sábado, 25 de junho de 2016

Miyama

Depois de Kyoto e antes de Tokyo, eu decidi que queria três coisas:
- visitar uma cidade com kayabukis (aquelas casinhas de telhado de palha bem típicas do Japão antigo, como a da irmã da bruxa do filme A Viagem de Chihiro);

- visitar uma cidade com aquelas casinhas de madeira e portas de papel, como se saídas de um filme de samurais;
- e hospedar-me em um ryokan (hospedarias tradicionais japonesas, onde você dorme no tatame, dorme de yukata, toma café da manhã típico japonês e cia.).

Uma das vilas de kayabukis mais famosas e turísticas do Japão é Shirakawa-go. Meus tios foram e se encantaram! Entretanto, eu não teria tempo de ir até lá e, pesquisando alternativas mais próximas ao meu caminho (no fantástico japan-guide.com), encontrei Miyama - bem perto de Kyoto!!
Miyama é uma cidade bem pequenininha, formada por algumas vilas, sendo a mais famosa (e com mais kayabukis) Kayabuki-no-sato. A vila é superpequenininha e facilmente coberta em apenas uma manhã de caminhada tranquila, mas, quem tiver mais tempo, pode alugar uma bike para explorar a região (cercada de montanhas e arrozais) ou fazer uma trilha (há várias por lá). É a cidade mais bucólica, charmosa, adorável que já vi na vida!

A região de Miyama é mais fria que Kyoto, então, as cerejeiras ainda estavam em full blossom!
Ok, decidida a cidade, restava saber onde ficaríamos hospedados. Acho que foi uma das coisas mais complicadas da viagem, porque não há muita informação disponível em inglês na internet. Mas uma coisa era certeza: queria ficar hospedada em um kayabuki de verdade!
Fiquei muito interessada no Miyama Futon & Breakfast, que é um AirBnb de kayabuki, mas eles tem uma política de estadia mínima de 2 noites, o que eu não conseguiria. Então, pesquisando um pouco mais, cheguei ao Minshuku Hisaya, uma das duas únicas hospedarias que ficam na vila de Kayabuki-no-sato! Consegui reservar pela Travel Arrange, com uma moça chamada Naomi, que deve ser a pessoa mais paciente do planeta (eu que sei!)!
A sala principal do "nosso" kayabuki
A vista do meu quarto
Minshuku Hisaya - onde ficamos hospedados
A experiência não poderia ter sido mais única.
Primeiro porque a casa era um kayabuki de verdade, com mais de 150 anos de idade! Segundo, os donos, um casal de senhores muito simpáticos (a senhora, inclusive, falava inglês suficiente para nos comunicarmos bem), prepararam jantar e café da manhã bem típicos japoneses, além de nossas camas de futon em cima do tatame. Terceiro porque a casa não tinha lugar para banho! Sim!! Como os japoneses faziam antigamente, fomos tomar banho numa casa de banhos!!! Hahahaha! (risada nervosa)
Gente, foi uma das experiências mais surreais da minha vida... ficar lá "como vim ao mundo" na frente de um monte de outras mulheres e crianças e depois entrar num ofurô coletivo. Mentira! Quando chegamos lá, só tinha uma mulher com duas crianças - e já estavam se secando para ir embora, mas foi estranho só de pensar que qualquer pessoa poderia entrar lá durante meu banho!
Minha prima e eu entramos na primeira sala, que é onde as pessoas se trocam e colocam seus pertences em armários trancados. Daí, você passa para a sala de banho em si, onde há uma piscina grande com água a 40°C (ofurô) onde você só deve entrar depois de lavar-se completamente. Isso, você faz nos chuveirinhos enfileirados ao longo da parede - você pega um banquinho, senta na frente do chuveirinho e vai se lavando. Eles providenciam shampoo, sabonete e uma toalhinha para você cobrir suas partes íntimas nos momentos mais... críticos...! Hahahaha!
Apesar de tudo, como o lugar estava bem vazio quando chegamos, não foi uma experiência ruim de todo. E ainda fazia séculos que eu não tomava banho de ofurô... é tão relaxante!!!

*Há ryokans bem chiques que tem ofurôs privados por quarto - às vezes, ao ar livre. Claro que são ryokans caros, mas... deve valer a pena, numa viagem assim especial!!!
*Você deve estar meio confuso com esse monte de termos referindo-se sempre a hoteis japoneses! Basicamente, pelo que entendi, minshukus são hospedarias pequenas, até mesmo casas de locais que recebem hóspedes (no caso do Hisaya, a casa, que só tinha dois quartos, era inteira nossa. O casal Nakano mora na casa à frente do kayabuki), enquanto ryokans são pousadas "de verdade", com um pouco mais de estrutura (falarei da minha experiência num ryokan no próximo post).

Falando mais da comida -
No jantar, comemos uma espécie de sukiyaki com frango da granja do Sr. Nakano e verduras colhidas da própria horta da casa. Coisa mais orgânica, impossível!! E, no café da manhã, comemos... um milhão de coisas! A principal refeição do japonês é o café da manhã - e eles comem comida "de verdade"! Tinha legumes ao vapor, peixe frito, arroz, misoshiru... muita coisa! Tudo fresquíssimo, como no jantar.


*Miyama é conhecida pelos derivados de leite. Aparentemente, o leite de lá tem ótima qualidade. Nem sei como, porque não vi vaca nenhuma... mas #ficaadica. Outra curiosidade é que, pesquisando sobre a cidade, descobri que há uma pizzaria com uma pizza que, teoricamente, é comparável às melhores italianas!! Hahahaha! Japão sempre surpreendendo! :)

Recomendo fortemente Miyama e o Minshuku Hisaya!
O grande inconveniente é que não dá para chegar de trem... você tem que pegar um trem de Kyoto, pegar um ônibus, descer e pegar outro. Eu tive a sorte de ter dois primos que moram no Japão e resolveram passar o fim de semana comigo. Mas, quem não lê UM kanji que seja, como eu, pode ficar um tanto receoso de se embrenhar pelo interior do Japão! (o que eu acho besteira. Nada de ruim pode te acontecer nem ficando perdido!)

Fotos: @autoindulgente e @fernanda.i

terça-feira, 21 de junho de 2016

Kyoto, a cidade mais fotogênica do mundo!

Voamos para Kansai a partir de Seoul (Incheon), de Peach Airlines, uma low cost japonesa. Ela desce no Terminal ‘dos pobres’. Para quem descer no Terminal ‘principal’, algumas infos importantes:
1) meu tio disse que o câmbio de lá é o melhor do Japão (eles fizeram uma viagem longa, de 20d, passando por vários lugares);
2) no 1F, South Arrival Gate, ‘Internet and telephone corner’, tem uma NTT vending machine que vende chips pré-pagos de celular!!! É só dados (sem telefonia), mas ajuda MUITO ter rede no Japão na vida. 7d = ¥ 3,450/ 14d = ¥ 4,950 (não é barato, mas nada no Japão é barato...).

*para quem preferir o pocket wifi ao invés de chip (sai mais barato), uma boa dica é a empresa Japan Wireless. Eles entregam o egg wifi no endereço mais conveniente para você (postos dos Correios em aeroportos/ próprio hotel) e você devolve via correio, num saquinho pre-pago que vem junto com o aparelho. Conheço duas pessoas que usaram o serviço e funcionou super! 
Japão é que nem Excel: se está difícil, é porque você está usando errado!
O único inconveniente é que tem que se programar: precisa fazer o pedido uns 3d antes, não rola chegar no aeroporto e querer...

*outro bom lugar para trocar seus dólares é o Tokai (dá para ver as taxas do dia pelo site). Tem dois perto da estação de Kyoto, pergunte onde ficam para as mocinhas do balcão de informações da estação. Elas são educadíssimas, super prestativas e falam inglês muito bem (e sabem que as pessoas procuram o Tokai para fazer câmbio).

De Kansai para Kyoto, pegamos o airport limousine bus (¥2,550) ao invés de trem – isso por 4 razões: i) mais barato (trem = ¥ 2,850, em unreserved seat); ii) poderíamos ir com as nossas malas (se fôssemos de trem, teríamos que mandar as malas via ta-q-bin, que é o serviço que faz os traslados de malas e outros pacotes dentro do Japão – não é nada comum ver pessoas carregando malas enormes pelos trens); iii) não demoraria muito mais do que o trem (trem demora 75’, o ônibus demorou uns 15’ a mais, só), e iv) tem saídas mais frequentes do que o trem (que é de 1 em 1h). É muito confortável e limpo e não me arrependi da escolha.

*para saber horários e preços de trem no Japão, entre no Hyperdia - não dá para comprar antecipadamente pelo site, mas já ajuda bastante saber os valores, horários e plataformas (nas estações maiores). Veja os valores direitinho dos trechos que pretende fazer antes de comprar o JR Pass, porque ele nem sempre vale a pena. Em relação aos seats: li que os green seats são desnecessariamente arrumados; e os unreserved seats são para vagões específicos de unreserved seat. Aparentemente, sempre há lugares disponíveis para sentar, mas eu só viajei de reserved. Com o JR Pass, dá para reservar a poltrona, também.

*o JR Pass deve ser comprado FORA do Japão.

*em Kyoto, a melhor forma de se locomover é via ônibus, porque a malha do metrô/trem não é tão boa assim. Duas dicas preciosas:
1) há um passe diário de ônibus que custa ¥500 e só vale a pena se você usar o ônibus 3+ vezes no mesmo dia (a tarifa é ¥230). Como você dificilmente sabe quantas vezes usará o ônibus no começo do dia, acaba não valendo tanto a pena. Nós preferimos comprar logo o Icoca, o IC Card da região de Kansai. É o ‘bilhete único’ de Kyoto, com a vantagem que pode ser usado em lojas de conveniência, vending machines e em outras cidades grandes, como Tokyo!!!!
2) baixe o app Arukumachi Kyoto – ele te dá todas as formas (ônibus/metrô/trem) de ir de um lugar para outro, por tempo de percurso, preço etc. Bizarramente, quando baixei no meu celular, ele estava só em hiraganá/kanji (caracteres japoneses), mas, no celular do HK, estava em romaji ‘normal’. Esse app salvou nossa vida. SUPER recomendo.

Ficamos hospedados no Daiwa Roynet Hotel Kyoto-Hachijoguchi, que fica a 2 quarteirões da estação de Kyoto. ¥66,500 por 4 diárias. A localização é ótima! O quarto, apesar de pequenininho, é bem ajeitadinho! E eles ainda providenciam camisões de dormir que são uma graça! No Japão, você só precisa de necessaire para os itens realmente pessoais – os hoteis sempre dispõem de shampoo, condicionador, sabonete e itens essenciais. Gostei muito do hotel, recomendo e ficaria numa próxima vez, sem problema nenhum.

*Minha prima, que foi quase na mesma época, ficou hospedada no Ryokan Shimizu, também perto da estação de Kyoto. Entrei no site e achei o lugar bem legal (além dos preços serem bem decentes, também!). Uma boa opção.

Dia 0 – Fushimi Inari, jantar no Nanzenji Junsei
Chegamos em Kyoto por volta das 12h30. A estação é pura loucura. Tem mi-lha-res de lojinhas, restaurantes e cafés, ônibus, JR, outras linhas de trem, Shinkansen e metrô... tem até hotel! Eu parecia uma barata tonta, quando coloquei o pé lá na primeira vez. Depois, melhora.
Comemos no Katsukura, que tem um tonkatsu (porco à milanesa) campeão em que você mesmo faz seu molhinho (tem um mais doce, um mais apimentado... você macera o gergelim, faz seu mix e pronto!). Fica no 11F do Isetan (depato, loja de departamento) na estação de Kyoto.

Pegamos um trem para Fushimi Inari (Inari sta.), que tem aqueles milhares de toriis (portais vermelhos) - antigamente, eles eram doados por agricultores, pedindo ‘boas colheitas’; hoje em dia, são doados por empresas. Há inúmeras estátuas de raposas, em homenagem a estes animais que caçam os ratos que acabam com as plantações. 
Os toriis são lindos... ultra fotogênicos. No começo, dá um pouco de desespero porque é tanto, mas tanto turista que você acha que nunca conseguirá tirar sequer uma foto boa, mas é só continuar andando para conseguir achar um pouco de espaço paz. #keepwalking


*Kyoto ainda permanece com tantos templos e construções antigas porque, ao contrário de outras cidades japonesas, ela praticamente não sofreu bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Isso porque o então Secretário de Guerra norte-americano Henry Stimson, que havia visitado Kyoto diversas vezes antes da Guerra (até dizem que foi onde passou sua lua de mel), fez questão de tira-la da lista de cidades-alvo, argumentando que era uma cidade de importância cultural e não deveria ser alvo militar. Salve Stimson!!!!!

Jantamos no Nanzenji Junsei, um restaurante especializado em tofuTofu é uma especialidade de Kyoto. O jantar foi bom, adorei o yudofu (a ‘nata’ do tofu, ultra macio) e o restaurante é LINDO, com um jardim maravilhoso...!
Restaurante lindo, lindo, lindo!

Ultra macio!
Dia 1 – Arashiyama, Kinkakuji e Nijo Castle
Acordamos cedo para ir ao bairro de Arashiyama (Saga Arashiyama sta.). Alugamos uma bike perto da estação (melhor decisão EVER – maior área coberta com mínimo esforço físico!) por ¥1,000 o dia, fomos pedalando para a floresta de bambus (coisa mais linda EVER), descemos para a Togetsukyo Bridge (paisagem mais cênica EVER) e subimos a ruela principal de Arashiyama, cheia de lojinhas de souvenirs bacanas. 




É um bom lugar para almoçar, mas, se conseguir, deixe para comer no Otsuka Steak, que serve wagyu beef. Nossa... é BEM gostoso!!! A carne é super macia, entremeadíssima de gordura e muito saborosa! Gostei muito! E o gohan (arroz) também é muito gostoso! É tudo ótimo!

*uma dica para quem tiver mais tempo é fazer o passeio de trem Sagano Scenic Railway, voltando de barco via Hozugawa River Boat Ride. Deve ser especialmente bonito no koyo (outono, quando as folhas estão avermelhadas). Só não fiz porque HK acha que trem é sonífero.

De lá, pegamos o trem e um ônibus para o Kinkakuji, o templo de ouro. É lindo, mas longe de ser meu preferido. Não dá para entrar (em vários, não rola entrar) e o tanto de turista acaba com o charme do lugar.

Pegamos mais um ônibus para o Nijo Castle, que era a casa do shogun Tokugawa Ieyasu. Não dá para tirar foto lá dentro, mas visita-se o castelo inteiro, que parece saído de um filme de samurai! O piso rouxinol, que tem este nome por causa do barulho que faz com o pisar das pessoas, feito para alertar os moradores de possíveis invasores, é bem bacana! Mas há outros lugares em Kyoto com o mesmo piso (se não me engano, o piso do Sanjusangendo também ‘canta’).

Pegamos outro ônibus para o Nishiki Market, mas o HK começou a passar malzaço e tivemos que voltar ao hotel quase às pressas.

Jantamos um ramen sem vergonha na estação de Kyoto. Foi a única refeição quase ruim que tive no Japão.

Dia 2 – (...)
A ideia era fazer um bate-e-volta a Nara, que também foi capital do Japão e tem vários templos lindos, mas HK acordou pior do que dormiu e acabamos ficando o dia inteiro no hotel...

*a dica aqui é o Pocari Sweat, o ‘Gatorade’ japonês. Hahahaha! Foi o grande amigo do HK durante sua desidratação...

A única coisa legal que fiz neste dia foi jantar o kare do CoCo Curry House, que ficava na esquina oposta do hotel. É uma cadeia de restaurantes (encontramos filiais em Tokyo, também) e não é nada que explique um deslocamento especialmente dedicado, mas achei o curry deles muito gostoso! Se tiver um no seu caminho, pode entrar sem medo.
Umê (ameixa japonesa) desidratada - minha mãe diz que é bom pra piriri!

*para quem conseguir ir a Nara, há uma série de dicas bacanas:
1) uma amiga me recomendou fortemente o moti (aquele bolinho feito de arroz socado diversas vezes até se tornar uma massa bem grudenta e chewy – parece horrível com essa descrição, mas eu amo) do Nakatani Dou Mochi – disse que foi o melhor que comeu na sua viagem!
2) além do Parque de Nara e todos os templos e veadinhos que estão lá dentro, outra coisa que me chamou a atenção em Nara é passear pelo bairro de Naramachi, onde ficam casinhas bem antigas, bem típicas do Japão tradicional.
3) especialmente se você não estiver com JR Pass (porque este passe não dá direito à linha Kintetsu Ltd. Exp.), a melhor estação para ir a Nara é a Kintetsunara, que fica mais próxima dos atrativos do que a Nara sta. (servida pela JR).
4) aproveite a ida a Nara para comer narazuke, conservinhas de pepino, melão, berinjelas e outras coisas, bem típicas desta cidade.

Vou ter que voltar para o Japão ‘só’ para ir a Nara...

Dia 3 – Kiyomizudera, Ginkakuji, Caminho do Filósofo, Kyoto Handicraft Center, Sanjusangendo, Nishiki Market, Gion, Miyako Odori, sushi no estilo de Kansai
De s*co na lua de ficar um dia inteiro no hotel, acordamos cedo e estávamos antes das 8h no Kiyomizudera, o templo da água sagrada, que foi construído sem ao menos UM prego (todas as toras encaixadas). Um favorito entre os turistas!!
Foi estranho ir tão cedo assim, porque o balcão, que está sempre lotado de gente, estava tão vazio, que até perdi a referência... Olhei para o HK e disse ‘ué, cadê aquela parte famosa?’! Hahahahaha!
A vista do balcão é magnífica... Kyoto deve ser uma das cidades mais fotogênicas do planeta. Este é um templo tem-que-ir!

Fonte de água (mizu)
Vista magnífica do balcão
*Meu primo que mora no Japão disse que o pessoal da região de Kansai (Osaka, Kyoto...) é visto pelo resto do Japão como gente metida/ esnobe! Eles se acham ‘a nata’ do Japão, o melhor que o Japão pode oferecer! Hahahaha! Todo país tem seus cariocas, né?!

Saindo do Kiyomizu, as ruelas formam o bairro de Higashiyama, que tem muitas lojinhas de souvenir e comidinhas. Um bairro ótimo para bater perna e morrer de vontade de comprar tudo. Feliz ou infelizmente, a maioria das lojinhas estavam fechadas (elas abrem mais tarde, umas 9h30-10h30).

Seguimos para o Ginkakuji, que era para ser o templo prateado, mas acabou que não rolou pintar e continuou em madeira mesmo. Hahahaha! Esse templo, longe de ser tão famoso quanto seu ‘irmão’ Kinkakuji ou quanto o Kiyomizudera, conseguiu me encantar mais que qualquer outro. É LINDO! Também não rola entrar no templo, mas o jardim é simplesmente de cair o queixo! É ‘O’ templo a que voltarei quando for novamente a Kyoto!



A saída do Ginkakuji dá direto no Caminho do Filósofo, que é um dos lugares mais especiais para o hanami (ato de observar a floração das cerejeiras). Infelizmente, perdemos o full blossom, que, em Kyoto, aconteceu na primeira semana de abril, mas ainda deu tempo de ver algumas arvorezinhas...


Saímos no meio dele para ir ao Kyoto Handicraft Center. Esta loja, supergrande, tem uma seleção muito boa de souvenires japoneses, a preços bem competitivos vs. outras regiões turísticas da cidade. O problema é que fica no meio do nada, meio contramão... nada prático para turistas.

De lá, seguimos nossa maratona para o Sanjusangendo, o templo dos mil Budas, que também tem piso rouxinol. É impressionante, mas não ficou na lista dos ‘memoráveis’.

Em seguida, finalmente fomos ao Nishiki Market, uma rua coberta, cheia de lojinhas de coisas relacionadas a comida. Tem loja de conservas, de sake, de temperos japoneses, de sushi, de chá, de tudo! Comi um montão de coisinhas, a ponto de nem querer mais almoçar! Tudo gostoso!
Okaki - biscoitos salgados (e apimentados) de arroz
Morangos a US$ 5,50!
Moti recheado de doce de feijão, sabor sakura - especial de abril!
O HK, que não se contenta com pança cheia, precisa-porque-precisa de um almoço propriamente dito, acabou almoçando no Yoshinoya, que é uma cadeia de fast food tipo o Sukiya (que é japonês de verdade) – vende a mesma coisa, inclusive: gyudon (carne marinada e refogada, em cima de gohan – arroz). Única vez em que fui mal tratada no Japão – e a comida ainda é ruim... mas é, de fato, barato! Hahahaha!

Fomos andando para Gion (o bairro das geishas) e aproveitamos alguns minutinhos para tomar um sol sentados às margens do rio Kamo. Coisa mais chic de viagem é gastar tempo fazendo coisa que a gente nunca tem tempo para fazer quando não está em férias!

*atravessando a ponte para o norte, as margens deste rio estão cheias de restaurantezinhos bacanas. Esta região chama-se Pontocho. Não tive tempo de jantar lá nenhum dia. Ficou, também, para a lista de coisas a fazer quando voltar a Kyoto...

Voltando a Gion, fomos ao Miyako Odori, um festival que acontece durante Abril, em que geikos (como as geishas são chamadas em Kyoto) e maikos (aprendizes) DE VERDADE apresentam-se ao público, com danças e música. Comprei os ingressos pelo site, com uns 5 meses de antecedência. Fomos na special class, que teoricamente ficava com os melhores lugares e dava direito a ver uma cerimônia do chá.
A cerimônia foi tão rápida que eu não vi passar, literalmente. Todo o mundo ganha um motizinho recheado de anko (doce de feijão) e uma xícara com matchá (chá verde). O pratinho com o motizinho fica para você, de lembrança. Na saída, vi brevemente a geiko e a maiko que fizeram a tal cerimônia (...) e consegui tirar uma foto ½ boca, apressada pelas tiazinhas que organizam o evento...



A apresentação em si, que dura 1h, foi... curiosa. Não posso falar que me arrependi, porque é daquelas experiências que se tem uma vez na vida. Mas uma vez na vida é mais do que o suficiente. Não posso negar que é de encher os olhos... os kimonos mais lindos que vi na vida, e as maikos são bem ensaiadinhas, fazem os movimentos bem sincronizadamente. O shamisen (aquela guitarra japonesa) é bem tocado (dizem que é difícil). Mas é isso. É uma coisa tradicional japonesa, não espere um espetáculo norte-americano.
O HK não se arrependeu. Foi uma das melhores sonecas da viagem, confessou-me. :/

*não vá para o Japão achando que vai encontrar geisha a torto e a direita. As meninas maquiadas e vestidas de geisha que encontrar por aí são turistas travestidas, somente. As geikos e a maikos apresentam-se em pouquíssimos e exclusivíssimos lugares, fechados para a maioria dos turistas. 
Um lugar que oferece uma experiência interessante é o Gion Hatanaka, onde você pode jantar, entretido por uma maiko, que se apresenta e depois entretém os convidados com brincadeiras de bebidas.  
Como já ia vê-las no Festival (e porque o jantar é caro pra chuchu), não fiz este jantar.

Andamos um pouco mais por Gion para jantar no Izuju, um restaurante centenário que serve sushi no estilo de Kansai. O sushi a que estamos acostumados é estilo edomae, ou seja, de Tokyo. Geograficamente, Kyoto fica no ‘meio’ da ilha, sem acesso ao mar. Assim sendo, antigamente, não era possível comer sushi com peixe fresco, como se fazia em Tokyo. Por conta disso, o sushi de Kansai é feito com ingredientes conservados/ marinados, com sabor mais acentuado de vinagre. É bem diferente, mas eu ADORO! Especialmente um que vem embrulhado em uma folha (não sei o nome desse...)! Gostei bastante e recomendo!


Wrapping up – Kyoto é maravilhosa e deve constar em QUALQUER roteiro para o Japão. É a cidade com a cara do Japão que a gente imagina, com os templos e santuários, as geikos, as paisagens cênicas...
2d foram o suficiente para os lerês da cidade. Conhecemos os principais templos e regiões e fiz tudo que queria fazer, mas certamente faltou um dia para flanar. Então, meu conselho seria 4d inteiros: 3 para Kyoto e outro para um bate-e-volta a Nara. Pelo menos.
Obviamente, ficou faltando Nara. E, numa próxima visita, incluirei mais alguns templos: Ryoanji, Daitokuji e o Nanzenji (só para citar 3).

*uma curiosidade: os templos budistas terminam com –ji ou –dera e normalmente são pagodas, enquanto os santuários xintoístas normalmente tem toriis.

Dicas de blogs:
- meu roteiro de 2d foi inspirado no do Mikix, que é sempre uma boa fonte de informações.
- o Izuju (e várias outras coisas) vieram principalmente do Paul’s Travel Pics (que, aliás, fez recentemente uma viagem que quero muito fazer, por Sichuan, na China).
- o fantástico Inside Kyoto ajudou em várias frentes, inclusive a dica do Tokai veio de lá.
- o melhor site DO MUNDO para ajudar no planejamento de qualquer viagem para o Japão é o Japan Guide. Tem informações super atualizadas, fidedignas, bem completas. Foi navegando por este site que decidi visitar Miyama e Kiso Valley (próximos posts). Simplesmente fantástico, como todo o Japão.

Fotos: @autoindulgente, @fernanda.i e @heliokwon.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Seoul

Comparando Seoul a Pequim, o resumo da ópera é o seguinte: enquanto as atrações turísticas de Pequim são grandiosas e muito, muito interessantes, mas a cidade em si é super hostil (trânsito caótico, poluição absurda, metrô bem ineficiente...), Seoul é o contrário: tem poucas atrações e nem são tão interessantes assim, mas a cidade é uma delícia! Moraria lá facilmente! Conhecer os bairros é a grande atração da cidade.

Ficamos 3 dias inteiros - foi um tempo bom. Não visitamos a DMZ (fronteira entre Coreia do Norte e do Sul), tampouco fomos a Gyeongju (a Kyoto da Coreia), ou a Jeju (a ilha onde 9 entre 10 casais sul-coreanos passam a lua de mel). Vai ficar para uma próxima vez.

Ficamos hospedados num AirBnB em Jongno, pertinho de Insadong. O studio era pequenininho, mas muito funcional e bem equipado - tinha até pau de selfie! Hahahaha! A localização era bárbara: num prédio cujo 2SS dava no metrô! Sim, di-re-to!! Incrível! E o "super host" (sim, ele tem este "título") Jeremy era inacreditável de eficiente! A gente fazia qualquer pergunta por whatsapp, ele lia no segundo seguinte e respondia no 1/2 segundo seguinte! De dúvidas da máquina de lavar a dicas de restaurantes (com direito a foto da fachada e screenshot do caminho!!)! A Siri MORRE DE INVEJA dele!
Super recomendo!
*Falando em metrô, o de Seoul está de parabéns! Limpo, moderno, espaçoso e com a malha bem ampla! Pra facilitar ainda mais a vida, a gente comprou o T-money, que é o "bilhete único" deles, com a vantagem de ser superbonitinho e ainda poder ser usado em táxis e lojas de conveniência. No final da viagem, dá para conseguir reembolso do saldo, mas não do cartão em si.

Dia 0 - Myeondong e Insadong
Chegamos de manhã em Seoul, pegamos o Airport Limousine Bus de Incheon para fazer o check-in no apartamento.
Dadas as devidas instruções, fomos para Myeondong para trocar dinheiro. Lá é, sem dúvida, o melhor lugar para fazer câmbio. Taxas muito próximas às comerciais.

A melhor palavra para descrever Myeondong é "overwhelming" - não consigo pensar em nada tão caótico (nem depois de ter passado pelo Japão!) quanto este bairro. São lojas e mais lojas (em especial, de cosméticos, mas tem de tudo quanto é coisa jovem - roupas, sapatos, cacarecos...), intercalados com restaurantes em vários andares e barraquinhas de street food, que servem desde espetinhos de polvo com molho teriyaki até tteokbokki (um prato bem típico coreano feito de massa cilíndrica de arroz com molho BEM apimentado). Para se somar à poluição visual, tem ainda a sonora: as atendentes das lojas ficam na rua, chamando os clientes com uma vozinha super irritante, anasalada e bem estridente. Hahahaha!
Sim... parece o inferno, mas eu confesso que demorei a querer sair de lá!


Quando HK conseguiu me desvencilhar das mocinhas loucas, subimos Insadong a pé, onde jantamos no Kyoja - um restaurante de noodles e dumplings coreanos bem gostoso e bem comfort food!

Insadong é outro bairro de lojinhas (achei coreano bem consumista!), mas bem menos cheio de gente que Myeondong, e as lojinhas são de coisas tradicionais, como carimbos de ideogramas, feitos a mão, cerâmica (as verdes são bem típicas da Coreia) e hanboks (os kimonos coreanos).
Uma loja de hanbok moderno - vi muitas pessoas andando com eles na rua. São lindos! Mas bem caros!!
Dia 1 - Gyeongbokgung Palace, Bukchon Hanok Village, Cheonggyecheon, Gangnam, Myeondong
Acordei gripadaça da Silva! Então, foi um dia relativamente leve.
Fomos ver a troca de guardas do Gyeongbokgung Palace, que acontece diariamente às 10h. É um evento especialmente curioso considerando que a Coreia é presidencialista...! Às 11h (e às 13h30 e às 15h30), havia um free guided tour em inglês, mas não queríamos ficar naquele frio sentados "ao relento" e acabamos visitando o palácio "por nós mesmos".


A arquitetura deste palácio coreano lembra muito a dos chineses, mas as cores variam - sai de cena o vermelho (pelo menos, na intensidade chinesa) e entram o verde e o preto. É muito bonito e muito bem conservado, mas visita-lo na mesma viagem em que se viu a Cidade Proibida é concorrência desleal.

Meninas com hanboks tradicionais na bilheteria do Palácio - estas eram turistas
De lá, fomos para Bukchon Hanok Village, uma espécie de hutong coreano - um bairro com casinhas bem tradicionais (hanok) da época da Dinastia Joseon. Já tinha visto várias fotos destas ruas e sonhado com minhas selfies fotos contemplativas... Quanta ingenuidade, minha gente! O lugar estava mais abarrotado que Summer Palace em feriado!
Da próxima vez, quero ficar hospedada aqui. No comecinho da manhã, deve ser bem mais tranquilo e ainda mais charmoso.

Almoçamos numa bimboquinha ótima perto de casa (dica do superhost) e descansamos um pouco antes de bater perna novamente.
Yukgaejang - estava tão apimentado que HK mal conseguiu comer
Dessa vez, descemos Insadong novamente até Cheonggyecheon, o riacho superfamoso de Seoul, que era ultrapoluído até 2005, quando foi restaurado, despoluído e por onde passam, hoje, peixinhos e peixões! É a menina-dos-olhos dos sul-coreanos, com razão. Eles adoram passar as tardes de fins de semana, sentados às margens, fazendo piquenique (que é a atividade #1 da galera! Eles não podem ver um cantinho, que já sentam no chão e começam a comer! Hahahaha!). O prefeito responsável pelo projeto chegou a vir a São Paulo para contar sua experiência e conhecer o Tietê... foi embora desmotivado! :/

Fomos andando até Dongdaemun, de onde pegamos o metrô para Gangnam. Não, não encontramos o Psy...
Gangnam é um bairro novo (como os demais bairros "do outro lado do rio"), com prédios bem novos, bares, restaurantes caros & so on. É da galera que gosta de ver e ser visto, como diz a música do Psy. (detalhe que justo neste dia, estava de jeans e moletom... não podia estar mais básica e sem gracinha! hahahaha)

De lá, pegamos um ônibus para comer comidinhas de rua em Myeondong - comemos um macarrãozinho com carne de siri (que estava bem médio), um espetinho de polvo com katsuoboshi e molho teriyaki (que estava ótimo), uns camarões empanados (que eram mais 'empanados' do que camarões...) e o melhor de todos - um pãozinho adocicado que era assado com um ovo em cima! Sinceramente, era melhor na minha imaginação (eu estava já pensando numa focaccia bem macia), mas não chegava a decepcionar na vida real!

*Este vídeo mostra comidinhas para uma vida inteira!


Dia 2 - Seodaemun Prison History Hall, DDP, Jjimjilbang, Namdaemun Market, Shinsegae
A gente foi de metrô para o Seodaemun Prison History Hall, uma prisão desativada usada pelos japoneses durante a ocupação (de 1910 a 1945) para prender e torturar quem ousasse lutar pela independência. Posteriormente, foi usada pela ditadura para quem fosse contra ela. Um lugar super triste, cheio de histórias sofridas.
Feliz ou infelizmente, a maioria das informações estão em coreano e não conseguimos ler. O próprio site oficial do museu só está em coreano (...).
*Isso foi uma coisa que eu senti muita falta em Seoul - quem falasse inglês! Mesmo em lugares modernos e super turísticos, não havia viv'alma que pudesse nos dar informações - e estou falando do balcão de informações turísticas do DDP!

Falando em DDP, este centro cultural ultramoderno foi nossa segunda parada do dia. Tem museus, centros de exposição, lojinhas, lojinhas e mais lojinhas (as daqui são muito legais e devem ser visitadas!). O prédio, por si só, merece a visita. Todo amórfico... uma coisa meio orgânica mas muito metropolitana ao mesmo tempo, todo de concreto e metal. Muito interessante.

Saindo de lá, fomos almoçar samgyeopsal (barriga de porco grelhada) num lugar indicado pela Gabi (sim, a do Gabinae - ela estudou e morou em Seoul durante 1 ano), o Palsaik. Fica no primeiro andar de um prédio, nunca teria achado não fosse por ela!
Acho que foi minha melhor refeição em Seoul. É barriga de porco marinada de 7 formas diferentes, que eles grelham numa chapa que fica em cima da mesa, com vários legumes e verduras. Eles fazem tudo por você, que só precisa sentar e esperar a comida ficar pronta! Quando a carne fica pronta, é só fazer uma trouxinha com as mais diversas folhas de verduras que eles te servem - como um bulgogui. Muito gostoso mesmo!



Não lembro quanto saiu, mas não deve ter sido mais de R$ 50 por pessoa. Seoul é muito razoável mesmo!

Aproveitando que estávamos em Dongdaemun, passamos em um dos inúmeros shoppings verticais que lá ficam. É como se fosse um Brás elevado à potência máxima. Andares e mais andares de boxes de roupas, como gingatescos "xinglings da Paulista" só de roupa. Eu achei bizarro, não gostei de nada e quis ir embora o quanto antes.

Então, fomos descansar num jjimjilbang, que eu obviamente não espero que você saiba o que seja... Este vídeo bem engraçado do Conan O'Brien mostra a primeira experiência dele em um:

O Siloam Sauna (outra indicação do superhost) não tem esta parte de ficar peladão pra cima e pra baixo, sendo esfoliado e tendo os mamilos apertados (hahahaha!), mas, a partir dos 6'43'' do vídeo, parece até que é o mesmo lugar!! 
Quando você chega, ganha um pijaminha e vai se trocar no vestiário. O vestiário (só vi o feminino, obviamente, mas imagino que o masculino seja igual!) é enorme, cheio de gente de todas as idades, andando desnuda e sem pudor nenhum. Atrás de um balcão bem grande, umas senhorinhas vendem de tudo, de shampoo e calcinha a... ovo cozido! Sim! Coisa mais curiosa do planeta! 
As áreas comuns são 3 a 4 andares de salas para se fazer... na-da! Tem um andar com salas diversas, como de videogame ou de tv; outro com saunas frias e quentes (havia uma de 80°C!)... mas basicamente as pessoas que lá estão, estão para dor-mir!! Em plena segunda-feira, duas horas da tarde.
Não entendi exatamente o que faz uma pessoa pagar USD 10 para dormir em meio a estranhos, quando se pode dormir de graça em casa... e não entendi porque é agradável ficar em uma temperatura de 32°C (o prédio todo é aquecido assim) quando lá fora está 18-23°C... então, acabamos não gastando mais de 2h lá.

Em seguida, fomos a Namdaemun Market, um antiquíssimo mercado de rua que vende DE TUDO! Lojas de comidinhas ao lado de barracas de conservas, de sapatos, de utensílios domésticos, de roupa, de cosméticos... Interessante para conhecer, mas eu não gostei muito, não.

*a dica aqui é: se você se interessar por alguma coisa e quiser comprar, PECHINCHE! Coreano tem um Q turco, eles curtem negociar e o primeiro preço que te darão será de deixar Grand Bazaar no chinelo!

Muito perto de lá, fica o Shinsegae, uma loja de departamento bem chic e enorme! O subsolo tem uma enormidade de restaurantes e comidinhas, além de supermercados bem legais e completos! Aqui é um bom lugar para comprar tok (o "moti" doce coreano) porque, na maioria dos lugares, você só consegue comprar em grande quantidades.
No supermercado, achamos uma gôndola cheia de melõezinhos japoneses embrulhado com um laço de cetim roxo! Hahahaha! Sim, frutas são muito caras na Ásia - e verdadeiros presentes! Este custava nada menos que... USD 38!!!
Melões phyníssimos
Antes de voltar para casa, ainda passamos na Kyobo, uma livraria enorme com um setor de papelaria de dar vontade de morrer, de tanta coisa legal! Eu queria absolutamente TUDO!!!!!!!

Neste dia, jantamos num microrrestaurantezinho perto do apartamento, também dica do superhost. Era tão simples e pequenininho, que nem anotei o nome. Você vai encontrar milhares de lugares assim em Seoul: simples, com comidinhas comfort food, como noodles, bibimbap e kimbap (o "makisushi" coreano) e gerenciado por senhorinhas coreanas - bem parecido com o Kyoja. E ainda saem super baratinhos. Na nossa primeira refeição lá, comemos um udon e um kimbap e pagamos USD 9 (ao todo)! 
Salãozinho honesto!
Melhor kimbap da vida!
Dia 3 - N Seoul Tower, Noryangjin Fish Market, Hongdae

No nosso último dia na cidade, fomos conhecer o observatório mais alto da cidade, o N Seoul Tower. Dá para chegar a pé, de carro, de teleférico... a gente foi de teleférico, porque a preguiça era grande!
Lá no alto do morro, tem bastante espaço, como uma grande praça, e o pessoal, que nem é besta, aproveita para fazer um piquenique, como bons coreanos que são!
Criancinhas fofas piquenicando!
A vista lá do alto é linda, mas toda envidraçada
Saindo de lá, fomos ao Noryangjin Fish Market, que é um dos maiores mercados de peixe do mundo e foi um dos meus programas favoritos lá! Além de ver um monte de bichos que nunca vi mais gordos, ainda tem um esqueminha esperto: você compra o que quer no térreo e leva aos restaurantes do andar de cima, pagando US$ 10 por pessoa pela cocção! Comemos ostras frescas, camarões grelhados, vieiras ao vapor... e por um preço que seria impensável em São Paulo!
(uma pena que os mercados espanhois não tem este esquema, porque eu preferiria com bastante alho e azeite!)
É uma iguaria comer os polvinhos vivos inteiros ou cortados, mas ainda se mexendo... Não tive coragem!
Ganha um doce quem souber o nome de metade das coisas aí!
Ostras sem limão e sal - mas com wasabi e pimenta coreana! Adaptação!
Gente... qual é o nome disso????
Em seguida, fomos a Hongdae, na região da Hongik University, atrás d'"A" atração mais aguardada por mim em Seoul! Hahahaha!
A Coreia importa várias ideias do Japão, inclusive as mais estapafúrdias! Uma das coisas que faz super sucesso no Japão são os animal cafes - lugares onde as pessoas pagam um fee ou compram uma bebida com a verdadeira intenção de brincar com coelhos, corujas, gatos etc. O Thanks Nature Cafe tem como atração duas ovelhinhas! Sim, ovelhas!!! Hahahahaha!!!

Olha essa menina querendo tirar uma selfie com a amiga!
Elas são simpaticíssimas e calmíssimas e, como diz este blog aqui (que foi onde vi este cafe pela primeira vez), não sei como não há mais pessoas que criam ovelhas de estimação! Elas dão pouquíssimo trabalho!
Os waffles do TNC ainda são bem gostosos!
Esta não é a única razão para visitar este bairro meio afastado dos demais - a Hongik University, de acordo com meu sogro, é uma universidade que prima pela sua produção artística e, aos fins de semana, reúne várias bandas bacanas iniciantes na sua entrada principal. Nos entornos, também rola muito grafitismo, mais cafes fofos (como o Hello Kitty Cafe!) e muita gente jovem e estilosa!

À note, fomos jantar bulgogui (churrasquinho coreano) em outro restaurante indicado pelo superhost Jeremy. Infelizmente, não anotei o nome, e o HK perdeu a conversa no whatsapp... :( Ficava no restaurant ditrict de Jongno, onde há muitos e muitos restaurantes literalmente empilhados um em cima do outro. Além de ter sido gastronomicamente muito bom, foi engraçadíssimo ver um monte de grupos de engravatados bebendo um monte e andando tortos que só em plena terça-feira!
É verdade que orientais bebem MUITO!
Este bulgogui era meio diferente - a carne não era marinada, comia-se molhando-a num molhinho depois de pronta. Prefiro o estilo "normal", mas era gostoso também!
Este é o restaurante a que fomos... mas vai saber o nome dele, né!!

- Seoul é a cidade com mais cafés por habitante no mundo! Mentira, não sei se existe tal estatística, mas sei que tem MUITOS cafezinhos - cada um mais fofo e charmoso que o outro. A pedida não é exatamente café, mas, sim, os lattes. Tomei de gengibre com limão siciliano, de caramelo, de matchá... um diferente a cada dia. O de gengibre foi meu campeão!!

- Consideramos USD 100 por pessoa, por dia, para refeições, passeios, pequenas compras e transporte. Foi muito! Com poucos pontos turísticos e comida muito barata, Seoul é um chamariz consumista para turistas da China e do Japão - meu sogro costuma falar que japoneses passam fins de semana em Seoul como a gente no Rio (mas a gente paga o olho da cara no Rio). Uma maravilha!!
- Falando em compras, as maquiagens coreanas estão entre as melhores do mundo. Há centenas de marcas muito boas - e com preços bem decentes. Difícil vai ser você entender os produtos quando estiver lá (se você, como eu, não falar coreano). Por isso, recomendo entrar antes no Soko Glam - a dona do site é uma americana-coreana e faz uma seleção super boa, com ranking e tudo, de produtos coreanos. Foi assim que eu conheci o Clio Pen Liner, que é simplesmente o melhor liner DA VIDA!
- Não praticamos a autoindulgência gastronômica, mas não foi por falta de opção: Seoul tem alguns dos melhores restaurantes da Ásia! Eu fiquei super com vontade de conhecer o Mingles.
- Alguns blogs que me ajudaram a programar minha estadia em Seoul: Uma Malla Pelo Mundo, Alquimia do Viajante, Quatro Cantos do Mundo, Vida de Turista, Viagem Afora,  Lud e Leo Pelo Mundo.
- Não, não fiz cirurgia plástica...

Fotos: @autoindulgente e @heliokwon