terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

#carnalhau2016 - Sintra

Segunda-feira, por estar a maioria das atrações de Lisboa fechada, foi dia de ir a Sintra. Acho que todo o mundo teve a mesma ideia, porque a cidade estava abarrotada. :/

Sintra é o bate-e-volta preferido dos turistas que estão em Lisboa. Pudera: são apenas 40’ de viagem de trem, por apenas 2,15 cada perna!

Embarcamos na estação de trem Rossio (um prédio bem bonito), curiosamente no metrô Restauradores (há um metrô Rossio!), às 9h20, para a estação Queluz-Belas (20’, 1,85), de onde se anda cerca de 1km para chegar ao Palácio de Queluz, onde morou a Rainha D. Maria I, a Louca, e sua nora Carlota Joaquina logo antes de fugirem para o Brasil, em 1807. Também foi neste palácio que nasceu e morreu D. Pedro I, o que gritou “Independência ou Morte” às margens do Rio Ipiranga!
A entrada do palácio é bem acanhada e feinha. Ele é térreo e está bem decadente, com a pintura bem gasta... Dá até uma vergonha alheia dos folhetos que dizem que é a Versalhes portuguesa...

A visita, porém, é interessante – o acervo conta com porcelanas da própria família real, muitos móveis, além de um painel muito bem feito e interessante sobre D. Pedro, que é uma pessoa muito mais interessante do que pintam nossos professores de História na escola... Ele morreu com apenas 35 anos, depois de ter declarado a Independência do Brasil, de ter renunciado ao Absolutismo a favor da Monarquia Constitucionalista em Portugal, de ter lutado corpo a corpo, literalmente nas trincheiras, contra as tropas de seu irmão traíra, D. Miguel. Foi uma vida e tanto!
As costas do palácio e seu jardim são o contrário da entrada – muito bem cuidados e vistosos! Merecem uma caminhada caprichada! O jardim tem um canal ornado de azulejos portugueses muito bonito. Saí com uma impressão completamente diferente da que entrei.




O Palácio de Queluz, o Castelo dos Mouros, o Palácio da Pena e vários outros pontos turísticos de Sintra são administrados por uma única empresa (a Quinta da Regaleira é à parte). Se você comprar entradas conjugadas, acaba saindo um pouco mais em conta, mas acho que devem ser compradas de uma só vez.

Fizemos a segunda metade da viagem de trem e chegamos em Sintra perto do meio-dia. A cidade me encantou logo de cara, com seus casebres e palacetes vindos direto dos livros mais peculiares de fábulas infantis e sua topologia absurdamente acidentada. Recomendo muito uma visita a esta cidade, de encher os olhos.
Almoçamos num restaurante bem simplesinho e simpático ao lado da prefeitura. Os clientes trabalhavam todos lá perto, conheciam os pratos de cor e chamavam o dono pelo primeiro nome (qual? Qual mais?! Manuel, ora pois!).
Queijada da Sapa estava fechada (sem comentários...), então fomos ao Centro Histórico atrás dos famosos travesseiros de Sintra da Piriquita. Ir à Sintra e não comer o travesseiro da Piriquita é como ir a Paris e não comer um macarron...
Fomos atendidos prontamente, no balcão mesmo, por um simpático atendente (fui muito bem atendida durante toda a viagem, os portugueses são muito educados). O travesseiro é mais suave do que o da Casa Mathilde (o único outro “travesseiro” que já comi) e é muito gostoso! Vale a visita – e ainda fica no meio do caminho!

(no final da tarde, voltamos ao Piriquita, mas não tivemos a mesma sorte... o café tinha gente saindo pelo ladrão e uma fila que saía para a rua... Por isso, tente ir em horários alternativos!)

Pegamos o ônibus 434 para o Castelo dos Mouros, com o bilhete de 5 (que dá direito apenas a ida-e-volta – se for fazer paradas múltiplas, é melhor comprar o diário de 12). Pelo mapa, o Castelo parece próximo ao Centro, uma caminhada leve... mas não seja sovina dessa vez e pague os 5! São MUITOS zigue-zagues e subidas íngremes! Um terror!
O Castelo é como o de São Jorge: sem uma construção de castelo em si, somente as muralhas, muitas muralhas, bem íngremes e escorregadias. Também está lá desde a época dos mouros (homonimamente). O visual dos miradouros é estonteante (ou talvez seja o efeito do cansaço depois de subir tanto). Foi o lugar favorito do HK em Sintra.


Voltamos de ônibus para o Centro e fomos a pé para a Quinta da Regaleira (tranquilo). Eu mal sei como descrever esta ex-residência que já pertenceu até a um brasileiro (foi ele, aliás, que deu a cara que o lugar ainda tem hoje)! É tipo o samba do crioulo doido na casa da mãe Joana! Capelas manuelinas, túneis misteriosos, lagos místicos, Poço Iniciático... tudo com um ar meio esotérico, mágico, louco...! Queria ter visitado com mais calma, tem muita coisa para ver, e o terreno é bem grande... O lugar é tão curioso e bizarro que não sei se “gostar” é a palavra mais correta... acho que melhor seria “instigar” ou “fascinar”.
Poço Iniciático
Acabamos nossa visita por volta das 17h e tivemos que voltar correndo para Lisboa. Tivéssemos mais tempo, teria ido ao Cabo da Roca, o ponto mais a oeste da Europa, que fica a uns 20' de ônibus de Sintra. #ficaadica

Além do Cabo, Sintra tem muitos outros pontos turísticos interessantes, como o Convento dos Capuchos, o Palácio Monserrate (imperdível, de acordo com o guia Francisco) e o Palácio dos Seteais, que é atualmente um Hotel Tivoli e serve um respeitável (e caro: 25 por pessoa) café da tarde. Vai do interesse e gosto pessoal definir qual vale mais a pena...

Fotos: @autoindulgente

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