segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

#carnalhau2016 - Domingo em Belém

Aproveitamos que era o primeiro domingo do mês para visitar as atrações do bairro das Grandes Navegações (era de lá que saíam as caravelas rumo ao Brasil, Índias etc.) na Vasca!

Da Praça da Figueira (terminal do Elétrico 15, que é o que você deve pegar) até a Torre de Belém (na "paragem" Largo da Princesa), dá uns bons 60-70 minutos (sim, Belém é bem longe do Centro).
Chegamos logo antes das 10h, quando a Torre abre, e quase não tinha fila. Não são tantos degraus assim, mas a escada é BEM estreita! Ou todo o mundo sobe, ou todo o mundo desce. Por isso, tem um esquema legal de semáforos! Pena que as pessoas não respeitam muito...
Rumo ao Novo Mundo!!

Depois, fomos andando para o Padrão dos Descobrimentos, um monumento erguido em homenagem aos grandes navegadores, com um mapa mundi bem grande no chão, com as datas em que os portugueses chegaram aos vários lugares em que chegaram!
Não é imperdível, mas... já que você já está lá!

Fica aqui meu protesto contra os governantes de Portugal, que até hoje não fizeram um museu decente sobre esta que foi a época de maior glória de Portugal na História mundial. Não só de Portugal – foi um feito de glória da humanidade! Os homens que se lançavam ao mar com aquela tecnologia de araque sabiam menos sobre o que iam encontrar do que os norte-americanos, quando pousaram na Lua. É um verdadeiro absurdo que não haja um museu Smithsonianish sobre este momento...

De lá, atravessamos a rua para o Centro Cultural de Belém, que, além de ficar num prédio superbonito e ter uma feirinha de produtos locais (acho que somente aos domingos), onde compramos um queijo de ovelha de Trás-Os-Montes daquió, guarda o Museu Berardo, uma coleção particular (sic!) de arte moderna e contemporânea. Passei bem rápido pelo museu (que é gratuito sempre!) porque estava cheio daquelas obras que eu classifico dentro do master-blaster-mega movimento Dadaísta (está nesta categoria tudo o que eu não entendo e não vejo sentido nenhum).
Queijos portugueses
Novamente, atravessamos a rua para o Mosteiro dos Jerónimos, onde está enterrada uma galera: Camões, Vasco da Gama, Fernando Pessoa... e onde ainda existe um mosteiro (tanto que tinha uma fila bizarramente grande para entrar na missa... ???). O Mosteiro, assim como a Torre, foi construído nos padrões arquitetônicos manuelinos e é absurdamente LINDO, todo com detalhes entalhados. Gostei muito! É uma atração tem-que-ir com louvor!

Atravessamos a rua (dessa vez lateralmente) para chegar à casa dos Pasteis de Belém – os verdadeiros! Os demais são meros pastéis de nata.
A fila “para fora” é grande e não vale a pena: é muito melhor sentar numa das mesas (é fácil conseguir lugar).
O pastel (i.e. bolinho) de bacalhau (1,45) não passa vergonha, é ok para bom. Os pasteis de Belém (1,05) são realmente muito bons, com a casquinha folhada bem sequinha, e estão na categoria tem-que-comer, mas, sinceramente, não acho que o da Casa Mathilde deixe assim a desejar... e, como já disse no post anterior, o da Manteigaria, na nossa opinião, era ainda melhor.
Cardápio com um milhão de tipos de café

Pegamos o Elétrico 15 de volta para visitar o LX Factory (paragem Calvário), que é basicamente a Vila Madalena in a nutshell. Uma antiga vila industrial, gentrificada e cheia de lojinhas e cafezinhos bem hype. Não gostei, entretanto, que as pessoas podem transitar de carro pela vila e estacionar livremente. Isso acabou com metade do charme...


(também não curti muito o preço das coisas... hahaha! Achei tudo caro, especialmente considerando nossa moeda de m* desvalorizada; por isso, só demos uma volta e fomos embora)

Tomamos o Elétrico 15 até a Praça da Figueira, andamos até a Praça Martim Moniz e pegamos o favorito-dos-turistas Elétrico 28, linha que conserva os bondinhos da década de 50. Uma gracinha!
O Elétrico 28 na frente da Catedral da Sé, em Alfama
Nisso, já passava das 15h, então, almoçamos rapidinho num restaurantezinho simpático que surgiu no meio do caminho (bom, mas nada que mude a vida de alguém) e seguimos para o Castelo de São Jorge, cuja história remonta à época em que Portugal era habitada pelos mouros! 
Antes que você se pergunte, não existe mais uma construção do tal castelo em si; somente as muralhas, vistas de vários pontos diferentes da cidade, dada a sua localização privilegiada (no topo de uma das sete colinas que formam Lisboa).
Este é outro ponto tem-que-ver, mas recomendo fortemente que pense duas (ou mais) vezes se estiver chovendo, se tiver dificuldades locomotoras, se estiver com crianças pequenas ou bem grávida. Nossa, é muita subida e descida em degraus íngremes e pedras escorregadias. (Aliás, não achei Lisboa nada fácil para turistas com qualquer dificuldade locomotora... não chega a ser uma Ouro Preto, mas tem MUITAS ladeiras e escadarias, as pedras são escorregadias... Minhas panturrilhas voltaram trabalhadas!)

Passamos no Mirador Portas do Sol para ver o pôr do sol mais falado dos blogs. Pas malPas mal du tout!

Olha que curioso! Um banheiro público masculino assim aberto aos céus...
Nesta noite, fomos ao Grelha do Carmo, restaurante bem simplesinho e honesto recomendado pelo guia Francisco. Pedimos as ameijoas ao bulhão, abafadas com muito alho, salsinha e limão siciliano (superbom! Mas minha opinião é viesada porque amo mariscos) e o polvo à lagareira, assado na grelha, coberto de vinagrete e servido com macias e deliciosas batatinhas e salada de tomate (bom).
Uma coisa que achei bem curioso é quanto o português (isso aconteceu em diversas situações) é sucinto para descrever seus pratos. Sabe como o dono do restaurante, um senhorzinho fofo, descreveu as ameijoas para mim? “São fritas”. Ponto.
...
Sério, galera portuguesa, vai aqui outro desabafo: sem uma descrição decente, o prato fica menos convidativo!
Depois das ameijoas, o melhor da refeição foi a ginjinha, que o senhorzinho praticamente nos obrigou a beber (e nem nos cobrou) – ele mesmo a fazia, fermentando as ginjas em aguardente, deixando-a bem licorosa e docinha. Uma delícia! Preferi esta à original.


Para fechar o dia, nada melhor que outro pastel de nata da Manteigaria! ;)

Fotos: @autoindulgente

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