terça-feira, 14 de julho de 2015

Montevideo

Esse feriado de 9 de Julho, fui ao Uruguai. Chegamos na madrugada de quarta para quinta, passamos o primeiro dia em Montevidéu; na sexta, fomos para Colônia de Sacramento e, em seguida, para Carmelo, onde passamos o sábado, também. Domingo de manhãzinha, pegamos a estrada de volta para o aeroporto de Carrasco. Não fomos a Punta del Este. Claro que podia ficar mais uns dias (uma vida?), mas foi tempo suficiente para conhecer as coisas com calma e praticar o dolce far niente.

Viajamos de milhas, via Tam. O trânsito na quarta pré-feriado estava enlouquecedor e levamos 2h para chegar do Itaim Bibi a GRU. Deixamos nosso carro estacionado no Multipark Conforto (R$ 17 a diária), que conta com 3 vans que vão-e-vem nonstop para todos os terminais. Apesar do trânsito (e da fila no estacionamento), o transfer foi rápido, porque as vans são realmente rapidinhas. Recomendo!
*O Multipark ainda conta com outro estacionamento, o Econômico, com 2 vans e um tequinho mais longe. Sai R$ 14 a diária.
**Ah, não deixe de reservar sua vaga pelo site (especialmente se for feriado). Eles nem estavam aceitando mais ninguém sem reserva.

Desde a sua inauguração, exatamente um dia depois do meu retorno de NY, no ano passado, eu ainda não tinha usado o T3. UAU! É o máximo! Amplo, todo envidraçado... lembra bastante o aeroporto de Barcelona. Tem Bacio di Late, Garrett Popcorn, Piola... um monte de opções de comidinhas! E o duty free da volta... MEU DEUS! Tem até espaço da Cuisinart! (mas não tinha o processador de alimentos grande que quero)
Hahahaha!

Depois de um atrasinho de aproximadamente 1h, nosso vôo finalmente decolou. Chegando em MVD, pegamos nosso carro reservado na Avis*, fomos extorquidos no câmbio do aeroporto** e seguimos para o Hotel Puerto Mercado, bem no Centro, chegando lá pelas 4h da madrugada.
O hotel merece uma resenha a parte. Tanto que escrevi uma inteira, só para ele, no TripAdvisor. Vai lá conferir, se estiver pensando em ficar neste hotel.
*Conforme decreto federal, turistas que pagam aluguel de carro e restaurante via cartão de crédito ou débito internacional, ganham o abatimento de IVA (18,5%!). Vale a pena, mesmo considerando o IOF (6,38%).
*Outro fato importante: no Uruguai, carros devem andar com o farol aceso SEMPRE.
*Outro fato mais importante ainda: a gasolina no Uruguai (chama-se Super95) é CARÍSSIMA! Mais de R$5 o litro!!!!!!! (aos desavisados, aqui no Brasil, a gente está pagando em torno de R$3)
*Nossa, adorei alugar carro no Uruguai (na Avis especificamente, não sei se é a mesma coisa em outras locadoras) – tirando a burocra inicial, para preencher a papelada e contratar o carro, todo o resto foi super agilizado. A entrega do carro é na própria saída do aeroporto (não temos que ir até o estacionamento da locadora). E a devolução resume-se a estacionar o carro no estacionamento do próprio aeroporto, entregar as chaves no guichê e avisar em qual zona do estacionamento ele está. Simples assim. Demorei mais tempo na fila do toilette feminino que o HK, para devolver o carro. Uma maravilha.
**O melhor câmbio que encontrei foi no Centro, perto da Plaza de la Constitución (UYU/BRL = 8,10). O pior foi este do aeroporto. Não seja bobo como eu - habilite seu saque internacional e saque no aeroporto mesmo.

No dia seguinte, acordamos perto das 9h30, tomamos café no hotel (pobrinho) e saímos para conhecer a Ciudad Vieja. Nossa primeira parada foi no Museo Andes 1972, inteirinho sobre o acidente aéreo com o time de rugby do Uruguai, que caiu em plenos Andes, com 16 sobreviventes (de 45), que aguentaram por SETENTA E DOIS DIAS um frio literalmente congelante e DUAS avalanches. O museu em si não é tãããão interessante, mas as pessoas do museu são fantásticas. Uma senhorinha e o próprio fundador do museu (que não estava no avião, mas é amigo pessoal de alguns dos sobreviventes) vieram conversar conosco, dando ricos detalhes sobre a história. Visita mais do que guiada.
Éramos os únicos visitantes. A entrada custou R$ 25 (ou UYU 200) por pessoa.

Em seguida, atravessamos a Plaza de la Constitución e chegamos ao lindo Teatro Solís. No mês de julho, as visitas acontecem somente às 11h e às 12h, porque há programação especial para crianças todas as tardes. Pagamos UYU 20 (algo próximo de R$ 2,50 – muito baratinho) por pessoa e nos juntamos ao último tour do dia, que havia acabado de começar. A visita é curta e foi toda em espanhol (dá para entender tranquilamente), passando pelo foyer (com uma pocket apresentação do grupo de teatro local, bem interessante), sala principal e a black box (uma sala de teatro secundária, uma grande caixa negra, perfeita para as peças mais contemporâneas).


Saindo de lá, demos uma olhada na Plaza Independencia, com a Puerta de la Ciudadela e o meio Gotham-style Palacio Salvo. Então, descemos a Calle Sarandí (exclusiva para pedestres) até quase o Porto. Cuidado! As ruas são minadas de cocos de cachorro!!

As casas mais próximas do Porto são bem bonitinhas, com um ar vintage bem forte. Parece que estamos num cenário de filme dos anos 50.

Almoçamos no Es Mercat, um lugar recomendado pelo Viaje na Viagem. O lugar é pitoresquíssimo – um manequim grafitado na porta, uns quadros bem clássicos na parede, móveis antigos, uma escova de vassoura pendurada na parede, cardápios em lousas móveis (e o pior banheiro da viagem)...
Pedimos uma cazuela de mejillones e um puchero (que veio com uma sopa de letrinhas de entrada!!! Bem Maggi!). O puchero é um ensopado ralinho bem rústico, com ossobuco, batata, cenoura, milho, abóbora – tudo em grandes chunks, bem comfort food. Tudo estava ok: gostoso, mas nada de outro mundo.
Mejillones 
Puchero
O serviço é lentíssimo e bem enxuto (somente 1 pessoa para atender todo o salão) – como em praticamente todos os restaurantes a que fomos durante a viagem inteira.
Com água e sem sobremesa, a conta saiu pouco mais de R$ 50 por pessoa (pagamentos somente em cash). Conforme um post super recente do Riq Freire, comer fora no Uruguai sai mais ou menos a mesma coisa que em São Paulo (que eu considero uma cidade cara).

Saindo de lá, fomos (só dar uma olhada mesmo) ao Mercado del Puerto, que praticamente só tem restaurantes (parrillas), sendo mais próximo daquele de Santiago ao de São Paulo. O famoso El Palenque, recomendado por 99 de 100 blogs de viagem, estava fechado, para reformas. Não sei como era antes, mas vai ficar bizarramente grande agora.


Pertinho de lá, a Galería Acatras del Mercado* expõe e vende somente arte uruguaia. Muita coisa bonita, cotada direto em dólares – MUITOS dólares, aliás. Vale a visita.
*Este artigo bem legal sugere outras galerias de arte contemporânea em Montevidéu, se o assunto te interessar.

Voltamos para o hotel para descansar um pouco. Perto das 17h, pegamos o carro e fomos até a Rambla Republica del Perú, na região de Pocitos, parte das Ramblas recomendada pelo VnV. Como fomos dirigindo pelas Ramblas, pudemos ve-las quase inteiras. É muito agradável, com largos calçadões para caminhar e praticar outros esportes. Discordando um pouco do Riq (if I may), gostamos mais da Rambla Wilson e da Mahatma Gandhi, na região de Punta Carretas. É uma região mais tranquila, pareceu-me.
Um pouco além da Rambla Rep. Del Perú, fica aquele letreiro famoso de Montevideo, o “deixa-que-eu-empurro” deles (isso porque todo o mundo fica subindo nas letras, igual fazem com o nosso Monumento às Bandeiras).

Essa região é mais moderna, com prédios bem bonitos e muitas concessionárias de carros importados e caros.

Paramos num cafezinho simpático para comer media-lunas e tomar um chazinho. As media-lunas do La Nonna foram as melhores da viagem (mas não perca seu tempo indo até lá se estiver longe, não vale tanto assim)!

Se há uma coisa barata no Uruguai, são as media-lunas – custavam sempre em torno de UYU 10 (R$ 1,25)!!! Uma maravilha!
Também ficamos zanzando pelo Shopping Punta Carretas até dar 20h, quando (finalmente) abria o restaurante La Pulpería (recomendadíssimo pela prima do HK). 

Gente! O restaurante abriu às 20h e, às 20h05, já estava lotado! Ele é pequenininho (tanto que todas as janelas viraram balcões) e tivemos que sentar numa mesa externa. Depois de um tempão, nosso ojo de bife com batatas noisette e boniato (uma espécie de batata com textura e sabor de abóbora, bastante comum por lá) assado chegaram.
A carne era boa, mas minha expectativa estava bem acima dela, infelizmente...
O preço, entretanto, foi bom de verdade - a carne (suficiente para duas pessoas) custava aproximadamente R$ 45, e o jantar todo saiu uns R$ 100 (com água, sem sobremesa).
Puxadinho uruguaio
Na região, há vários restaurantes e cafezinhos com cara boa. Da próxima vez a que for a Montevidéu, acho que ficarei para esses lados. Bem mais agradável.

Fiquei surpresa como a cidade é pacata. Era uma quinta-feira “útil” e mesmo assim não havia trânsito, nem muitas pessoas nas ruas. Gostei de Montevidéu.

Fotos: @autoindulgente e Helio K.

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