sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Curso de Carnes Vermelhas no Viandier - estabelecimento fechou.

Há, pelo menos, 2 anos, fiz um curso de arrozes no Madame Aubergine e gostei tanto da experiência que prometi para mim mesma que faria outros cursos do gênero em breve. Claro que o “em breve” virou... semana retrasada.
Dessa vez, escolhi o Viandier, mais próximo da rota trabalho-casa, com o curso “Carnes Vermelhas em 5 Versões” – aprenderíamos rosbife, hambúrguer, steak tartare, filé a wellington e filé ao molho de gorgonzola. Estava especialmente ansiosa para o rosbife, porque amo e sempre quis aprender a fazer corretamente.
Pois bem...

o pré-curso: o formulário para pré-inscrição no site do Viandier não funciona. Preenchi, enviei e fiquei esperando uma resposta em vão. A resposta só veio quando liguei na escola-restaurante.
Um dia antes do curso, a simpática Margarete ligou-me confirmando quórum para o curso, passou-me os dados para o depósito (R$ 180) e confirmou minha matrícula. Tudo certo.

o lugar: o Viandier tem um estilo rústico muito bonitinho. Cheguei no horário para a aula, o chef estava recepcionando os alunos e indicado o caminho para a aula, mais ao fundo do prédio.
A “sala” tem dois fogões, exaustores potentes e uma bancada na frente dos fogões para os alunos acompanharem o preparo de pertinho. Não tem espelhos no teto para facilitar a visualização sem meter o carão na frente da panela. E também não tem frescuras de Kitchen Aid e Le Creuset para lá e para cá. As panelas de ferro parecem as que vejo no sítio do meu tio, e os utensílios tem cores padrão.

o chef: o Gustavo Iglesias começa o curso se apresentando, falando de seu background. É carioca, trabalhou no Copacabana Palace, em resorts como o Club Med e o Le Meridien, veio para São Paulo após casar, abriu o Viandier há uns 7 – 8 anos (ele fala a idade exata, eu que não me recordo). Gosta de fazer comidas de forma simples, sem frescuras, "como a vó faria".
Muito simpático e muito acessível, dá dicas a todo momento, pergunta se estamos entendendo tudo, responde até as perguntas mais estúpidas (e houve várias, eu te digo!) sem fazer cara feia.

a aula: fomos 6 alunos, os preparos se dividiram entre um fogão e outro. Quando era o fogão que estava na minha frente, ótimo; quando era o outro, bem... não tão ótimo.
Mas isso nem chegou a ser "o" problema... vamos por preparo:

1)      o rosbife... foi uma decepção. Primeiro porque ele o faz na chapa (óbvio que eu queria a receita tradicional, no forno), em medalhões. Segundo porque nem grelhar na chapa, ele grelhou – disse como fez, tirou da geladeira pronto e resfriado, cortou e serviu.
2)      o steak tartare... foi um crime. Primeiro porque ele o chamou de stake tartar (sim, eu sei, foi burrice da minha parte... eu deveria ter suspeitado de alguma coisa neste momento). Segundo porque ele usou PATINHO MOÍDO ao invés de cortar na ponta da faca. Terceiro porque ele usou patinho moído DUAS VEZES.
3)      o filé a wellington... não foi nada demais, mesmo porque filé a wellington não é nada demais nunca. Ô pratinho brega. Claro que ele também usou um atalho neste prato e foi de massa folhada pronta congelada.
4)      o filé ao molho de gorgonzola não foi uma preparação com foco no filé, obviamente. E o molho de gorgonzola, com bechamel como base, ficou gostoso e leve (até onde pode ser).
5)      o hambúrguer... salvou a noite! (finalmente!!!!) De acordo com o Gustavo, é a receita do famigerado St. Louis, cujo chef é seu amigo. O hambúrguer ficou úmido, ao ponto, “aerado”, bem saboroso.

Não me importo em simplificar as coisas (tanto que uso caldo de potinho para meu risoto do dia-a-dia... #prontofalei), mas não paguei R$ 180 para aprender atalhos alheios, que deveriam vir como dicas e não como as receitas em si. Minha própria mãe não chama seu estrogonofe de estrogonofe só porque não o flamba (ela chama de picadinho de estrogonofe); então, não me venha chamar de roast beef uma medalhão grelhado fatiado!

Voltarei? Não. O curso do Madame Aubergine foi muito melhor. Além disso, tenho indicação de outros cursos bons, como o Atelier Gourmand, aonde os alunos cozinham junto, durante a aula (sim, o preço aumenta razoavelmente).
Para ir: almoçar, quem sabe... o almoço executivo custa R$ 33,50 com sobremesa.
Tipo: restaurante-curso.

Serviço de utilidade pública: Al. Lorena, 558, Jardins – tel. 3507-2987/ 3887-2943

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