segunda-feira, 17 de março de 2014

Ilha do Marajó e fim de viagem

No dia seguinte, pegamos o primeiro barco para a Ilha do Marajó, lá do Galpão 10, depois da Estação das Docas.
Há dois barcos diários para a Ilha – às 6h30 e às 14h30 (e há dois voltando, às 6h30 e às 15h30), @ R$ 35 (“VIP”, i.e. com ar condicionado e poltrona de ônibus de viagem) ou R$ 20 (“Standard”, i.e. em condições quase subumanas), e a viagem dura cerca de 3h30.
Chegando lá, pegamos uma van (melhor pedir para a sua pousada já deixar reservado), por R$ 12, que nos deixou na porta da nossa pousada em Soure (cerca de 1h, considerando já o tempo da balsa de Salvaterra a Soure).
Nos hospedamos no Canto do Francês, para o qual só tenho elogios: As pessoas são adoráveis, a cama é boa, a comida é gostosa e o preço é justo.

A verdade, resumidamente, é que não curti Ilha do Marajó.
O que era para ser 2d+2n virou 1,5d+1n.
Senti-me a pessoa mais fresca da face da Terra (e olha que já acampei em Caraíva e já fiquei 2 dias sem tomar banho atravessando o deserto da Bolívia de Uyuni a San Pedro do Atacama).
Uma parte dessa infelicidade deveu-se ao tempo – SÓ choveu! Não dava para fazer os passeios nas fazendas de búfalos, não dava para fingir que gostava da praia de rio, não dava para andar de bike porque a roda ficava presa na lama... e não tinha o que fazer dentro da pousada, também... que, apesar de confortável, era simples.
Outra parte deveu-se às minhas condições físico-psicológicas: olho ultra irritado de tanto ar condicionado na viagem inteira, costas doendo da cama do Portas da Amazônia, panturrilha com um roxão enorme misterioso e dolorido e joelho todo espatifado após sub-acidente de trânsito (sic!) em plena “Marginal Paracauti”...
Rua de Soure
Praia Barra Velha
Ilha do Marajó não foi decepcionante para mim em um quesito: É VERDADE que tem búfalo saindo pelo ladrão!!!!! Você está andando de bike e cruza com uma carroça puxada por búfalo... está andando na rua e vê outro pastando, preso numa corrente... anda mais um pouco e vê um monte num matagal do tamanho de um quintal de casa! Impressionante.
Dizem que eles são doces e bondosos... mas são enormes, tem chifres pontudos e não abanam o rabinho... vai saber se eles estão de TPM... fiquei morrendo de medo! Hahahahah!

Isso foi o máximo que me aproximei dos búfalos do Seu Lelé, um morador querido que saiu de casa completamente voluntariamente só para me mostrar seus búfalos e se oferecer para nos levar para andar de carroça!!!


Voltando a Belém, jantamos no Famiglia Sicilia (ex-Don Giuseppe), também recomendado pela ex-chefe. O restaurante, que fica perto da Av. Nazaré (que eu imagino que é uma região bacana de Belém), é claramente frequentado por locals e destino certo para comemorações (eles tem até holofotes para a hora do “parabéns”!!!!).
Pedimos uma cesta de pães para acompanhar a entrada de bacalhau. Muito bom. E dividimos um fetuccine com frutos do mar. O molho estava delicioso, muito bem feito, e bem farto em camarões, lulas e polvo.

No cardápio, eles dizem “se não ficar satisfeito com seu pedido, peça ao garçom para trocar seu prato”! Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!!!! Não precisamos devolver nenhum dos pratos que pedimos!
A conta ficou R$ 119,50.

Observações:
1) mal via a hora em que alguém ia pedir para tirar foto comigo... com todas as outras atrações turísticas da cidade fechadas, senti que meus olhos puxados chamavam mais atenção que Carmem Miranda;
2) os pratos são todos exageradamente grandes, então, a menos que esteja com muita fome, divida seus pratos com alguém. É mais sustentável e a conta vem menorzinha!
3) Croc deveria ser o calçado OFICIAL do Pará! Nada melhor para um lugar com tanta chuva como um sapato que é leve, fácil de lavar e rápido para secar!
4) O táxi de e para o aeroporto é preço fechado – R$ 40;
5) Se você for menos fresco que eu e resolver ir à Ilha do Marajó, prepare-se contra as moriçocas! Tomei Complexo B desde 1 semana antes, comprei pulseiras repelentes de citronela e me lambuzei de repelente tópico (Off e Repelex) – funcionou que só! Saldo da viagem: QUATRO picadas!! Um recorde (ao contrário)!
6) Inacreditavelmente, vale ter uma pashminazinha na bolsa – nunca pensei que fosse passar tanto frio no Pará! Todos os lugares tem ar condicionado no talo!

Fotos: Fernanda I.

domingo, 16 de março de 2014

Dia 2 em Belém

No dia seguinte, fomos ao Theatro da Paz, somente para descobrir que estava fechado até quinta-feira (sim, quando o Carnaval já terminou, e os turistas já voltaram para suas casas...).
De qualquer forma, pareceu-me menos majestoso que o TheatroAmazonas.

Fomos, então, andando até o Parque Emílio Goeldi, que me deixou tão deprimida que só tirei fotos das lindas e enormes vitórias régias.
(fiquei deprimida porque o Emílio Goeldi é celebrado como um minizoo, mas mini mesmo são as gaiolas e jaulas onde os animais ficam... Especialmente depois de assistir Blackfish, fiquei desapontada comigo mesma por ter visitado um lugar assim...)

Para me animar um pouco, HK me levou à Abelhuda novamente, que fica a poucas quadras de lá. Comi outro bombom de bacuri e senti-me menos triste.

O que o açúcar não faz...

Então, pegamos um táxi para o Mangal das Garças, onde almoçamos no Manjar das Garças, restaurante que fica dentro do parque e que também é bastante festejado.
A espera, de mais de 1h (único lugar de Belém em que houve espera), acabou aumentando minha expectativa pela comida... e vocês sabem como é essa história de expectativa alta... Dito e feito: achei a comida média! E ainda não saiu barato: R$ 167,53.
O Mangal, em compensação, vale a visita por si só! O parque “abriga livremente” (os pássaros não estão presos em gaiolas, estão livres para voar e ir e vir como bem quiserem, mas, por alguma razão que ainda não estudei, acabam se aglomerando no parque, andando pertinho dos humanos) várias garças, uns pássaros pink que não lembro o nome, até flamingos (!!) e tuiuiú! LINDO!





À noite, por conta da proximidade do hotel, acabamos jantando novamente no Lá em Casa.

Fotos: Fernanda I.

sábado, 15 de março de 2014

Dia 1 em Belém

Oi querido blog abandonado,
Estou aqui sem tv a cabo, sem internet e tentando cancelar minha assinatura Vivo há aproximadamente 1h (não estou brincando, já tenho 13 números diferentes de protocolos); então, vou aproveitar para escrever (no Word) sobre minha última viagem (a do Carnaval), com dicas gulosas (claro).

HK e eu fomos a... BELÉM! Sim, a terra onde Jesus nasceu! Hahahaha!

Pegamos um voo na sexta-feira, saindo de Guarulhos. O voo é direto, dura umas 3h30 e é um dos piores que já peguei na vida (sem nenhum entretenimento e poltrona mais dura que cadeira de escola).
Nos hospedamos no Portas da Amazônia por conta da ótimaavaliação no booking.com. Fiquei esperando o Ashton Kutcher aparecer a qualquer momento para falar que eu havia sido prank’d... O quarto parecia uma espelunca, o ar condicionado só funcionava no modo blasterultraturbo (era isso ou o calor dantesco) e a cama era tão mole que eu sentia molas nas minhas costas. Total não recomendo (mesmo a localização sendo super central).

No primeiro dia, fomos ao Ver-o-Peso que, além do mercado de peixes dentro da estrutura de ferro trazida inteirinha da Inglaterra (e que está em restauração), conta com um enorme complexo de barracas que vendem desde ervas medicinais (a dona Beth Cheirosinha já apareceu em um montão de programas de tv), hortifruti “normal” e frutas da região (cupuaçu, bacuri, graviola e outras que nunca vi mais gordas) a aves vivas para matar em casa, como antigamente, PFs (onde você pode provar açaí recém triturado com peixe empanado, como os belenenses da gema comem) e peixes amazônicos salgados como se fosse bacalhau.
É bem interessante!!




Depois, voltamos para a Praça Frei Caetano Brandão, que é rodeada por pontos turísticos de Belém – a Catedral da Sé, o Forte do Presépio, o Museu de Arte Sacra (dentro da Igreja de Santo Alexandre) e o Centro Cultural Casa das Onze Janelas.
Infelizmente, exceto pela Catedral, que, digamos, não tem outra escolha, TODOS os demais estavam fechados durante todo o Carnaval! Sim, afinal... para quê abrir quando os turistas estão na cidade, não é mesmo?!?!?!

Pegamos um táxi para o restaurante Remanso do Peixe, ultra comentado por aí.
O restaurante fica num sobrado, sem placa nem nada, dentro de uma vila residencial! Uma coisa de doido.

Pedimos a caldeirada de filhote (super recomendado) e não nos arrependemos!! Gente... que prato mais simples e mais genial!!! Os sabores de todos os ingredientes presentes, todos realçados... magnífico!
Apesar da conta não ter sido exatamente digestiva (R$ 128 + serviço), saímos de lá satisfeitos que só – comida e atendimento ótimos! Melhor refeição da viagem!

*Só um pequeno adendo: pedi uma cerveja Tijuca, que é uma versão mais leve da Cerpa (caso você também, como eu, não saiba, a Cerpa = Cervejaria Paraense!). Gostei bastante, mas não dá para encontrar essa por aqui ainda, acho.
Fomos andando até o Bosque Rodrigues Alves, mas, por causa da chuva torrencial que havia caído na hora do almoço, foi bem difícil andar pelas alamedas enlameadas do parque... acabamos indo embora rapidinho. De qualquer forma, pelo que vi... não voltaria em outra ocasião.

Pegamos um táxi e fizemos uma paradinha na doceria Abelhuda, que havia sido recomendada pela minha ex-chefe, cuja mãe é belenense. Ela foi específica na sua recomendação: bombom de cupuaçu! O de cupuaçu é realmente gostoso, mas você precisa MESMO experimentar o de bacuri! UMA DELÍCIA!!!!!!!!
(na verdade, aparentemente, todas as coisas da loja são boas – o movimento é impressionante... muitas pessoas entrando e levando bolos inteiros! E o sanduíche de pão de batata com recheio de camarão é muito, muito bom!)

Em seguida, fomos ao Polo Joalheiro São José Liberto, feito num ex-presídio reformado. Fomos arrebatados pelo lugar – muuuuito bonito, bem feito, com artesanato e joias bem feitos e de bom gosto (nada daquelas coisas com cara de feira hippie) – e preços decentes!
Se estiver na pindaíba, compre pelo menos os raminhos de patchouli (R$ 5), que previnem mofo no guarda-roupa e deixam tudo cheirosinho!

À noite, fomos jantar no Lá em Casa, na Estação das Docas.
Falando primeiramente das Docas, o lugar é charmosérrimo e merece muito a visita – não deve em nada para a portenha Puerto Madero! Gostei muito!


Agora, quanto ao Lá em Casa... o que falar do restaurante mais falado de Belém?! Ele é O embaixador da comida paraense! Já serviu de Paul Bocuse a Imperador japonês!!!!
Tomei um tacacá (só para ter certeza que realmente não curto) e pedi um pato ao tucupi (para descobrir que, no tacacá, o que não curto é o tucupi!). O HK foi mais feliz em seu pedido, com o Filhote a Pai d’Égua – fresco, saboroso e rico!



A conta ficou R$ 130,30.
Uma boa opção é pedir o menu degustação para 2 pessoas (R$ 90), com pequenas porções de vários pratos que fizeram a fama da culinária paraense e da cozinha do Lá em Casa.

Depois, aproveitamos para tomar um sorvete de açaí e tapioca no Cairu, longe da febre paulistana do gelato! Aprovado!!!

Fotos: Fernanda I.