quinta-feira, 29 de novembro de 2012

In the jungle, the mighty jungle...


Eu acho engraçado escrever sobre a “selva” porque, falando desse jeito, parece uma coisa “selvagem” de verdade... mas não foi nada selvagem a experiência que tive. Duas pré-adolescentes, também hóspedes, até usavam vestidinhos curtos e colantes com paetês (sic!) no jantar... Quão selvagem é isso?!?!
Concrete jungle!
Concrete jungle!

Foi por indicação de um amigo do trabalho, o Leandro, que comecei a ter ideias estapafúrdias de ir a um jungle lodge. Antes, nunca havia pensado com seriedade sobre o assunto e, quando passava pela cabeça, concluía que era coisa para gringo e marajá e nem ia atrás de informação alguma.
Fechei o pacote de 3d/2n no Anavilhanas Lodge por R$ 1.319 por pessoa, com todas as refeições e passeios + traslados de ida e volta para Manaus inclusos. Fora, ficavam somente as bebidas (os  preços são decentes – refris e sucos @ R$ 4,50, água @ R$ 3, cerveja @ R$ 6). Como base de comparação, o Ariaú Towers me cotou diretamente R$ 1.367 + 10%, e o Juma Lodge, R$ 1.298.

Sobre as instalações –
Infelizmente, os bangalôs estavam todos ocupados quando fiz a reserva.
Apesar de não ter TV no chalé (e eu sinto muita falta...), o quarto era bem confortável, com ar condicionado, rede numa varanda privativa, de cara com a mata. A decoração é muito charmosinha, com itens de artesanato local. O banheiro talvez carecesse de um tapa... Gosto muito de banheiros charmosos.
A recepção/lobby e o restaurante são abertos, no estilo tropical-chic do Aprazível - muita madeira de demolição e chita, entende?

A piscina é ridícula de legal! Numa área cercada de verde, com vista direta para o Rio Negro... meu lugar preferido no hotel!!! Linda!!!! Para melhorar – ela é 24h!!! Ok, não nadei de madrugada, mas sempre dávamos umas braçadas logo antes do jantar, quando estava vaziazinha! Uma delícia!

*como disse no outro post, a acidez do Rio Negro inibe a reprodução de mosquitos e só tive que usar repelente num passeio em que entramos mata adentro.

Sobre o serviço –
Todos os funcionários são simpaticíssimos e estão sempre dispostos a ajudar, com um sorriso no rosto.
Os guias também são muito bons, todos bi ou até trilíngues (ou, ao menos, passam o recado! Rs!). A grande maioria dos passeios, fiz com o Everaldo, guia há mais de 19 anos, um colombiano total abrasileirado, muito engraçado, que passou mais de 10 anos da sua infância num barco, subindo e descendo o Rio Amazonas com seus pais, vendendo mercadorias e combustível para as comunidades ribeirinhas. Uma figura, com muita história pra contar!
O Christian, outro guia com quem turistei, filho de pais indianos, nascido na Guiana (que foi colônia britânica), tinha um inglês muito bom. Depois de passar 41 dias atravessando a Selva (essa, sim, sem aspas e com letra maiúscula) entre a Guiana e o Brasil, ele também tem muuuuita história para contar. Só tem que aguentar um pouco o egocentrismo do homem...

Sobre os passeios –
No dia 1, chegamos pouco antes das 12h, após cerca de 3h na estrada (de asfalto, em situações relativamente boas). À tarde, nos embrenhamos numa trilha na mata. A atividade não é cansativa, pode ser feita por pessoas de todas as idades. Aprendemos sobre várias espécies de plantas, algumas ervas medicinais e alguns métodos de sobrevivência na selva.
Igapós

Gostei médio, porque 1) não vimos nenhum animal porque uma menininha do grupo não parou de falar desde que saiu da barriga da mãe pousada... e 2) no final, meu repelente estava perdendo efeito e fui exaustivamente perseguida por um bicho lá... o besouro/ vespa/ whatever me rondou e me seguiu até metade do caminho de volta, já às margens do rio!! Afe! Everaldo ainda ficou rindo da minha cara, disse que sempre há uma pessoa que atrai os bichos! Humpf!
Às 20h, encontramo-nos para uma focagem noturna, a bordo de um barco motorizado – um desastre...! O maior bicho que vimos de perto foi este besouro:

Hahahahaha!
Mentira... até vimos umas lagartixas uns jacarés, uma preguiça, uma sucuri e uma minhoca uma jiboia nadando no meio do rio... mas foi isso.

No dia 2, saímos de barco às 8h30 para ver os botos cor-de-rosa. Eu achei que não fosse gostar, mas adorei!
Fomos até a casa flutuante de uma família (curiosamente, **só de mulheres**) que praticamente cria os bichinhos. Eles estão soltos e podem ir e vir a seu bel prazer, mas, como há comida fácil 8x por dia, acabam voltando sempre. Hoje em dia, a alimentação é controlada e autorizada pelo Ibama, mas, na verdade, os botos começaram a “frequentar” o lugar há muito tempo, quando a família jogava os restos da comida do restaurante que administravam (inadvertidamente) no rio.


Não é permitido nadar com os botos, porque entende-se que os cosméticos, repelentes e protetores solares que usamos podem ser prejudiciais a eles e porque eles não deixam de ser animais silvestres, mas podemos tocar o seu pescoço enquanto as moças os alimentam. A pele é lisinha, lisinha!
Li nuns relatos que é possível nadar com os animais nos passeios do Ariaú. Apesar de parecer muito mais emocionante, não sei se sou muito favorável... não gosto da ideia de domesticação de animais silvestres.

Além de botos, o Rio Negro também é residência de tucuxis – muito parecidos com golfinhos. Não vimos nenhum de perto, mas eles estão sempre presentes – basta observar a água para ver suas nadadeiras saindo da água, como cavalgando!

Também passamos em uma ONG que recicla materiais para transformar em artesanato (papel em álbuns lindos, pedaços de madeira em animaizinhos e pratos decorativos etc.). Gostei do trabalho sustentável e, especialmente, da transparência da entidade – um balancete mensal é exibido para que todos possam acompanhar as contas:

À tarde, alimentamos pescamos piranhas! Fomos de barco até uma área autorizada pelo Ibama e... varas nas mãos, carne no anzol e dá-lhe paciência!!!
De japonesa, só tenho a cara mesmo, minha gente... porque não consegui pescar NENHUM peixinho que o valha! Mas vai ver que elas estavam bem alimentadas... porque, de 10 turistas, somente 3 foram bem sucedidas!! :o/

No dia 3, madrugamos às 5h para ver o nascer do sol entre as ilhas do arquipélago. Meu passeio favorito, sem sombra de dúvidas. Olha o visual:

Para melhorar, na volta, vimos vários jacarés às margens do rio, bem maiores que os que vimos na focagem noturna!

Não sei se é por causa da nacionalidade da maioria dos hóspedes (europeus), mas pontualidade é assunto sério no Anavilhanas! Desde o horário dos traslados até a saída dos passeios, passando pelo início das refeições... tudo acontece às badaladas do relógio!
É possível que você não curta isso... a Anna Bárbara do ótimo blog Nós no Mundo meteu bronca: “Me senti numa excursão! Nossa ideia de acordar tarde e tomar café da manhã com calma lendo um jornal foi por água abaixo.”, mas prefiro pensar que 1) os horários são necessários como forma de respeito a outros turistas, 2) os passeios, muitas vezes, precisam seguir os horários que a natureza impõe , 3) você pode escolher não fazer os passeios, se preferir dormir um pouco mais ou descansar à tarde... Se há um momento que não reclamo de acordar cedo, é durante as minhas férias!

Os passeios duram entre 1h30 e 2h30, com grupos de aproximadamente 6 pessoas e o tempo entre os passeios é suficiente para tirar aquela siestamerecida ou brincar um pouco na piscina ou nadar no rio (só recomendam não nadar à noite, quando há maior atividade animal). O cronograma das atividades é passado no momento do seu check-in.

Sobre a comida –
A comida foi a maior decepção da viagem. A questão não foi o gosto, que era bom (não extraordinário, mas suficientemente bom), mas, sim, a variedade. Pensei que, como a Alice no País das Guloseimas, comeríamos muito mais produtos locais, como tambaqui e pirarucu ao invés de... escalope de carne ao molho de vinho tinto (sic!)!!!! Tirando o tucumã (uma frutinha/ coquinho típico), com que recheava minha tapioca no café da manhã, praticamente não comi frutas (o abacaxi não estava suculento, e o melão estava sem gosto!)...
Uma pena.

Sobre a estação do ano –
Agora (nov/ dez), estamos no auge da seca no Norte. Agora, começando o inverno (sic!), as chuvas torrenciais vem e o nível do rio volta a aumentar (chegando a inacreditáveis 15m este ano).
Se tiver a oportunidade de escolher a época da sua viagem, escolha a cheia (jun/jul), quando é época de frutas e os macaquinhos se aproximam do hotel; os igapós (floresta inundada) se formam e a paisagem fica mais característica da Floresta Amazônica.
Imagine que Anavilhanas é o maior arquipélago de água doce do mundo, com cerca de 400 ilhas, e elas praticamente ficam completamente inundadas nesta época!
Deve ser muito mais bonito!!

Voltarei? Não sei... recomendo fortemente, mas acho que é um passeio que se faz uma vez na vida.
Para ir: com quem bem entender! Vi desde famílias grandes (com tio, primo, enteado etc.) a casais de namorados. Também vi desde criancinhas de 3 ou 4 anos a pessoas com bem mais de 65! E das mais diferentes nacionalidades - desde manauaras até noruegueses!
Tipojungle lodge de bem com a vida.

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dicas FAMINTAS de Manaus

Depois de falar bastante sobre a cidade, vamos ao que realmente interessa: a COMIDA!

Depois de ir duas vezes ao Banzeiro, não posso negar: gostamos muito do lugar!
O ambiente não tem nada daquele ar tropical-chic que eu esperava (estilo Aprazível, sabe). Poderia estar, muito bem, em São Paulo. Gostei disso porque percebe-se que não é um restaurante para turistas (tanto que a maioria das mesas estava ocupada por moradores) e, sendo frequentado pornativos, muito menos provável de ser uma armadilha, né!
O atendimento é louvável – desde antes da visita, havia trocado uns e-mails com a Fabiane perguntando sobre a necessidade de reserva. Acabei não reservando porque não sabia se o voo atrasaria etc. mas ela se dispôs a reservar uma mesa tão logo eu ligasse do aeroporto avisando que havia pousado! Uma fofa!
Não bastasse ela (que veio me cumprimentar na mesa), o maître Sidney, o garçom Francisley e a hostess são todos simpaticíssimos e muito prestativos, sem serem intrometidos (odeio restaurante em que me sinto pressionada). O Sidney, inclusive, ofereceu-nos uma visita à cozinha para que víssemos “a cara” de um tambaqui. Olha a cara (e todo o resto do corpo) aí:

De boas vindas, o restaurante oferece um caldinho de peixe delicioso. Pode mandar bala na pimenta, que é saborosa e não muito forte.

Depois, comemos bolinhos de peixe (gostosos, mas meio pesados... podiam ser mais sequinhos). De principal, as Costelas de Tambaqui Parrilla(costelinhas grelhadas com flor de sal, acompanhadas de farofa de ovo com farinha do uarini e baião de dois) (R$ 108,90, para duas pessoas esfomeadas e ogras). DELICIOSO!!!! Esqueça seu trauma de peixe de rio, com gosto de barro!! O tambaqui, apesar de gordo, não tem aquele sabor marcante de gordura de peixe, tem carne mais firme, lembra bastante carne de porco. Fantástico!! Os acompanhamentos também estavam memoráveis – farofa deliciosa, com uma textura bem interessante, e um baião diferente dos usuais, sem perder a identidade.


Continha saiu R$ 180 para 2 pessoas, que mais parece preço paulistano... mas, considerando que era uma viagem e que a comida estava realmente boa, achei justo.

Na nossa segunda visita, pedimos o Pirarucu Amazônico (filé de pirarucu grelhado coberto com banana pacovã e queijo coalho, acompanhado de arroz com brócolis e batatas sauté) (R$ 76,90, para duas pessoas). MUITO bom!!! Outro peixe aprovado!! O pirarucu tem carne bem firme e magra, parece um pouco carne de frango. A combinação com a banana ficou ótima (acho que peixe + banana é uma das melhores), mas dispensaria o queijo coalho, que deixou o prato meio pesado. O arroz com brócolis também foi dispensado por mim... trocaria fácil por uma porção daquele baião do primeiro prato!!
Dessa vez, pedimos sobremesa – sorvete de tapioca e de açaí. Ambos não merecem muitos comentários e, tivesse mais tempo, teria ido atrás de uma Sorveteria Glacial.
A conta foi mais modesta (R$ 110 para 2 pessoas).

Acho que minha maior queixa contra o Banzeiro é o tamanho das suas porções – como todos os pratos servem 2 pessoas, não pude experimentar outros pratos e só fiquei na vontade de comer o risoto de pato a tucupi... :o(

Também ouvi falar bem do restaurante Choupana, mas, como não fui, não posso falar.

De comidinhas, provei o tacacá da Gisela (R$ 12), cujo quiosque no Largo São Sebastião, na frente do Teatro Amazonas, abre todos os dias, das 15 às 22h.

Para quem não sabe, tacacá = tucupi temperado (sal, cebola, alho, coentro e cebolinha), com goma de tapioca, camarão seco e jambu.
Para quem sabe menos ainda, tucupi = caldo de cor amarela extraído da raiz da mandioca brava, que é descascada, ralada e espremida. Depois de extraído, o molho "descansa" para que o amido (tapioca) se separe do líquido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (processo que elimina o veneno), por horas, podendo, então, ser usado como molho na culinária.
O tacacá é servido quente, em cuias, com uma cestinha charmosa de vime, para impedir que você queime os dedos. O gosto é diferente de tudo que já tomei na vida, e as folhas de jambu dão uma sensação muito estranha na boca... é um misto de dormência e salivação intensa... Ainda não sei dizer se gostei, mas continuo intrigada pelo prato!
Também comemos bolinhos de bacalhau e sanduíche de pernil do Bar do Armando. Depois de tanto ler sobre este tradicional bar, fiquei muito decepcionada... o pernil estava seco que só (sou muito mais o Bar Estadão) e os bolinhos não eram nada de mais (sou muito mais a Ofner).  
 
De regionalidades, tomei o sorvete Glacial (sabor tapioca – super cremoso, nada doce e bem bom) e o guaraná Baré (igualzinho a Tubaína). Não custa experimentar, mas não vai mudar sua vida.

O HK tomou açaí num quiosque da Ponta Negra – vem um copão de açaí, bem menos doce do que o que comemos por aqui, com direito a 2 coberturas: das mais usuais, como banana e granola, até as mais exóticas, como leite condensado (levando a ferro e a fogo a nossa crença de que TUDO fica melhor com leite condensado) e chocolate!! Bem diferente...

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

Serviço de utilidade pública:
Banzeiro – Rua Libertador, 102, Manaus – tel. (92) 3234-1621
Bar do Armando – Rua 10 de Julho, 593, Manaus – tel. (92) 3232-1195

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Dicas de Manaus

Infelizmente, não fui uma daquelas sortudas pessoas que emendaram do dia 15 ao 20 de novembro... mas já me dei por satisfeita emendando o dia 19. Aproveitei para conhecer Manaus (brevemente) e me hospedar em um “jungle lodge” às margens do Rio Negro. Encontrei uma região superpreparada para o turismo e pessoas muito gentis, ávida por mais turistas brasileiros. Gostei muito e recomendo fortemente!

Lá vão minhas dicas de Manaus:

Aéreo – comprei minhas passagens com milhas Tam, que podem ser emitidas com 3 meses de antecedência. A troca foi bem fácil, pelo próprio site. Foram 10k milhas para cada trecho, por pessoa. O voo dura quase 4h, avião ok, uma seleção até que boa de filmes (tinha TED, A Origem, Toy Story 3...), lanchinho meia boca... aquela coisa de sempre.
Fui no sábado às 9h30 (saindo de GRU), chegando às 11h e pouquinho (o fuso de Manaus, agora que estamos em horário de verão, é de -2h). Voltei na terça-feira, às 15h30, chegando em GRU perto das 21h30.
Fiquei positivamente impressionada com o web check-in (sempre vale a pena fazer, especialmente quando não vai despachar as malas, como foi o caso), que te dá a opção de cartão de embarque via sms! Matar árvores nunca mais!! ;o)

Hospedagem – em Manaus, fiquei no Boutique Hotel Casa Teatro,  no Centro, em frente ao Teatro Amazonas (inclusive, há uma vista privilegiada do Teatro do terraço).
O quarto é pequeno, mas suficiente para uma noite. A decoração é bem pensada e caprichada. O café da manhã é ok, sem destaques. O serviço deixou a desejar... apesar de simpáticas, as recepcionistas não passaram nenhuma informação turística da cidade e mal passaram as informações básicas do próprio hotel (e.g. horário do café da manhã).

Paguei R$ 140/ casal por 1 diária em quarto com banheiro privativo, com café da manhã.

Fechei as estadias (tanto do Casa Teatro quanto do jungle lodge) com a Viverde, agência recomendada pelo Viaje na Viagem e com preços mais camaradas do que fechando diretamente com o hotel. O Ricardo Daniel Pedroso, que me atendeu virtualmente, foi ótimo, super prestativo e eficiente.
Não tenho absolutamente nenhuma reclamação.

Roteirinho – Chegamos em MAO e pegamos um táxi para o restaurante Banzeiro (calma, calma, gordinhos, comentarei comidas em um post exclusivo). Do aeroporto, os táxis tem preços tabelados – para a maioria dos bairros, custa R$ 58. Se não me engano, para o Distrito Industrial (Zona Franca) e para a Ponta Negra sai mais caro... uns R$ 75, acho.

Almoçamos (muito bem, diga-se de passagem), fizemos check-in no hotel (táxi @ R$ 16) e fomos para o Teatro Amazonas. Não é época de apresentação, infelizmente, então, só fizemos o tour guiado (R$ 10 por pessoa), que acontecem em inglês e em português (grupos separados), de 30 em 30 minutos, de segunda a sábado, das 9 às 16h.
A casa de ópera realmente passa uma ideia do que foi Manaus na época de glória do Ciclo da Borracha. MUITO bonita, com lustre trazido de Paris, ótima acústica (ainda hoje é considerada uma casa de ópera respeitável). A guia é muito boa e passa várias informações e curiosidades da época e da construção. Adorei a visita!
Só fico pensando como a galera conseguia parecer apresentável com aqueles vestidos compridos e sem ar condicionado, né?!


Depois, demos uma passadinha na Galeriamazônica, que fica na frente. Trata-se de um espaço de exposição de artesanato local cujo acervo está todo a venda. O(a) curador(a) é muito bom(a) – as peças são todas de muito bom gosto e o preço não é exorbitante. Vale para comprar lembrancinha pra vó.

Em seguida, fomos ao Museu Casa Eduardo Ribeiro, aberto a visitação de segunda a sábado, das 9h às 17h, com visitas guiadas exclusivas e gratuitas!
O tal Eduardo era um homem inacreditável e visionário: filho bastardo de uma escrava (sic!), ingressou aos 8 anos numa escola militar, destacou-se e chegou ao posto de capitão. Entrou na faculdade e formou-se em Engenharia, Física e mais alguma coisa. Foi governador de Manaus (lembrando que, naquela época, os governadores eram nomeados) por quatro vezes, terminou a construção do Teatro Amazonas, construiu o Palácio da Justiça, trouxe energia elétrica e saneamento à cidade (a primeira cidade do Brasil a ter energia elétrica)! Tudo isso antes dos 37~38 anos (sic!), quando foi encontrado enforcado na sua casa (até a morte do homem não é brincadeira!). Até hoje, não se sabe se foi assassinado ou se foi suicídio (ele era esquizofrênico e sofria de mania de perseguição!).
Impressionante!
Infelizmente, o museu casa não foi sua casa de verdade, nem contém móveis que lhe pertenceram... Ironicamente, a casa onde morava é atualmente o hospício municipal...



Perto das 16h, pegamos um táxi (R$ 50) para a Praia da Ponta Negra, que apesar de ser de água doce, tem direito a tudo que qualquer outra praia tem: areia fofa, salva-vidas e, principalmente, farofada!! Hahahaha!
O governo local está apostando na região – construiu passarelas e calçadões, regularizou quiosques de comidinhas e está tudo muito bonito e bem aproveitado, com uma visão panorâmica da novíssima ponte estaiada – a maior sobre rio do país. Não sei se é por causa da Copa, ou não (aliás, os moradores não são lá muito favoráveis à Copa em Manaus – sabem que  o estádio virará um elefante branco depois do evento, quando os times locais da 4ª divisão continuarão jogando nos campinhos de várzea...), mas o que importa é que esta obra é para ficar e seus benefícios se estendem a toda a população manauara, dos mais ricos (que moram pertinho – Ponta Negra é o bairro mais caro da cidade) aos mais carentes. De parabéns!
Aos domingos e feriados, a via em frente ao calçadão é fechada para tráfego de carros, para trânsito somente de pedestres e bikes. Muito bom!


Fechamos o dia com o famoso tacacá da Gisela, no largo São Sebastião (em frente ao TA), e com uns petiscos no também famoso Bar do Armando, em frente ao hotel.

Na volta a Manaus, na terça-feira, vimos o Encontro das Águas com o Lula, indicado pelo Everaldo, nosso guia no jungle lodge. O passeio custou R$ 300 para o casal e incluiu traslado, guia e a lancha (só nós). Achei (bem) caro, mas não era um passeio previsto e, numa agência, não teríamos tempo (o Encontro das Águas inclui outros pontos turísticos e leva praticamente 1 dia inteiro...). Hoje, sabendo como é e como funciona, faria de maneira independente: basta ir ao porto e negociar diretamente com um barqueiro. Provavelmente, sairia menos da metade do que paguei!
O Encontro das Águas (do Rio Negro e do Rio Solimões) fica a menos de 10 minutos de lancha e, diferentemente do que li em vários blogs (incl. VnV), não é necessário estar em uma embarcação alta para vê-lo – o contraste de cor seria nítido até visto de um caiaque! A vantagem de estar em uma embarcação baixa é poder tocar a água e sentir a diferença bruta de temperatura entre as águas – enquanto o Negro é quente, o Solimões é fresquinho que só! E um do lado do outro!
O Rio Negro é um dos mais antigos do mundo, com formação vulcânica e muita decomposição. Por causa disso, suas águas são muito ácidas (pH perto entre 4 e 5) e pesadas, o que torna o rio bastante lento (cerca de 3 km/h). Já o Solimões é o contrário – mais novo, mais rápido, mais cheio de sedimentos. De forma prática, basta saber o seguinte: por causa da acidez, o Rio Negro inibe a reprodução de mosquitos, enquanto o Solimões é mais selva como você espera que a selva seja.
O passeio todo durou pouco menos de 3h, gastos mais em traslado terrestre que qualquer outra coisa.
 




Infelizmente, não tive tempo de ver outros pontos turísticos... Numa visita um pouco mais extensa, com certeza, iria ao Palácio da Justiça, que, hoje, é um centro cultural; ao Palácio Rio Branco, ao Palacete Provincial; ao Bosque da Ciência (INPA), uma espécie de mini zoológico dos animais locais, e ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que está em restauro há 10 mil séculos... Além disso, também faria questão de ir ao Parque Ecológico de Janauary, onde se pode ver as enormes e típicas vitórias régias. Dá uma olhada neste post do blog Nós no Mundo se estiver indo pra lá.
Acho que 2 dias inteiros são suficientes para conhecer o essencial de Manaus.

Curiosidades:
Clima – O clima em Manaus é tudo que dizem e mais um pouco. SUPER quente (e os manauaras ainda me disseram que estava ameno) e ABSURDAMENTE úmido. Sabe aquele negócio de acabar de tomar banho e já se sentir melada? Pois bem... é exatamente isso.
Logo que chegamos, no caminho ao Banzeiro, um tremendo pé d’água caiu e parou em menos de 10 minutos. Quando chegamos ao TA, outro pé d’água de 5 minutos. Exatamente como haviam dito meus professores de geografia do colégio! Hahahaha!
Rixa – A mesma rixa que temos (paulistas) com cariocas, os amazonenses tem com paraenses. Os primeiros dizem que os paraenses são ladrões que vem para seu estado roubar emprego e badernar; enquanto os paraenses respondem que só vão porque os amazonenses não querem saber de trabalhar, só querem vida mansa! Hahahaha!
Táxi – Não houve sequer UM taxista em Manaus que não causasse alguma impressão na gente. São todos peças raras, por uma razão ou outra. Houve um carioca, residente em Manaus há mais de 10 anos. Bastante politizado, conversou conosco sobre a última eleição municipal (Artur Neto, do PSDB, eleito) e sobre a suspeita de compra de votos por Vanessa Grazziottin para o Senado do AM.
Houve outro que adorava saber as desgraças de São Paulo pelo Datena e nos contou de um serial killer de taxistas em Manaus, preso este ano, após assassinar 8 colegas seus. Ele era um ex-taxista buscando vingança e avisava via rádio-táxi quando iria atacar!!!

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

sábado, 24 de novembro de 2012

Repolho


"Fui ao Chou no feriadão da Proclamação da República, com uma amiga! Como outros localizados em Pinheiros, o restaurante é pequeno, charmosíssimo, com uma comida deliciosa! Acredito que fazer reserva é imprescindível, principalmente se quiser ficar no pequeno quintal coberto, que conta com aquecedores para dias mais friozinhos.

Dispensamos o couvert, para pedir uma entradinha: “abóbora cabochan assada, doce e cremosa, com gergelim negro & coentro” (R$15). Não sou fã de coentro (nem um pouco, para dizer a verdade), mas quem sabe, sabe, né? O coentro com esta combinação (mais o creme azedo que acompanhava o prato) caiu perfeitamente, e eu nem reclamei! (a porção é, de fato, pequena; mas na foto, ela está ainda menor, porque quando lembrei, já tínhamos atacado parcialmente! Rs!)

O cardápio não é extenso, mas eu, como sempre, fiquei em uma dúvida sem fim para escolher o prato principal... desta vez, contudo, apostei certo (a garçonete super simpática ajudou, na verdade)! Pedi o tagliatellini italiano com raspas de limão, creme fresco, bacon & perfumado poejo (R$40), que estava delicioso (não sei o que é “perfumado poejo”, by the way, mas isso não atrapalhou em nada minha plena apreciação! Aliás, aposto que esse é o segredo do prato! Rsrs!). Esse crocantinho que se vê na foto é o bacon, e o gosto de limão estava bem delicado!

Minha amiga pediu o pilaf de mini arroz e trigo com castanha, raspas de limão, brócolis, brotos & queijo manchego (R$41). Só sei que “pilaf” é um modo de fazer o arroz, e minha amiga concluiu que ele faz com que o arroz fique um pouco “crocante”. Não fui atrás de explicação, para saber se a conclusão procede ou não... De qualquer maneira, o que importa é que o prato estava igualmente bom!!!


E para finalizar em grande estilo, rachamos a sobremesa torta aveludada de chocolate Valrhona 70%, laranja, toffee & amêndoas tostadas (R$21). Com essa descrição, e com esse chocolate, não preciso falar mais nada, né? Até eu, que não sou muito fã de chocolate, curti bastante! (bom, não deu tempo nem de tirar foto, para vocês terem uma idéia! Hahaha!)

Como é meio impossível não pedir um vinho para acompanhar uma refeição tão perfeita, a conta, como vocês podem imaginar, não fica das mais amigáveis, mas, enfim... minha alta recomendação continua! (o restaurante, pelo menos, disponibiliza todo cardápio com preços- carta de vinhos, inclusive- no seu site. Adoro essa prática, e acho que todos restaurantes deviam fazer isso!)

Obs: Minhas fotos não fazem jus ao sabor dos pratos... que saco! ;o(

Voltarei? Pode demorar um pouco (é que na mesma faixa de preço, tem um monte em São Paulo que ainda quero experimentar), mas gostei muito e quero voltar!
Para ir: Casal, com poucos e bons amigos, em família etc. (em grupos grandes, só se for para fechar o restaurante...)
Tipo: hummm, nunca sei... Contemporâneo? Ah, do tipo charmoso!"

Post por Patrícia I.


Fotos: Patrícia I. 

Serviço de utilidade pública: Rua Mateus Grou, 345, Pinheiros - tel. 3083-6998

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cervejaria Patriarca


Fiquei bastante tempo sem novidades gastronômicas. Quarta pré-feriado, entretanto, fui a um bar que merece ser mencionado neste blog – o Cervejaria Patriarca, na Helio Pellegino. O endereço onde já funcionou um cemitério indígena (única explicação) foi reformado, exorcizado e agora está bem legal, com cara de boteco carioca (apesar de ser paulistano).
Pedimos uma porção de lulas à doré (R$ 35), bem melhor servida que a minguada porção do Coco Bambu. Casquinha crocante e lula não borrachuda. Bem gostoso!
Depois pedimos uma chapa grande Patriarca, com costela no bafo, picanha, calabresa e costeletas de porco, acompanhada de pão, vinagrete, farofa e legumes na manteiga (R$ 93). Muuuuuuuuuuito bom!! A costela e a costeleta vem desmanchando, desfiadas até. A picanha, mal passada, é finalizada na mesa, e a calabresa, fininha, é bem saborosa!
Também boa estava a mandioca frita (R$ 22). Sequinha por fora e cremosa por dentro. Gostosa, mas não imperdível. Ainda fica longe da mandioca da Dona Neide.
Saí rolando – a chapa grande serve FARTAMENTE 4 pessoas famintas (no caso: HK, Antenor, seu Augusto e eu).

A dica antenada do Antenor (hahaha! Só eu estou rindo?!?) é: apesar da tentação, não se sente nos sofás encostados na parede do salão – a lâmpada que fica nas costas esquenta absurdamente e você vai ficar a noite inteira apoiado nos cotovelos...

O atendimento ainda merece uns reparos. Alguns dos garçons eram bem simpáticos e solícitos; o que atendeu nossa mesa, entretanto, estava de mal com o mundo...

Voltarei? Sim!! Vale muito a pena! A conta ficou R$ 238,70 para 6 pessoas. Comemos muito – e bem!
Para ir: sem segundas intenções. O barzinho é frequentado por casais, famílias e pessoas mais velhas. Até encontrei umas meninas de salto alto e perfume forte no banheiro, mas não devem ter tido muito sucesso na caçada. Além disso, por causa da chapa, você sai do bar exalando cheirinho de picanha... Até eu, que adoro comida, não acho lá muito atraente...
Tipo: boteco com boa cozinha, no mesmo estilo Boteco do Seo Gomes.

Fotos: nenhuma, porque estava meio cética quanto ao bar. Se arrependimento matasse...

Serviço de utilidade pública: Av. Hélio Pellegrino, 198, Vila Nova Conceição – tel. 3168-9988 + 2 endereços (Vila Madalena e Tatuapé)