segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entre tapas e beijos


Você também tem amigos específicos por assunto? Quero dizer – acontece contigo também de ter amigos com quem, quando você sai, vocês sempre conversam sobre a mesma coisa? E quando você está falando desse assunto, com outras pessoas, sempre pensa no amigo?
Por exemplo: Tem uns com quem converso sobre carreira e assuntos profissionais, há outros com quem só converso sobre futilidades (neste caso, provavelmente, são outras)... e tem o Evandro e a Luciana, com quem sempre divido minhas experiências gastronômicas! Eles, como nós, adoram conhecer restaurantes novos e adoram experimentar novas receitas (entretanto, acredito que são mais bem sucedidos do que nós!!).  Quando saímos, falamos de comida 85% do tempo! E, claro, só saímos para comer! Hahahaha!

Dia 25, aniversário de SP (FELIZ ANIVERSÁRIO, CIDADE QUERIDA!), nos encontramos para comer ceviche no Suri (porque conhecer restaurantes novos é bom, mas voltar aos bons é melhor ainda), mas estava fechado... Daí, resolvemos ir ao Donostia, pertinho dali.
O Donostia é especializado em tapas (minha impressão: quem não é, hoje em dia?!? Tá na moda em Sampa, né?!) e estava na minha listinha há tempos. Eu adoro comidinhas, chamem-nas tapas, chicchetti, bruschettas ou qualquer outra coisa. Na maioria das vezes, trocaria fácil uma refeição por uma fatia de pão com alguma coisinha em cima.
Pedimos várias: tigre (um “guisado” de mexilhão dentro da própria concha, empanada), croqueta de jamón, croqueta de espinafre e pistache, tapa de piquillo e bacalhau (piquillo = tipo um pimentão assado, superbom), de brie com aspargo e jamón serrano, de brie com jamón serrano e patê de pato, de brie com figos e geléia de figo e patatas bravas.
Parece que a gente comeu a Espanha inteira, mas não é bem assim: cada uma era devorada em no máximo 4 mordidas DELICADAS. Então, para satisfazer uma pessoa não-ogra, conte nada menos do que 4 unidades. No nosso caso, foram 4 tapas por pessoa + patatas divididas pela mesa.
As tapas estavam gostosas. E é isso. As croquetas vêm super sequinhas e com uma casquinha inacreditavelmente fina, considerando a cremosidade do recheio. A croqueta de jamón, apesar de gostosa, podia ser de bacalhau – não veria diferença, porque tinha tanto bacalhau quanto jamón naquilo, i.e. nada (minha irmã me disse que é assim mesmo na Espanha, mas é para isso que servem as adaptações de país para país, não?). As demais estavam boas, mas ressalva seja feita: com esses ingredientes, como é que ficariam ruins?? Brie?! Presunto cru?! Figo?! Só faltava ter leite condensado!! Por fim, as patatas bravas continuam lejos das do barzinho perto da casa do Arashiro, em Barcelona. Essas, bem, ¡nunca más!
Patatas bravas 
Croquetas 
Mexilhão
Quando pedimos a dolorosa, me bateu novamente aquela saudade da Espanha, onde eu pagava EUR 2 por 1 copo de cerveja + 1 tapa (em Granada, foi EUR 1!!!)... Tapas @ R$ 5 a R$ 10 (basicamente: as que você come em 2 mordidas custam R$ 5, as que você come em 3, R$ 10), patatas bravas @ R$ 15,90. A conta com 12 tapas, patatas, água e 4 cervejas importadas = R$ 44,11 por pessoa.

Atendimento é supercordial, mega explicativo.
A decoração é rústica, aquele ar meio cru, muitas paredes com tijolinhos à vista, vários acabamentos em ferro e um interessante porta-guardanapo: um pãozinho DE VERDADE plastificado!!
Além das tapas do cardápio (que também tem opções de pratos “de verdade”), diariamente, eles montam novas criações no balcão. É só o freguês escolher, que eles levam na mesa.
Outro detalhe interessante é a presença da Estrella Damm no cardápio – uma cerveja de Barcelona, que é bem difícil de encontrar por essas bandas (@ R$ 12 cada), e uma cerveja phynérrima by Ferran Adriá @ R$ 56 (750ml) (há também a Brahmona Extra @ R$ 6,50, fique tranquilo).

Voltarei: não sei. Apesar das tapas serem boas, odeio a sensação de pagar caro por algo que até dá para fazer em casa. Mais do que isso, odeio a sensação de pagar caro por causa do nome que dão às coisas. O que parece é que só porque colocaram o nome de “tapa”, já dá para cobrar mais caro (que nem fizeram com a tilápia o Saint Peter).
Para ir: com amigos.
Tipo: tapas

Fotos (péssimas, mas o iPhone não chega aqui de jeito nenhum): Helio Kwon e Fernanda I. (ficamos devendo a foto do balcão. A Andressa nos disse que podíamos, mas esquecemos)

Serviço de utilidade pública: Rua Simão Álvares, 484, Pinheiros – tel. 3034-0996

(peço desculpas pelo título do post... não pude evitar o trocadilho)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Extra! Extra!!

Fresquíssima para aqueles que, como eu, adoram o Le Jazz mas não aguentam reservar com anos de antecedência ou esperar 2h por uma mesinha: os sócios vão abrir uma filial nos Jardins, num sobrado, com muito mais espaço e a mesma qualidade! (e os mesmos preços, façam fisga)
Só não vai ser agora...
O sobrado está em reforma, mas deve abrir as portas até junho!
Uhuuuuu!!

(Só para constar: fomos sábado passado no Le Jazz e, como sempre, estava divino. Dividimos uma porção de moules et frites, meia-garrafa de Chianti e um steak tartare, que já veio fofamente em pratos separados.
Os mexilhões estavam DI-VIIII-NOS com aquele molho branco levinho que quase me acabei de tanto encharcar pão e mandar bala, e o steak tartare estava ótimo, como sempre. Fresco e suave*.
A conta saiu R$ 121 o casal (com 10%). Não tivéssemos pedido o vinho, teria saído franquíssimos R$ 78** - moules @ R$ 36, steak tartare @ R$ 35.)

*Para um sabor mais marcante, sugiro o do Garcia & Rodrigues (mas não perto do HK, que odeia o lugar e já me proibiu de mencioná-lo com boas referências).

**Por isso que continuo tão fã do lugar. Com o movimento que tem e a qualidade que oferece, poderia muito bem aumentar o preço (como uns e outros), mas NÃO! E, com isso, conservam seu respeito neste blog. Humpf!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Primo Pastificio

Minha mãe descobriu “dois moços” que fazem massa fresca que é uma coisa de louco. A massa é superleve, e o recheio é pra-valer (nada daquele monte de coisa triturada que você não tem lá muita certeza se é mesmo o que está escrito na embalagem). 
Infelizmente 1, eles (ainda) não têm loja física (nem on line) e só fazem por encomenda. Infelizmente 2, eles têm férias superlongas e, semana passada, quando liguei, eles ainda não estavam atendendo.

Pois bem.
Pensei ser uma boa oportunidade para conhecer o Primo Pastifício, que já tinha recebido elogios do Fanchin, que trabalha com o HK e que tem créditos com o casal.
Compramos sofiolis de brie e damascos, de prosciutto crudo e figos e de caprese (mossarela de búfala, tomate seco e manjericão). Ainda não comi os dois primeiros. Preparamos o último com molho de tomate à la Foodwishes ontem.

Meu veredicto: bons, mas ainda não bateram os dos “dois moços” – nem em sabor, nem em preço.
Quanto ao sabor, tanto recheio quanto massa são meio pesados - inclusive, satisfazem logo... Quanto ao preço, o quilo dos sofiolis é R$ 76,90, R$ 84,90 e R$ 45,90, respectivamente; enquanto os sofiolis dos moços não chegam a R$ 30 (claro, há de se considerar que eles não têm aluguel de loja e vários outros custos relativos à loja).

De qualquer forma, o atendimento é super simpático (e ainda me deu 3 amostras de molho) e as massas continuam sendo melhores que de muitas outras rotisseries por aí. Quem não tem cão, caça com gato.


Aliás, quanto aos molhos... o de funghi com prosciutto é unanimamente bom! Queremos muito voltar lá para comprar um potinho para acompanhar a massa (dos moços).

Foto: Pamela Sorah Kwon 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Condimento e condimentos

Sábado passado, arranjei uma desculpa para ir ao Tatuapé (comprar mudas de ervas para minha hortinha particular de condimentos* no Tatuapé Garden) para “aproveitar” e almoçar no Condimento (não encontrei site, só o blog da dona), um café/ doceria/ bistrot ULTRAfofo que descobri, novamente, via Gastrolândia.

Confesso que quase nunca janto/ almoço na ZL... é longe, não gosto da Radial Leste e já há tantas opções na ZS e ZO, muito mais próximas da minha casa! Mas é por pura preguiça. A própria rua Itapura, onde fica o Condimento, tem várias outras opções que parecem interessantes, como o Bar do Paco ou a Cantina La Pergoleta. Bem antes, na Mooca, tem também a Di Cunto, com uma das melhores panquecas que já comi na vida e uma focaccia imperdível!

Voltando ao Condimento – o ambiente é de menininha: tudo rosinha, meiguinho, musiquinha antiguinha... uma GRAÇA! Vi muitas mães com filhas lá.
A cada dia, umas  3 ou 4 opções de prato para escolher. Acho que, por enquanto, não variam (toda segunda é igual, toda terça é igual etc.). Escolhendo o prato, você tem direito a uma saladinha e pãezinhos (quentinhos e superfofos) com manteiga Aviação (que nem na casa da minha batiam).

O HK e a minha irmã foram de mignon à campesina (com aligot, rúcula e aquelas cebolas pequenas e tenras), eu pedi o risotto de camarão com alcachofra e mini tomates, e minha mãe foi de ravióli de brie com molho de tomate.
Eu gostei muito do meu prato – arroz e camarão bem cozidos (al dente e não-borrachudo, respectivamente), boa quantidade de camarão e do risotto em si, ótima combinação de ingredientes (gente, como amo alcachofra). O HK criticou seu prato porque, apesar do mignon estar tenro, o ponto estava passado demais e a carne não estava suculenta. O ravióli estava bem gostoso, mas é um prato mais “seguro” também.



De sobremesa, pedi a razão da minha visita – o crumble de mirtilo (no Maine, eu comia pedaços e mais pedaços de blueberry pie, nunca enjoava...) com sorvete de creme, o HK foi de alguma sobremesa de chocolate, minha irmã pediu o carrot cake (American style) e minha mãe, o bolo de fubá cremoso – devidamente acompanhados de café Suplicy (nada como terminar uma refeição com um café de qualidade!).
Não sei se é a história da expectativa, mas... decepcionei! Não lembrava NADA a torta que eu comia nos States, a farofa não estava crocante e o sorvete veio quase um creme, de tão derretido. O carrot cake e o fubá, entretanto, são boas pedidas. Ambos, perfeitos para acompanhar um cafezinho.
Uma mesa cheia de gostosuras deixa qualquer um maluco na hora de escolher... 


A dolorosa veio relativamente indolor – é o que normalmente se paga na maioria dos restaurantes em SP... Mignon @ R$ 39, risotto @ R$ 39, ravióli @ R$ 29, sobremesas entre R$ 4,50 (carrot cake) e R$ 15 (crumble de mirtilo), café @ R$ 3,20. Conta toda = R$ 55 por pessoa. Durante os dias (in)úteis, os pratos são mais baratinhos (por volta de R$ 25), mais em linha com um “almoço executivo”.

Outras informações: O Condimento não serve jantar (somente café da manhã, almoço e chá da tarde). O atendimento é bom, educado e prestativo. Tem valet na frente. Vende coisas fofas (canecas, moringas etc.) e chás The Gourmet Tea.

Voltarei: talvez. Gostei muito, mas é, de fato, longe para mim. Acho que quero experimentar o chá da tarde da próxima vez.
Para ir: com amigas ou com mãe/ vó.
Tipo: menininha!!!!

Fotos: Helio Kwon e Fernanda I.

Serviço de utilidade pública: Rua Itapura, 1525, Tatuapé – tel. 3554-1525

*Olha que fofura que ficou a hortinha!! Compramos manjericão (roxo e normal), alecrim, orégano (sim, eles nascem frescos!), hortelã e coentro! Agora, lá em casa, só temperos frescos, bem!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Otra vez, esta maldita felicidad

Descobri o Hecho em Mexico pelo Gastrolandia, que é meu mais novo blog-sensação. Li o post, salivei nas fotos (bem melhores que as minhas), babei nas descrições, reuni meus amigos mais gordinhos e fui conferir.
Decoração bonitinha, bem informal (mesas de madeira de demolição, grande área ao ar livre, pinturas kitsch na parede...), banheiro superbonitinho (nunca menciono o banheiro, mas os azulejos, o gabinete e a pia me impressionaram!), atendimento meio atrapalhado (são poucos garçons e eles correm muito para servir todas as mesas), mas simpático e pronto para ajudar; Sol mexicana e Dos Equis na lista de cervejas! Êlaiá!
Pedimos totopos (nachos) com guacamole e frijoles (pasta de feijão) com sour cream para começar. A gente acha que Doritos quebra o galho, né? Passa lejos... aquilo, sim, que são totopos! Sequinhos, crocantes, sabor marcante de milho. MUITO bom! Os frijoles também estavam bem gostosos, mas, posso falar?, o guacamole não foi dos meus favoritos. Não sei... acho que me faltou tomate... ou pimenta dedo-de-moça... ou coentro. Me faltou algo.
Depois, pedimos tacos (massa molinha – nunca pensei que fosse gostar tanto) de carnitas (carne de porco desfiadinha, com sabor marcante de laranja), de fajitas (carne bovina em tirinhas, com bacon, entre outras tantas coisas) e de pollo (frango, mas não comi este). As fajitas foram a preferência nacional! Sucesso nas paradas! MUITO saborosas e temperadinhas!
Podem ser pedidos individualmente, mas, na porção, vem 3 (achei sacanagem porque, na visita da Ailin, vinham 4), e dá para comer em 3 mordidas. Em uma mesa de 8 pessoas, pedimos 7 porções e ficamos satisfeitos (pelamor).
Para fechar a noite, pedimos alternadamente arroz doce e pie de queso (cheesecake!), feita com cottage. O arroz doce estava ótimo, BEM caldoso, gostinho de laranja (calma, nem tudo tem gosto de laranja lá), doce na medida certa. A pie estava maravilhosa! Levinha, úmida, crosta douradinha, doce na medida certa, também. Muito recomendo!

Preço? Superjustos R$ 33 por pessoa (bebidas diversas, mas só 3 pessoas beberam cerveja +3 porções de totopos + 1 frijoles com sour cream + 7 porções de tacos + 8 sobremesas).

Ah, peça as pimentinhas da casa (4 tipos). Vai por mim... até você que não gosta de pimenta vai querer experimentar essas. São fraquinhas e só deixam tudo mais saboroso!

Voltarei: sí, sí ¿cómo no?
Para ir: com amigos e matar saudades da Sol mexicana (“se beber, não dirija”)
Tipo: mexicano, mais autêntico, sem as gorduras e os molhos excessivos da cozinha texmex.

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: Rua Renato Paes de Barros, 538, Itaim, tel. 3073-0833

domingo, 15 de janeiro de 2012

Releitura: P.J. Clarke’s

Em novembro de 2008, a Flá escreveu um post sobre sua ida ao P.J. Clarke’s. Na época, o restaurante tinha poucos meses “de vida”, supernovidade e era mais disputado que água no deserto. Passados mais de 2 anos, não é tão complicado assim encontrar uma mesa, por Diós, mas, tirando isso, continua pretty much the same: proposta igual, decoração igual, alguns sanduíches abrasileirados no cardápio e preços bem salgadinhos.

Domingo passado, fui com a Letti. Chegamos supercedo (18h30), mas, às 21h, ainda havia várias mesas disponíveis. Pedimos eggs Benedict (com torrada, lombo canadense e molho holandaise) para começar a brincadeira. MUITO bom! Sequinho, gema mole, torrada crocante. Pedimos o molho a parte porque a Letti disse que, normalmente, eles encharcam os ovos.
Depois, a Letti pediu The Cadillac (hambúrguer da casa), e eu fui de Club Turkey. Achei o Cadillac com um tamanho bem razoável. É grande, mas não exageradamente. O que você sente é o sabor do recheio realmente, não só pão, como no America ou Applebee’s. A Letti disse que é supergostoso. O club turkey, em pão miga, também estava muito bom, sequinho, camadinhas finas do recheio (tem tipo um milhão de coisas) e relativamente leve (considerando um lanche norte-americano).
Para acabar com a festa, dividimos um cheesecake. Fatia generosa, bastante calda de frutas vermelhas (azedinha, consistência leve), muito gostoso e surpreendentemente leve (não tanto quanto do Amor aos Pedaços, devo dizer, que segue na posição de favorito-master).

Quem se animar, pode tentar fazer em casa com a receita que o Estadão divulgou, mas já vou avisando que tentei e não ficou exatamente igual...

Com refris e 1 água, a conta ficou em R$ 73 por pessoa. Os lanches custaram R$ 31 e R$ 33, refris e água @ R$ 5. Salgado para uma lanchonete, não?? Aposto que não sai esse preço nem em NY!

Antes de domingo passado, só tinha ido para o café da manhã – agora, só servido aos domingos, até as 12h, em formato buffet, cheio de quitutes bem gordos americanos, como ovos mexidos, bacon frito, linguiças/ salsichas, panquecas e waffles. Uma delícia pro coração!

Voltarei: duvideodó. A comida é boa de verdade e o atendimento é flawless, mas R$ 75 para um lanche???
Para ir: com amigos
Tipo: lanchonete nova-iorquina

Serviço de utilidade pública: Rua Mario Ferraz, 568, Itaim Bibi – tel. 3078-2965

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hortênsia (ou outra coisa, dependendo do kanji...)

Outro desejo de início de ano era voltar ao Ajissai, que eu meio que frequentava mais quando morava na Ana Rosa.
O Ajissai é uma casinha pequenininha, bem simples e familiar, perto da estação Ana Rosa, especializada em tonkatsu, que é carne de porco à milanesa com acompanhamentos japoneses (gohan, misoshiro, tsukemono, alguma outra conserva japonesa, saladinha de repolho e um molho mega-ardido de raiz forte).
Engraçado pensar que a culinária japonesa tão conhecida por suas baixas calorias, por ser saudável e por seu sabor delicado e sutil esconda verdadeiras ogrices como o tonkatsu e o carê... hahahaha!

Enfin...
Além do tonkatsu, eles também têm outras opções à milanesa no cardápio, como ostra, lula, carne bovina, frango, camarão... O camarão é o mais caro (R$ 54), as outras porções custam em torno de R$ 30 a R$ 35. Se não estiver com muita fome e estiver acompanhado, basta uma porção e outro “set” de acompanhamento (R$ 17), porque vem 2 bifes.
Além das milanesas, há alguns poucos pratos japoneses, como gyudon e lamen, mas nunca experimentei.
O tonkatsu é superbom – carne é macia e úmida, com uma boa altura (perto de 1cm), casquinha crocante, sem “esturricos”! A lula também é boa escolha – não é borrachuda. Gohan muito gostoso, bem macio, bem grudadinho! Misoshiro bem concentrado, bastante saboroso. Muito bom! Bem tradicional.
Já me disseram (minha designer de sobrancelha, que já morou no Japão) que é o tonkatsu mais próximo do japonês “de verdade” que ela já comeu em SP.
Da última vez que fomos, alguns bons anos atrás, era sábado à noite. Havia um jovem atendente, de uns 17 anos (vai saber, japonês esconde bem a idade, né? #graçasadeus), estava semi-pronto para ir à balada, só esperando a casa fechar para poder sair (sim, eles fecham cedo, às 22h, como bom japonês tradicional). Engraçado vê-lo agora... estava tão maior!! Pôs um piercing no nariz e está com o cabelo mais revolto. Isso me fez pensar quanto tempo havia que eu não ia... e como há tempos que não vou em tantos outros restaurantes que gosto.
Hmmm... talvez eu comece a fazer algumas releituras de alguns posts antigos, em 2012.

(gente, será que eu uso esse negócio de hashtag direito?? Eu nem sei direito como isso funciona, mas incluí no meu linguajar blogueiro! Hahahaha! #perdidatotal)

Voltarei: sim, claro!
Para ir: cedo, porque é cedo que japonês janta
Tipo: tonkatsu

Foto: Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 372 (próximo ao metrô Ana Rosa), Vila Mariana – tel. 5549-0627

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DICAMPS: Dica de Campinas?!!

Às vezes, você também pára para pensar como a vida vai tomando rumos inesperados e que você nunca acreditaria se te falassem uns anos atrás onde você estaria hoje? Foi isso que pensei outro dia... veja só: quando eu morava no Bosque, lá em Campinas, com 11 anos de idade, quando é que imaginaria que estaria lá 18 9 anos depois, visitando minha amiga de Vila Velha que conheci no Maine, em uma vila de 300 habitantes (!!!), durante um Work Experience...
Eu sei que é algo completamente plausível e que há mudanças muito mais cabeludas do que essa (essa, na verdade, foi só uma evolução dos fatos), mas esses retornos me fazem pensar em tanta coisa que aconteceu de lá para cá e como tudo poderia ser diferente se apenas UMA coisinha tivesse saído do lugar.

Hmmm...

Bom, como este blog fala de restaurante, vamos-às-vias-de-fato:
A Gi me levou para almoçar num bairro supergostoso chamado Joaquim Egídio, meio afastado do Centro da Cidade e com jeitinho de interior de verdade (charminho rústico, com aquele ritmo de siesta de domingo). Lá, vários barzinhos e restaurantes fofis - tinha até um almoço de casamento rolando!! #ficaadicaparaasnoivasdeplantão
Acabamos amarrando nossos jumentos parando nosso carro no Bar do Marcelino, eleito pela Vejinha Campinas "o melhor restaurante de comida brasileira da cidade". Ambiente bem simples, cara de boteco, atendimento simpático e comida... inspirada! Parece caseirinha! Pedimos o lombo (que é tipo frango-lombo-com-tudo-dentro, de tanto acompanhamento que vem) e não nos arrependemos - vem dois trens de carne úmida, bem temperada, com feijão novinho e bem caldoso... muito gostoso!!
Só os legumes que... bem, eram legumes e pareciam legumes. Ponto.

Além disso, para completar a satisfação da minha barriga, a satisfação do meu bolso: R$ 60,50 para duas pessoas (com dois guaranás)!!!! Nada mau!!!!
Triste foi sair de lá e dirigir de volta até o Cambuí... ponto negativo pro restaurante, que devia estender redes nas árvores próximas!!

Voltarei: provavelmente, não, mas é só porque eu não moro em Campinas... então, quando eu voltar, quererei experimentar um restaurante novo.
Para ir: com amigos, num dia bem ensolarado e gostoso
Tipo: comida brasileira, tipo mineirinha

Foto: Fernanda I.

Serviço de utilidade pública: Rua Heitor Penteado, 1.113, Joaquim Egídio - Campinas - tel. (19) 3298-6909

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Últimas fernandicas italianas

Vou por tópicos, que fica mais fácil:
- caso volte a Milão para pegar seu vôo de volta, 
(i) tente ver "A Última Ceia", que está na parede da Basilica Santa Maria delle Grazie, mas que precisa de  reserva com meses de antecedência. Outro passeio que não fiz, mas deve ser muito interessante, é o tour pelo Teatro Alla Scalla, a opera house mais famosa e importante do mundo!
(ii) a fernandica gastronômica fica por conta do bairro Navigli - barzinhos e restaurantes com mesas ao ar livre, rodeando um canal de águas inacreditavelmente límpidas! Muita gente bonita, muita gente jovem... minha escolha para badalar em Milano!

- para não ficar lost in translation, recomendo a leitura deste interessantíssimo post do blog At Home in Tuscany. Não tem como não rir ao lê-lo - seja porque há várias coisas que são EXATAMENTE como estão escritas, seja porque fica óbvio a influência da cultura italiana na nossa (veja os pontos 14, 15 e 18, por exemplo).
Algumas diferenças culturais que estão diretamente relacionadas a este blog e que valem a pena anotar:
(i) coperto – HK e eu ficávamos sempre na dúvida se o tal do “coperto” que vinha descrito na conta era equivalente a “serviço” e se seria ingenuidade turística nossa adicionar outros 10% da conta total, porém, graças ao At Home in Tuscany, descobrimos que “coperto” está mais para o nosso “couvert” e que não vai para o garçom que te serviu. Então, se seu garçom te serviu bem, pode contar mais 10 a 12% sem medo de parecer trouxa demasiadamente mão aberta.
(ii) pão – o hábito de molhar o pão no azeite e comer antes das refeições NÃO É ITALIANO. Na realidade, o pão servido nas mesas sequer é para ser comido antes das refeições (mas a-gente-morto-de-fome sempre acabava com o cestinho antes da comida chegar), mas, sim, para acompanhar outras coisas, como carnes curadas e molhos. Aliás, uma bizarrice curiosidade: o pão toscano é sem sal, praticamente sem gosto, exatamente porque deve acompanhar outras coisas saborosas, pela etimologia.

- tem um pouquinho mais de tempo e quer personalizar seu roteiro? Escolha um lugar menos conhecido para chamar de "seu"! 
A nossa cidade foi Otranto, na Puglia, no salto da bota itálica. Em julho e agosto, a cidade ferve com italianos em férias escolares em busca de mar azul e da comida pugliese (fresquíssima, com sabor muito autêntico). Em setembro (quando fomos), a cidade, ainda com clima bem agradável, está praticamente vazia e incomensuravelmente mais charmosa:
Quer mais dicas? Me escreve um comentário, deixa seu e-mail e eu ficarei feliz em ajudar!!!

Ciao!!

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Roma, non basta una vita

Acho que esta foi a expressão que mais li quando estava fazendo minhas pesquisinhas pré-viagem (sim, eu sou nerd até nisso e, como boa drizete e trip, considero que fazer bem o dever de casa antes da viagem já É parte da viagem).
É vera a expressão: Roma é uma das maiores capitais da Europa, é prahalad histórica (piadinha interna) e ultra fervilhante. Nem em uma vida inteira, uma pessoa conseguiria ver todos seus monumentos e atrações turísticas (considerando que até eles estão em constante mudança), provar todos seus sabores, ver todos os pontos da cidade em todas as cores de um dia e em todas as nuances climáticas de um ano... (mas, puxando a sardinha para meu lado, o mesmo acontece com todas as grandes cidades do mundo. Até São Paulo, né não? Mas deixa pra lá, porque a expressão é italiana – e eles não a fariam para uma cidade, digamos... russa!)
Gostei de Roma. Foi a primeira cidade na Itália (tirando Milão) em que senti que estava numa cidade italiana, porque foi a primeira vez que vi italianos “de verdade” (Veneza e Florença parecem cidades cenográficas, em que não há pessoas que trabalham “de verdade” e moram “de verdade”. Poderia ser “O Mundo de Andy”).
Tudo lembra muito São Paulo. A começar pela comida... sem comentários aqui. Mas não é só isso: (i) as pessoas parecem fisicamente paulistanas, mas são mais bonitas, bem vestidas e charmosas; (ii) o trânsito é caótico e confuso e nenhum pedestre respeita sinal nem faixa, (iii) o metrô tem uma rede curta, e o transporte público depende em grande parte dos ônibus, (iv) até tem um bairro que seria o equivalente à nossa Vila Madalena – Trastevere.

Bom... quantos dias recomendo? Na minha honesta opinião, uma vida inteira é demasiado. Eu fiquei 6 dias, mas teria ficado 4. Hmmm... tá, tá: 5. É o suficiente para, como diria o Comandante, "os lerês principais e bundalelês essenciais" - você conhece pessoalmente todos os pontos turísticos que está cansado de conhecer virtualmente e ainda tem tempo de observar os romanos, eleger seu gelato favorito (o nosso foi o do Alberto Pica) e conhecer pontos que não estão no livrinho "o que fazer em Roma em 1/2 dia" (eu recomendo fortemente a Basilica di San Clemente, que é uma aula de arqueologia).

Bom, vamos ao que viemos: a comida!!
Para comer sem indicações específicas, aposte no bairro de Trastevere (passando pela Isola Tiberina e pela Ponte Fabricio, a mais antiga de Roma), cheeeeeio de barzinhos e restaurantes, dos chics & famosos aos mais pé-na-arena.
Para um jantar extravagante (era meu aniversário e o jantar de EUR 85 por pessoa foi meu presente), recomendo o Glass, cozinha italiana moderna.
Seleção de pães (este da frente era com nero di seppia)
O primo era um ravioli ao sugo às avessas - o molho estava dentro da massa!!!


Para fechar com chave de ouro, eles ainda me trouxeram uma velinha à mesa (com a seleção de petit fours) e a chef veio me desejar Feliz Aniversário!! (o HK tinha feito reserva por e-mail há meses!) Superatenciosos!

Outra região que é sucesso nas paradas é a do Campo dei Fiori. Se estiver cansado de massa e pizza, caia de boca nas saladas do Óbika Mozzarella Bar - satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. Se quiser comer a melhor carbonara da cidade (eleito pela Gambero Rosso), vá ao Roscioli (EUR 15 o prato bem servido da melhor carbonara da minha vida). Se quiser uma refeição mais barata turística, siga para o Ai Balestrari, aberto desde 1862, com a pizza mais gostosa da viagem, BEM italiana (massa fina, recheio escasso, uns 25cm de diâmetro, individual) e a melhor bruschetta do mundo (eleita por moi) (nossa refeição, com refrigerante, massa e pizza custou EUR 28,50):
Saladinha do Óbika
Melhor carbonara EVER!!!
Ela não parece ultra apetitosa????
BEM fora do roteiro turístico (e só vale a pena se estiver zanzando pela região da Stazione Termini), recomendo fortemente a Trattoria da Bruno, uma cantina bem simples, com atendentes que não falam inglês, com comida com cara de caseirinha (ultra comfort food). Conte uns EUR 20 por pessoa para um jantar sem vino.

Realmente, una vita não seria suficiente para experimentar todas as guloseimas e visitar todos os restaurantes de Roma, mas esforce-se... faça seu melhor... e não me venha com história de regime quando estiver viajando, por favor!!

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: 
Alberto Pica: Via della Seggiola, 12, Roma - tel. +39 066 868405
Glass: Vicolo del Cinque, 58, Roma - tel. + 39 06 58335903
Óbika Mozzarella Bar: Piazza Campo dei Fiori, esquina com Via dei Baullari, Roma - tel. +39 06 68802366 
Roscioli: Via dei Giubbonari, 21, Roma - tel. +39 06 6875287
Ai Balestrari: Piazza Campo de' Fiori, Via dei Balestrari, Roma - tel. + 39 06 6865377
Trattoria da Bruno: Via Varese, 29, Roma (pertinho da Stazione Termini) - tel. +39 06 490403

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Primeira decepção de 2012


Comecei o ano cheia das vontades gastronômicas: madeleines de frutos do mar do Astor, moules et frites do Le Jazz, ribs on the barbie do Outback (com batatas perdidas em queijo e bacon)... isso sem contar a listinha, que está crescendo formidavelmente desde que eu “descobri” o Gastrolândia e o Alice no País das Guloseimas.
Já comecei a marcar na minha agenda as minhas revisitas gastronômicas quando, de repente... MEU DEUS!!
TIRARAM AS MADELEINES DO CARDÁPIO DO ASTOR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
TÔ INDIGNADA.
GENTE, NÃO PODE SER!
Entrei no site, abri o cardápio, virei e revirei... CADÊ????????????!!!!!!!!!

...
Dor e revolta no meu coração...
...

P.S. Antes que me perguntem: o herdeiro NÃO está a caminho.
P.S.2. Nem preciso mencionar a saudade que tenho do clam chowder do Birches Resort. Isso é uma mácula no meu coração. Sem volta...