No dia seguinte, pegamos o primeiro barco para a Ilha do
Marajó, lá do Galpão 10, depois da Estação das Docas.
Há dois barcos diários para a Ilha – às 6h30 e às 14h30 (e
há dois voltando, às 6h30 e às 15h30), @ R$ 35 (“VIP”, i.e. com ar condicionado
e poltrona de ônibus de viagem) ou R$ 20 (“Standard”, i.e. em condições quase
subumanas), e a viagem dura cerca de 3h30.
Chegando lá, pegamos uma van (melhor pedir para a sua
pousada já deixar reservado), por R$ 12, que nos deixou na porta da nossa
pousada em Soure (cerca de 1h, considerando já o tempo da balsa de Salvaterra a
Soure).
Nos hospedamos no Canto do Francês, para o qual só tenho
elogios: As pessoas são adoráveis, a cama é boa, a comida é gostosa e o preço é
justo.
A verdade, resumidamente, é que não curti Ilha do Marajó.
O que era para ser 2d+2n virou 1,5d+1n.
Senti-me a pessoa mais fresca da face da Terra (e olha que
já acampei em Caraíva e já fiquei 2 dias sem tomar banho atravessando o deserto
da Bolívia de Uyuni a San Pedro do Atacama).
Uma parte dessa infelicidade deveu-se ao tempo – SÓ choveu! Não dava para fazer os
passeios nas fazendas de búfalos, não dava para fingir que gostava da praia de rio, não dava para andar de bike
porque a roda ficava presa na lama... e não tinha o que fazer dentro da
pousada, também... que, apesar de confortável, era simples.
Outra parte deveu-se às minhas condições físico-psicológicas:
olho ultra irritado de tanto ar condicionado na viagem inteira, costas doendo
da cama do Portas da Amazônia, panturrilha com um roxão enorme misterioso e
dolorido e joelho todo espatifado após sub-acidente de trânsito (sic!) em plena “Marginal Paracauti”...
Ilha do Marajó não foi decepcionante para mim em um quesito:
É VERDADE que tem búfalo saindo pelo ladrão!!!!! Você está andando de bike e
cruza com uma carroça puxada por búfalo... está andando na rua e vê outro
pastando, preso numa corrente... anda mais um pouco e vê um monte num matagal
do tamanho de um quintal de casa! Impressionante.
Dizem que eles são doces e bondosos... mas são enormes, tem
chifres pontudos e não abanam o rabinho... vai saber se eles estão de TPM...
fiquei morrendo de medo! Hahahahah!
Isso foi o máximo que me aproximei dos búfalos do Seu Lelé,
um morador querido que saiu de casa completamente voluntariamente só para me
mostrar seus búfalos e se oferecer para nos levar para andar de carroça!!!
Voltando a Belém, jantamos no Famiglia Sicilia (ex-Don
Giuseppe), também recomendado pela ex-chefe. O restaurante, que fica perto da
Av. Nazaré (que eu imagino que é uma região bacana de Belém), é claramente
frequentado por locals e destino
certo para comemorações (eles tem até holofotes para a hora do “parabéns”!!!!).
Pedimos uma cesta de pães para acompanhar a entrada de
bacalhau. Muito bom. E dividimos um fetuccine com frutos do mar. O molho estava
delicioso, muito bem feito, e bem farto em camarões, lulas e polvo.
No cardápio, eles dizem “se não ficar satisfeito com seu
pedido, peça ao garçom para trocar seu prato”! Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!!!! Não precisamos
devolver nenhum dos pratos que pedimos!
A conta ficou R$ 119,50.
Observações:
1) mal via a hora em que alguém ia pedir para tirar foto
comigo... com todas as outras
atrações turísticas da cidade fechadas, senti que meus olhos puxados chamavam
mais atenção que Carmem Miranda;
2) os pratos são todos exageradamente grandes, então, a
menos que esteja com muita fome, divida seus pratos com alguém. É mais
sustentável e a conta vem menorzinha!
3) Croc deveria ser o calçado OFICIAL do Pará! Nada melhor
para um lugar com tanta chuva como um sapato que é leve, fácil de lavar e
rápido para secar!
4) O táxi de e para o aeroporto é preço fechado – R$ 40;
5) Se você for menos fresco que eu e resolver ir à Ilha do
Marajó, prepare-se contra as moriçocas! Tomei Complexo B desde 1 semana antes,
comprei pulseiras repelentes de citronela e me lambuzei de repelente tópico
(Off e Repelex) – funcionou que só! Saldo da viagem: QUATRO picadas!! Um
recorde (ao contrário)!
6) Inacreditavelmente, vale ter uma pashminazinha na bolsa –
nunca pensei que fosse passar tanto frio no Pará! Todos os lugares tem ar
condicionado no talo!
Fotos: Fernanda I.