro em Lisboa, aproveitamos para andar por Alfama.
Alfama, por ter suas bases em uma grande única rocha, não foi devastado pelo terremoto-tsunami-incêndio de 1755. Suas ruelas, becos, escadarias de ladrilhos escorregadios são exatamente como eram desde sempre. Esta é a Lisboa genuína. Não tem como não entender Salvador ou Santa Teresa depois de conhecer Alfama. Não tem como não perceber nossas raízes. É impressionante.
Apesar de não ter visitado nada específico lá, adorei andar a esmo, subindo quando via algum prédio interessante para cima, descendo quando estava com preguiça... O bairro é uma delícia. Muitos cafezinhos bonitinhos, alguns artesãos, muitas casas de azulejos!


Às terças e sábados, a Feira da Ladra acontece nas suas ruas. Eu não fui, mas deve ser interessante, uma espécie de San Telmo.
 
Chegamos à Baixa pela Conserveira de Lisboa, uma loja pequenininha, cheia de latinhas de conservas portuguesas... sardinhas, mexilhões, polvo, bacalhau... todas entre 2-4, vintagemente embaladas. Lindas. Comprei várias, mas ainda não comi nenhuma. Hahahaha!!
Quando comer, escrevo aqui o que achei.

Em seguida, dividimos um pastel de bacalhau recheado de Serra da Estrela (um queijo português cremoso) (3,50) da Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau. Brasileiro é tão lugar-comum que a moça do caixa até chama o pastel de “bolinho”. Hahahaha!
Bem sequinho, muito bacalhau, bastante queijo (pensei que fosse ficar enjoativo, mas não fica). Não que vá mudar a sua vida, mas é gostoso.


Irmãozinhos lado a lado
Também comemos um Dona Amélia (1,20), um bolinho úmido de especiarias originário dos Açores, no Rainha Dona Amélia Confeitaria. Esta foi, sem dúvidas, a grande contribuição da viagem para meu enriquecimento paladarístico! Nunca tinha comido e adorei! Não é exageradamente doce, é riquíssimo em sabor, úmido... tão gostoso!
O HK comeu uma queijada de requeijão. Era gostoso, bem marcado com laranja, consistência de pudim. Mas não era páreo para o outro doce.

Isso tudo levou cerca de 2h30. 
Eram umas 12h30 quando paramos no Pinóquio, no Rossio. Não amei nada do que pedimos... não tinha qualquer panache... sem contraste, sem atitude. Assustou-me o tamanho da porção que, para 1 pessoa, alimentou a mim, ao HK e teria alimentado-nos mais uma segunda vez certamente.

Em seguida, para facilitar a digestão, bebemos uma ginjinha no local originário deste licor de uma espécie de cereja, A Ginjinha (claro!), e descemos novamente por Chiado e Bairro Alto, para dar uma última volta pelo centrinho principal lisboeta.

O jantar deste dia foi dica do TripAdvisor - compramos frango assado "para fora" no Frangasqueira Nacional e levamos para comer no quarto do hotel (a vendinha é pequeninha e não tem mesa para sentar). 
Parece uma escolha bizarra, mas foi certeira. E acertada. O frango estava muito bom!!! Os chips de batata fritos na hora e temperados com orégano estavam deliciosos! E o preço... maravilhoso: €8,70 tudo!!!!!!!!


Aliás, Lisboa certamente é uma cidade barata para comer. Não dá para sair convertendo tudo com o BRL tão ridiculamente desvalorizado como está, mas uma refeição sai fácil uns €12-15 por pessoa. Ajuda o fato dos pratos serem bem grandes e poderem ser divididos. 

Alguns últimos comentários sobre a viagem:
- achei bem curiosa algumas diferenças de língua portuguesa vs. "brasileira"! Especialmente vendo filmes e séries legendados em português de Portugal, descobri algumas palavras engraçadas, como "porreiro" e "fixe" para legal/ bacana! Hahahaha!
- Fernando Pessoa - eu não sabia, mas um dos maiores escritores da Língua Portuguesa foi super loser durante a vida e foi descoberto somente postumamente. O fato engraçado é que "todo" café/ bar de Lisboa diz ter sido frequentado por Pessoa. Ele devia ser bastante boemio...
- todos os banheiros em que entrei em Lisboa estavam bem limpinhos!!! Até o da Tasca do Chico (que eu esperava uma coisinha mais nojentinha, por ser um bar)! Achei isso ótimo! 
- há um Lisboa Card bem interessante para quem vai visitar a cidade. Por €39, durante 3 dias, você tem passe livre em todo transporte público lisboeta + comboio para Sintra e Cascais + desconto ou entrada gratuita em vários dos principais pontos turísticos da cidade. Eu não comprei porque 1) eu já ia ter entrada gratuita na Torre de Belém e no Mosteiro dos Jerónimos (porque era primeiro domingo do mês); 2) os 3 dias são consecutivos, e eu queria ir a Sintra no meio da viagem. Por estas duas razões, acabei comprando somente o bilhete diário de €6, recarregando diariamente meu cartãozinho Viva viagem (€0,50, em qualquer maquininha do metrô). O bilhete diário dura 24h (parece óbvio falar isso, mas o de algumas cidades acaba à meia-noite, não importa quando começou a contar) e compensa a partir da 5a viagem. Se você for pegar o metrô/tram/ônibus menos do que isso, melhor pagar individualmente (€1,40).
- não é hábito os 10% de gorjeta em restaurantes. Se arredondar para cima, já está ótimo.
- a parte ruim é que eles servem couvert (e cobram, obviamente) sem você pedir/ aceitar. Quando menos percebeu (e colocou um azeitoninha na boca), já era: a conta virá €1,50-2 mais alta por pessoa.
- levamos €60 por pessoa por dia para passeios, transporte e refeições. Praticamente não compramos nada. Acho que foi pouco. Com mais €10 por pessoa, acho que teria ficado um pouco mais folgada na viagem.

Fotos: @autoindulgente

Nenhum comentário:

Postar um comentário