quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Teatro Municipal


Outro dia, fiquei sabendo que a chef do Bistrô da Sara estava comandando o restaurante do Teatro Municipal e que era possível almoçar/ tomar café da manhã lá. Eu, que tinha adorado o Bistrô no Bonras e que adoro o Centro Velho de São Paulo, anotei na listinha e fiquei esperando o dia de usar a dica.
Finalmente, fui sábado, após uma derrotada ida ao CCBB (achamos que o Mondo Tarantino era uma exposição – e não uma mostra de filmes...!).

O restaurante não é muito amplo, fica num salão do lado do hall principal (entrada separada, pela lateral do prédio). É bem bonito, com pé direito alto e boa ventilação. O serviço foi eficiente e educado.
O esquema é o mesmo do do Bom Retiro – buffet de salada e pratos quentes @ R$ 40 ou alguns pratos à la carte, por volta de R$ 30 ~ R$ 45, mas achei o buffet do endereço original maior e com mais opções.
Dessa vez, fui de risoto de arroz negro com linguado em crosta e banana grelhada (R$ 35), enquanto HK foi de noix grelhado (parece escalope de carne bovina) com arroz, farofa e chips de batata doce (R$ 30). Diferentemente da minha primeira visita, não saí nada satisfeita. Não havia nenhum traço de sal no meu risoto, que havia passado do ponto, assim como o noix do HK, que estava até meio duro. Os dois pratos não ofereciam nada que sobressaísse... completamente insossos.
Passei longe da sobremesa, de tão decepcionada que estava.


Com duas cervejinhas, a conta ficou em R$ 46 por pessoa. Com um pouco mais de tempero e de esmero (sem acrescentar absolutamente nenhum custo adicional), os R$ 46 teriam ficado “mais baratos” como um passe de mágica.

Voltarei? Não. Há opções melhores não longe de lá. Se estiver no Teatro Municipal, entre para tomar um chá. Vai curtir o ambiente, sem sair “mal comido”.
Para ir: quando estiver no Centro.
Tipo: buffet/ pratos com toque brasileiro.

Fotos: Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro – tel. 3397-0300

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tartar & Co


Sexta passada, fomos experimentar o Tartar & Co (não achei site oficial do restaurante), que abriu em Pinheiros. O restaurante tá pop que só... Erick Jacquin como sócio, posts e resenhas em tudo quanto é blog (e cada vez me convenço mais de que concordo quase sempre com o Luiz Américo Camargo)...

Chegamos às 20h30, 4 pessoas, sentamos sem espera.
Serviram o couvert sem nem nos perguntar (pensei até que fosse de graça, mas não era)¹, entregaram a carta de vinhos e drinques e nos deixaram conversar. A casa tem um clima pré-balada (música alta, mulherada de salto alto, muito barulho e pouca luz) e acho que a ideia é realmente beber um aperitivo e hang out antes de petiscar alguma coisa, porque só nos entregaram o cardápio muito tempo depois.
Fomos todos de tartar de carne bovina, o mais básico e tradicional de todos, com batatas fritas (R$ 38). As batatas fritas poderiam ser ainda mais gostosas (novamente, remetendo-me ao LAC), mas o tartar estava bem bom (não sou nenhuma grande conhecedora de tartar e sua concentração de condimentos, só sei dizer se achei bom ou não). É servido numa pedra de ardósia, o que dá um toque legal na apresentação.
De sobremesa, dividi um tartar de profiteroles com o HK (R$ 16), e o Evandro e a Luciana foram de bom-e-velho petit gateau (R$ 14,50). Ambas estavam boas, mas, por não estarem imperdíveis, fizeram-me pensar na injustiça do contexto – numa doceria, acharia um absurdo o preço de R$ 16, muito embora há boas chances do doce da doceria ser consideravelmente mais gostoso do que o tartar de profiteroles...
...
...

¹ Apesar da leve espetada em relação ao couvert, não me arrependi de “aceita-lo” – R$ 4,50 não é abusivo para pães com manteiga e água, considerando que o pão é realmente bom (e que é uma delícia para acompanhar o tartar)!

Sem bebidas alcóolicas, saiu R$ 60 por pessoa (deve ser um ticket baixo para o restaurante), o que não é exatamente barato, mas dificilmente você irá pagar menos do que isso em outro restaurante equivalente.

Voltarei? Talvez. Acho que até que vale a visita, mas não sou tão obcecada por tartar assim. Talvez pelo de atum.
Para ir: com poucos amigos (porque o lugar encheu poucos minutos depois) ou com reserva. Numa pré-balada.
Tipo: tartar!!!!

Fotos: Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: Av. Pedroso de Morais, 1.003, Pinheiros – tel. 3031-1020

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Novidade...


... só se for aqui neste blog.

Fui almoçar hoje no Le Pain Quotidien, que inaugurou com grande estardalhaço em SP, no ano passado.
Eu gosto muito desses lugares de café da manhã que também servem almoços levinhos, como o 7 Molinos, e acho que só retardei minha primeira visita porque me assustei com os preços do post da Ailin Aleixo.

Fui com 2 amigos do banco. A Z pediu uma tartine de frango ao curry com chutney de manga e harissa (???), e o Meza e eu fomos de salada toscana (com feijão branco, presunto cru, rúcula, lascas de parmesão e croutons ao molho pesto). Ambos aprovados - a salada estava super gostosa (a combinação é poderosa e não tem como dar muito errado, sejamos francos), e a Z também gostou muito da sua tartine.
As porções parecem unha-de-fome, mas satisfazem, sem comprometer aquele conference call das 14h.

Não lembro exatamente os preços, mas os pratos que pedimos eram todos próximos de R$ 30. A conta, com sucos naturais (peça o de manga com limão – bem bom!) e cafés, ficou R$ 43 por pessoa (não é exatamente barato, considerando que comemos salada e sanduíche aberto, mas estavam bem gostosos, e o ambiente é muito agradável).

Voltarei? Possivelmente. É um bom lugar para almoços leves. Para café da manhã, provavelmente não, porque fica relativamente longe de casa.
Para ir: Com poucas pessoas e sentar na mesa comunitária, que é bem agradável.
Tipo: boulangerie com comidinhas leves.

Foto: Fernanda I.

Serviço de utilidade pública: Rua Pais de Araújo, 178, Itaim Bibi + 3 endereços e outra loja próxima de inaugurar no Shopping Vila Olímpia – tel. 3078-0383.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Alfama dos Marinheiros


Outro dia, fui com outras 3 pessoas almoçar no Alfama dos Marinheiros, um endereço bem tradiça lá na Pamplona, onde os garçons vestem-se de marinheiros e o fado impera na trilha sonora.

Logo na entrada, um aviso em letras garrafais – NÃO, ELES NÃO SERVEM COCA-COLA – aquele bando de imperialistas note-americanos! ;o)

Entramos e sentamos em uma mesa ao fundo. O restaurante todo só para nós. 
Pedimos bolinhos de bacalhau (R$ 6 cada) ao invés de aceitar o couvert. Os bolinhos estavam BEM recheados de bacalhau, mas faltou sabor... ainda prefiro o da Ofner.

Depois, os pratos principais – Primeiro, o polvo à provençal  (R$ 90), feito com bastante alho, cozido e frito posteriormente, só com uma camadinha de farinha de trigo. Bastante saboroso e no ponto correto de cocção. Serve facilmente 2 pessoas.

Segundo, o Misto de Peixe à Moda do Comandante (R$ 200), que parece a Rede de Pescador do Coco Bambu – vários frutos do mar, bem graúdos, servidos grelhados (e meio duros, devo dizer), acompanhados de uma espécie de arroz de forno, a base de tomate, com vôngole, bastante úmido e SUPER gostoso. Segundo o cardápio, serve 2 pessoas, mas esse prato, sozinho, seria suficiente para satisfazer nós 4.

Para finalizar, pedimos cafés e sobremesas portuguesas com certeza. O pastel de Belém, entretanto, passa longe dos melhores que já comi na vida (experimente o do Espírito Santo e o do A Quinta do Marquês, bem mais gostosos) e definitivamente não vale as calorias.

A conta ficou absurdos R$ 106,50 por pessoa, sem bebidas alcóolicas. Achei absurdo porque, apesar de frutos do mar serem caros, não justifica. E o restaurante é simples, sabe...
Pelo menos, levei uma quentinha para casa! Hahahahaha!

Voltarei? Dificilmente... achei excessivamente caro. 
Para ir: Com muitas pessoas, para poder dividir os pratos, que são todos enormes (apesar dos garçons dizerem que não).
Tipo: frutos do mar à moda portuguesa.

Fotos: Fernanda I.

Serviço de utilidade pública: Rua Pamplona, 1.285, Jardim Paulista - tel. 3884-9203/ 9787

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Marrocos

No final do ano, o Evandro e a Luciana viajaram e um dos seus destinos foi Casablanca (aliás, quem já viu o filme? Você achou tão chato quanto eu? Difícil, porque achei chato demais!). Eu conheço praticamente patavinas de Casablanca, mas morro de vontade de conhecer o Marrocos no geral! Este deve ser um país interessantíssimo, com seu cheiro de especiarias e suas cores ocre. Acho que vai ser a próxima Turquia – Espanha e Marrocos, a galera vai fazer.
Na volta, trouxeram-nos de presente um potinho de ras el hanout , que significa “o melhor da casa” e é um apanhado dos melhores temperos que aquela loja vende. No caso, nada menos do que 35 – TRINTA E CINCO – especiarias para temperar seus pratos preparados na sua tagine (ou, no meu caso, na sua panela de ferro! Hahahaha!). Nem precisa imaginar minha cara de felicidade, né?!

Este fim de semana, empolguei-me com uma receita do livro Jamie Viaja:

Tagine de Carne (para 6 pessoas com apetite moderado)

. 600g de carne bovina boa para ensopados, em cubos grandes (usei coxão mole, por indicação do açougueiro. Funcionou);
. óleo de oliva;
. 1 cebola bem picada;
. 1 maço pequeno de coentro, separado em folhas e talos;
. 400g de grão de bico em conserva escorrido;
. 400g de tomate em conserva picado;
. 800ml de caldo de legume;
. 1 abóbora pequena (cerca de 800g), sem as sementes e cortada em cubinhos de 5cm (definitivamente cortei um pouco menor do que isso);
. 100g de ameixa seca, sem caroço, em pedaços;
. 2 colheres de sopa de amêndoas tostadas, em lâminas;
. sal e pimenta-do-reino moída na hora;
. 1 colher de sopa rasa de ras el hanout;
. 1 colher de sopa rasa de cominho (obviamente, usei bem menos do que isso... cerca de 1/4 de colher de sopa, porque cominho tem um sabor marcante demais);
. 1 colher de sopa rasa de canela em pó (também usei bem menos...);
. 1 colher de sopa rasa de gengibre ralado;
. 1 colher de sopa rasa de páprica doce.

Junte o sal, a pimenta-do-reino, o cominho, a canela, o gengibre e a páprica em uma tigela pequena (também acrescentei 1 colherzinha de óleo). Ponha a carne em uma tigela grande e esfregue-a com a mistura. Cubra com filme plástico e deixe na geladeira por duas horas, no mínimo (se possível, de um dia para outro).
Quando estiver pronto, ponha um borrifo de óleo de oliva em uma panela tagine ou caçarola e refogue a carne em fogo médio por 5 minutos. Junte a cebola picada e os talinhos de coentro e deixe por mais 5 minutos. Adicione o grão-de-bico e o tomate (deixei o grão de bico para depois, porque achei meu grão-de-bico macio demais e imaginei que ele se desmancharia), junte 400ml do caldo e mexa bem. Quando ferver, tampe a panela ou cubra com papel alumínio, baixe o fogo e deixe cozinhando por 1,5h.
Adicione a abóbora, a ameixa e o restante do caldo (e o grão-de-bico). Mexa delicadamente e tampe novamente a panela. Cozinhe por mais 1,5h. Vigie e, se achar que está muito seco, junte um pouco de água.
Passado o tempo de cozimento, tire a tampa e verifique a consistência. Se o caldo parecer muito ralo, deixe no fogo por mais 5 ou 10 minutos, sem a tampa. A essa altura, a carne deve estar bem macia e se desfazendo em flocos. Prove e verifique o sal. Distribua as folhas de coentro sobre o tagine junto com a amêndoa tostada. Leve diretamente à mesa, com uma grande travessa de cuscuz pouco temperado, e mãos à obra! 

Ficou bastante saboroso (literalmente, cheio de sabor) e muito perfumado. Super aprovado!!

Para quem não tem amigos chics que viajam ao Marrocos (enquanto o Marrocos não vira a nova Turquia), o Jamie Oliver ensina uma poçãozinha de ras el hanout: noz-moscada, canela, anis, cúrcuma, pimenta caiena, cravo-da-índia (em pó), cardamomo, pimenta vermelha etc.

Foto: Helio Kwon

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mimo


É engraçado como, de repente, você lê coisas sobre um restaurante/ lanchonete/ café novo em uma meia-dúzia de blogs, revistas etc. em que questão de menos de 1 semana. Obra do acaso?? Rá!
Ouvi falar do Mimo em uns 3 lugares diferentes e, com tantas críticas positivas, claro que fiquei com a expectativa lá em cima.

Fui sexta-feira passada, almoçar (executivamente) com mais 4 meninas do trabalho.
O salão é muito bonito, todo branco (inclusive chão), com bastante luz natural, mesas de laca e talheres caros (WMF).
Pedimos o couvert, que apenas reforçou minha convicção de que não vale a pena aceitar couvert¹. Os pãezinhos, gostosos e quentinhos, não deixavam de ser pãezinhos e, acompanhados de azeite aromatizado com alecrim, certamente não valeram os R$ 9 por pessoa cobrados.
Em seguida, a salada, em porção decente, estava um capricho só, com tomates e cenoura secos (imagino eu que lá mesmo) e flores comestíveis. Linda e gostosa.

Depois, ganhamos um mimo de coxinha, bem delicada, com um toque de limão siciliano. Minha bouche ficou amusée! Hahahahaha!
Bem depois, vieram os pratos (3 opções diárias) – eu fui de pescada branca grelhada, servida em molho de moqueca (tomate e pimentões), sob um creme gelatinoso frio feito com leite de coco. Até eu (que sou mulher e pequena) achei o prato minúsculo pequeno. E o creme gelado teria sido mais interessante se o peixe estivesse quente de verdade... Não estava ruim, mas tampouco estava bom.

Algumas das minhas acompanhantes foram de fraldinha grelhada com mix de legumes refogados. Ouvi reclamações sobre o ponto (passada demais) e sobre a (falta de) maciez da carne.
Por fim, pedimos o macarron de Romeu e Julieta e o sorvete de tapioca de sobremesa. O sorvete, feito numa máquina super diferentosa, tem uma consistência absurdamente cremosa (lembrou-me muito a creme catalana do Eñe – e isso basta para dizer que aprovei!). O macarron, por outro lado, comprovou outra teoria minha – a de que macarron tem que ser pequeno para ser bom.

Os R$ 36,80 do menu executivo (entrada, prato principal e sobremesa) viraram R$ 69 num passo de mágica... No jantar, seria ingenuidade imaginar uma conta menor que R$ 90~R$ 100 por pessoa.

O serviço precisa dos seus acertinhos. A dona está sempre lá e os garçons são muito simpáticos e atenciosos, mas os pratos demoram demasiadamente para chegar à mesa. Ainda mais na hora do almoço, isso é uma falta grave.

¹As exceções que eu conheço são Mello & Mellão (aceite o couvert e divida o prato com alguém), o Dalva e Dito (inesquecível), o Attimo (surpreendente) e A Peixaria (cortesia).

Voltarei? Acho que não. Por este preço, prefiro voltar ao Eñe.
Para ir: Em grupos pequenos ou com reserva. E sem pressa.
Tipo: Contemporâneo/ moderninho.

Fotos: Helio Kwon e Fernanda I.

Serviço de utilidade pública: Rua Caconde, 118, Jardim Paulista – tel. 3052-2517