sábado, 13 de fevereiro de 2016

#carnalhau2016 - Dia 1 (sábado)

Passei o Carnaval em Lisboa!
Não, não sou rica (mas sou phyna!), mas deu certo de ir para Lisboa no Carnaval... e fui, oras pois!

Chegamos na noite de sexta-feira, passamos 4 dias inteiros, sendo 1 para bate-e-volta a Sintra, e voltamos na tarde da Quarta-Feira de Cinzas. Foi tempo suficiente para conhecer tranquilamente os pontos principais da capital portuguesa, que é bem compacta. 
Não fomos ao Parque das Nações porque, depois de pesquisar um pouco sobre o bairro, achei que não seria tanto do meu interesse, mas teria dado tempo de passear por lá, também.

Hospedamo-nos no Real Palácio, reservado via Hotwire1 há pouco menos de 2 meses: Um 5 estrelas por US$40 a diária!!! Gente, parece mentira... mas não é! Na verdade, deu US$41 + impostos (mesmo assim, menos de US$50). 
Ele não é um 5 estrelas **TOP**, já é meio decadente e sem gracinha... e o café da manhã não está incluso, mas a cama é confortável, o quarto é grande, o chuveiro é bom, tudo é limpinho e o serviço é competente e educado (fizeram reservas e deram boas dicas). Não poderia pedir mais. Para fechar com chave de ouro, ele é servido por 3 estações de metrô, de 3 linhas diferentes (a vermelha, a amarela e a azul). Recomendo.
Ainda pertinho do hotel, há a filial lisboeta da **superloja** espanhola El Corte Inglés (que tem de croissants Eric Kayser a bolsas Burberry) e uma filial do supermercado Pingo Doce, que é baratinho e tem garrafas d’água de 1,5l por inacreditáveis (e quase duvidosos) 0,16!!
1Honestamente, não sei se vale a pena usar o Hotwire em Lisboa (até agora, na verdade, o site provou seu verdadeiro valor somente em NY) – além de Lisboa ser pouco subdivida (consequentemente, dando-nos pouca segurança quanto à localização antes de fechar), vimos o mesmo preço no trivago.com uns dias depois.

No dia em que chegamos (bem tarde), jantamos n’O Prego da Peixaria. Prego = sanduíche típico português, com bife bem fininho (sugiro pedir mal passado, porque depois descobri que os portugueses tem mania de passar demais as carnes), servido em bolo do caco (um pãozinho típico da Ilha da Madeira, bem simples, parecido com uma ciabatta).
Gostei muito! São simples, quase caseiros, bem feitos e gostosos! Para acompanhar, pedimos uma batata doce frita superboa, crocante por fora e molinha por dentro. Não sei como não tem ninguém em SP fazendo isso!! (tem?)
Cada prego custa 8,50 e a batata, 1,50. 
Tem outros endereços em regiões mais turísticas. Vale a pena anotar esta dica.

No primeiro dia (sábado), fizemos o Sandeman’s Free Tour. Esta companhia, presente em várias cidades do mundo (especialmente na Europa), faz tours (normalmente, em inglês) completamente gratuitos – você paga uma gorjeta para o guia, se quiser e se gostar
Os guias sempre são muito bons, ótimos entertainers e dão um contexto histórico muito bom dos lugares por onde passamos, além de trivialidades curiosas, como, por exemplo: quando o café começou a ser exportado do Brasil, os lisboetas não curtiram logo de cara, acharam a bebida amarga e sem graça, chegavam a cuspi-la toda no chão. O dono do famoso e histórico café A Brasileira (que continua lá – e é muito charmoso, vale uma visitinha), perseverante na criação deste novo hábito, passou então a alertar com uma placa: Beba Isto Com Açúcar – e não é que deu certo??! Os portugueses curtiram tanto que, atualmente, é até difícil pedir o bom e velho cafezinho, de tantas opções no cardápio! Mas, para pedir um simples, a palavra que usam é “bica”! :)
Apesar de ter gostado do passeio, das explicações do guia etc., não aprovei uma coisa: diferente dos outros Sandeman’s que fiz, senti que este era bem pushy para vender outros tours (pagos), por Alfama ou por Belém. Chegamos a ter um intervalo, no meio do tour, em um café que tinha uma mesinha do Sandeman’s para venda desses outros. Achei meio desnecessário.

Pelas minhas pesquisas, descobri que há outro tour gratuito, saindo do mesmo ponto, às 10h, de outra cia: o Lisbon Free Tour. Só não fiz este porque quis acordar mais tranquilamente neste dia.

O tour passa por praticamente todo Chiado e Bairro Alto, terminando, depois de 2h30 (!!!), na Baixa, mais especificamente no Terreiro do Paço (nome popular da Praça do Comércio), onde ficava, de fato, o Paço Real, destruído no famigerado terremoto-tsunami-incêndio de 1755, que é um trauma maior na História lisboeta do que o abandono do país pelo Rei Dom João VI, em 1807.
No Terreiro, além de vários restaurantes altamente desaconselhados pelo guia Francisco, também fica o museu Lisboa Story Centre, que eu tinha vontade de conhecer, mas acabei não indo. Este post aqui (do ótimo Matraqueando) descreve a visita. Deve ser especialmente legal de visitar se estiver com crianças em idade escolar.
Terreiro do Paço
Fomos almoçar no Espaço Time Out do Mercado da Ribeira, que tinha gente saindo pelo ladrão, sendo sábado, 14h... (mesmo assim, não foi difícil encontrar lugar para duas pessoas)
O Mercado, que existe desde 1892 e ainda conta com uma seção de produtos frescos (só funciona na parte da manhã), ganhou, em maio de 2014, uma grande e variada Praça de Alimentação curada pela revista Time Out Lisboa. São dezenas de quiosques de chefs/ restaurantes portugueses renomados, como Marlene Vieira e Tartar-ia (que tem estrela(s) Michelin!). As mesas são enormes e comunitárias, mas o parentesco com os mercadinhos gourmet de São Paulo terminam aí: a comida é servida em porcelana; o vinho, em taças de cristal, o serviço é muito organizado (tem pagers, como no Outback, para facilitar a espera), mas os preços não são exatamente uma pechincha...
Apesar dos superlativos do lugar (ou provavelmente por causa deles), saí meio decepcionada. Comi um arroz de polvo do Monte Mar (€14) e um bacalhau à brás do Miguel Castro e Silva (€9). Achei que faltava personalidade em ambos. Não achei nada de mais. Mas acho que tive azar.


O que salvou o almoço foi a ótima e levíssima torta de maçã do Nós É Mais Bolos (€3,50). Bem boa. Vou tentar uma versão em casa. #staytuned



Voltamos para Chiado para bater perna e olhar prédios e mais prédios de azulejos portugueses. Passamos pela Livraria Bertrand, a mais antiga do mundo ainda em funcionamento; pela lindíssima (e carésima) loja A Vida Portuguesa, pelo shopping Armazéns do Chiado, que fica num prédio lindo, mas não tem nada de interessante dentro... Demos uma olhada na fila do Elevador Santa Justa2 – e desistimos, preferimos subir as escadarias para visitar o Convento do Carmo, cujo teto desabou durante o Terremoto de 1755. Esta é uma das minhas atrações turísticas favoritas da cidade. A igreja imponente, totalmente sem teto, só não ficou ainda mais fotogênica porque o céu cinzento não colaborou... :/

O Convento (e o Quartel do Carmo) encontra-se no Largo do Carmo, considerado o principal palco da Revolução dos Cravos, que determinou o fim da ditadura em Portugal, em 1974.

2Em relação ao Elevador, tenho 2 dicas interessantes (não usei nenhuma delas, mas ficam para a posterioridade você):
1) Para evitar as filas e as escadarias, pegue o elevador do prédio que fica à direita do Santa Justa – ele dá direto num shopping e é aberto a público.
2) Na Rua de Santa Justa (que fica de frente para o elevador), há uma loja chamada Pollux. Um casal holandês que estava conosco no tour disse que a vista do alto é muito bonita!

Comemos um pastel de nata na Manteigaria (€1), que provou-se o melhor pastel de nata da viagem (batendo, inclusive, o de Belém) porque seu creme era o mais leve e suave, e as fornadas, as mais constantes (SEMPRE quentinhos e fresquinhos)! Foi uma dica preciosa do blog Almost Locals (uma das blogueiras aparece no Lugar Incomum, da Didi Wagner). 


E fomos subindo pelo bairro Príncipe Real, por onde passamos pelas bacanésimas Embaixada Entre Tanto, duas galerias com lojinhas bem legais de designers. As ruas deste bairro estão cheias de outras lojinhas muito legais.
Loja na Entre Tanto
Átrio da Embaixada
Quando estávamos saindo da Entre Tanto, lá pelas 17h30, começou a chover e tivemos que voltar correndo para o hotel. Por causa da chuva, jantamos no El Corte Inglés (que tem uma espécie de praça de alimentação no subsolo), experiência esta que desaconselho com todas as minhas forças. Leitor nenhum meu deveria passar por situação parecida...

Fotos: @autoindulgente.

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