sábado, 20 de abril de 2013

Último post sobre Paris (finalmente!) - Dicas turísticas

Quem vai a Paris pela primeira vez, tem, sim, que fazer toda a maratona pelos pontos turísticos e principais museus. Tem muita coisa interessante para ver e recomendo, pelo menos, 4 dias inteiros (e você ainda terá que definir prioridades, porque provavelmente não terá tempo para ver tudo).

Para facilitar a organização, seguem os principais pontos de interesse, aglutinados por região:

A Basílica de Sacre Coeur fica meio afastada do resto dos pontos turísticos (mas merece um momento do seu dia, porque é bonita e porque oferece uma visão privilegiada da cidade), então, visite-a num dia em que também tiver outra coisa meio deslocada. Aproveite para ver a Place du Tertre, que fica atrás da Basílica e tem dezenas de artistas de rua (cuidado para não virar modelo vivo de algum).
Se tiver tempo, suba a escadaria da Basílica e veja a cidade inteirinha (mas só se não for claustrofóbico, porque a escada é super íngreme e estreita) e/ou passe na rue des Martyrs, há uns 5 minutinhos de caminhada rápida, para comer a "melhor alguma coisa" de Paris.

Nessa região, como em qualquer do mundo outra abarrotada de turistas, não fique com cara de turista bobo, fique de olho na sua mochila e nas suas coisas e não dê o pulso para os tiozinhos na frente da escadaria. Lá está cheio de trombadinhas e, de pulserinha, já nos basta a do Nosso Senhor do Bonfim!

Na região de Le Marais (cujas ruelas e lojinhas merecem uma tarde inteira de caminhada sem rumo específico), não deixe de visitar a lindíssima Place des Vosges e, se quiser, a Casa de Victor Hugo, que morou lá de verdade.

Indo no sentido do 12ème arrondisement (para os limites da cidade), você encontrará o lugar onde ficava a Bastilha (que não existe mais) e a Ópera da Bastilha, bastante moderna (para quem acha que só há casas de ópera modernas em Sidney). Lá pertinho, tem o Canal Saint-Martin, recomendado pelo Spotted by Locals para uma saída noturna.
Já no sentido do 1ème arrondisement (Centro), você primeiro vai encontrar o Hôtel de Ville, prefeitura de Paris, e, andando mais um pouco, o Centre Pompidou, um museu ULTRA legal de arte moderna. Ainda que não curta, só o prédio já vale muito uma visita.

Seguindo em frente, você chega à região de Châtelet, onde fica minha querida rue Montorgueil, e, ainda mais para frente, pela rue de Rivoli, ao Museu do Louvre, que dispensa qualquer apresentação...

Depois de passar horas e horas dentro do Louvre (se você for disso), atravesse o Arc de Triomphe du Carrousel e todo o enorme Jardin de Tuileries. Ao final dele (se ainda estiver com pique de museu), há o Musée de l'Orangerie, meu favorito em Paris - pequeno e coeso, praticamente todo voltado às ninfeias de Monet.
Seguindo adiante, atravesse a Place de la Concorde e imagine a dor de barriga que Maria Antonieta deve ter sentido quando, prestes a ser decapitada, viu aquela praça inteira lotada de gente sedenta por sangue (que o povo adora mesmo é sangue e paetê, né!).
Logo em frente, chega-se à Campos Elíseos Champs-Élysées - primeiro, a uma parte arborizada e menos comercial (à esquerda, veja o Petit e o Grand Palais, ambos criados para a Exposição Universal de 1900 - e torça para ter alguma mostra bacana na época da sua visita); segundo, a parte mais famosa (e cheia de gente), com suas lojas de marca e com a mais famosa filial da Ladurée.
Ao final, óbvio, a grande cereja do bolo - o Arco do Triunfo (gente! Vi agora no site que dá para alugar o Arco para um evento particular! Hahahaha!).
Vista do Arco do Triunfo
Agora (obviamente, em outro dia), voltando ao Hôtel de Ville, virando à esquerda, pela Pont d'Arcole, você vai chegar à Île-de-la-Cité, que, apesar de pequena, tem vários pontos turísticos, começando pelo seu mais famoso - a Catedral de Notre Dame, que completa 850 anos em 2013 e está cheia de eventos comemorativos.
Não sei se alguma coisa mudou (por causa da celebração), mas, em 2010, era possível subir as torres para ver os sinos e as famosas gárgulas de perto. O problema era a fila, de, no mínimo, 1h. Não acho que valeu a pena esperar, mas, pelo menos, tirei boas fotos:

Além da catedral, não perca a Sainte Chapelle (especialmente se for depois de 2014, quando a restauração de seus lindíssimos vitrais finalmente terá acabado!) e a Conciergerie, antiga prisão da época da Revolução Francesa, que "hospedou" prisioneiros célebres como Maria Antonieta, Lavoisier, Robespierre, dentre tantos, tantos, tantos outros (infelizmente, a visita guiada só é em francês, mas há paineis bastante explicativos até em português!).
Conciergerie
Atravessando o rio novamente, chega-se a Rive Gauche (a margem esquerda). Mais para esquerda é o 5ème arrondisement, a.k.a. Quartier Latin; mais para direita, o 6ème arrondisement, i.e. St. Germain-des-Près.
O Quartier Latin é o bairro universitário de Paris e, como todo bairro (cidade etc.) universitário, é supercheio de gente e de vida. Uma boa região para se ficar hospedado, aliás. Visite a Sorbonne (veja as dicas do Conexão Paris), o Pantheón, onde estão as criptas de Voltaire, Rousseau, Victor Hugo, Marie Curie, dentre outras mentes brilhantes...
Já St. Germain é o Itaim Bibi parisiense - lotado de gente e de carro, cheio de lojas de marca e de restaurantes.
Entre os dois bairros, há o Jardin du Luxembourg, um pequeno parque que abriga o palácio onde fica o Senado francês. O jardim é aberto para visitação e, em todas as vezes a que fui, sempre estava cheio de gente, tomando sol, batendo papo, comendo alguma coisinha antes de voltar às aulas...
Jardin num sábado de sol após um inverno gelado
Andando para a esquerda (talvez valha a pena pegar o RER...), às margens do rio Sena, você chega ao Musée D'Orsay, o museu do Impressionismo, cujo prédio, uma antiga estação de trem, vale a visita ainda que você não curta o movimento já tenha visto o acervo quando ele veio ao CCBB de SP (e RJ).
Logo mais, há o Musée de l'Armée (a.k.a Hôtel National des Invalides), que conta com objetos militares de tudo-quanto-é-guerra por que a França já passou... e a França é um país antigo, já passou por muita guerra, por guerra até demais...! Eu andava, andava e nada daquilo ter fim!! No fundão, fica a tumba onde, a princípio, estão os restos mortais de Napoleão Bonaparte (que morreu exilado). O tamanho faz jus ao ego do homem:

Sem dúvida, foi meu momento mais turista-trouxa em Paris.

(o Les Invalides fica na mesma altura dos Petit/ Grand Palais, separados pela Pont Alexandre III, a mais exuberante de Paris. É lindíssima - vale uma atravessada!)


Do ladinho do Musée de l'Armée, há o Musée Rodin, que, além de ser pequeno e coeso e valer a visita pelas belíssimas e inacreditáveis esculturas de Rodin, ainda tem um jardim agradabilíssimo no "quintal".

Uma estação RER para frente... ELA... só ela, que dispensa qualquer introdução:
Ai, ai...

Quando subimos, fomos de escada até o segundo andar, pegando, daí, o elevador até o topo. Só faça isso se não tiver medo de altura porque as escadas são vazadas e é facilmente perceptível quão alto você está subindo (são nada menos que SETECENTOS degraus...).
Rola comprar champagne lá em cima, mas vai na minha que não é romântico pedir alguém em casamento assim... no meio de taaaanta gente. Tira o escorpião do bolso e reserva uma mesa lá no Jules Verne (é Alain Ducasse!!!!) - isso, sim, vai causar A impressão!

Para outra visão panorâmica da cidade, também há o Tour Montparnasse, que não comento porque nunca fui.

N'outro dia, refeito de andar milhares de quilômetros (acho que é por isso que as parisienses são sempre tão magras...), você arremata os pontos turísticos principais de Paris com a região da Ópera Garnier (a Ópera de Paris), começando pela própria, bien sûr...
Depois, vá andando pela Boulevard Montmartre e pela Bvd. Haussmann, entrando na Printemps e na Galeries Lafayette e saindo boquiaberto, até chegar à Place de la Madeleine.

A Haussmann tem este nome em homenagem a Georges-Eugène Haussmann, o arquiteto contratado por Napoleão III, responsável em boa parte pela harmonia visual da cidade. Ele reformou várias vias, implantou dezenas de jardins, gastou bilhões de francos e teve que pedir demissão depois de ser amplamente criticado pelas suas extravagâncias (povinho sem ambição!! Hahahaha!).
Adoro essas histórias de pessoas a frente de seu tempo.

Para prestar suas homenagens a este homem (e a Jim Morrison, Oscar Wilde, Abelardo & Heloísa, dentre outros), vá ao Cemitério du Pere Lachaise (fica meio afastado).

Acho que estes são os pontos turísticos mais famosos de Paris (ufa...!).

Fora de Paris (afe!!), não tem como não visitar o Palácio de Versalhes (e isso vai te levar um dia inteiro, porque, além do palácio, ainda há os intermináááááveis jardins, o Grand Trianon e o Petit Trianon, um palacete feito especialmente para Maria Antonieta, onde ela vivia em suas próprias regras, sem as etiquetas severas da corte).


Versalhes deixa muito claro, até para quem não estudou muito História, porque a Revolução Francesa foi francesa. É realmente inconcebível um lugar tão absurdamente opulento no contexto do Século XVIII... Já ouvi que o único lugar comparável a Versalhes é Peterhof, há 30km de São Petersburgo... Humpf! Faz sentido, não?!

Outro bate-e-volta clássico de Paris é Giverny, para visitar a Casa de Monet, o jardim e a ponte japonesa...
Tristemente, a Casa só fica aberta de abril a outubro - e ambas as vezes a que fui a Paris foi em março!

Infos adicionais:

- Transporte:
1) para saber qual passe de metrô/trem é melhor para você, recomendo fortemente a leitura deste post. Eu sempre acabo comprando o carnet de 10 billets.
2) se você anda de bike em SP, vai achar baba andar de Vélib, as bikes públicas de lá. Os motoristas respeitam bastante os ciclistas e me senti super segura. Recomendo!
3) você também pode tentar alugar um carro público, o Autolib, mas não tenho infos adicionais... (só sei que só anda dentro de Paris e, por isso, nem procuramos saber melhor)

- Hospedagem:
1) Paris tem tanta estação de metrô que, ficando nos arrondisements de menor número (quanto maior o número, mais afastado do Centro), você provavelmente estará bem instalado. Da primeira vez que fui, fiquei super perto da Gare de l'Est (que é tido como um bairro bem ruinzinho) e mesmo assim não reclamei - era na frente do metrô e, em pouquíssimas estações, estava onde quisesse!
2) Dessa vez, fui mais espertinha e aluguei um apartamento no Airbnb, que é uma das melhores invenções turísticas da internet EVER!!! A experiência foi das melhores e recomendo muito, muito, muito!!!
Em relação a alugar um hotel vs. ficar num apartamento, posso dizer que (i) num apartamento, é como se você fosse um morador da cidade, (ii) é tão barato quanto um hotel de baixa categoria numa localização bem melhor, (iii) você tem a chance de cozinhar com ingredientes locais frescos (como frutos do mar), (iv) você pode pegar dicas do proprietário do apartamento, que é gente-como-a-gente, da cidade visitada!
E em relação ao airbnb.com vs. outros sites de aluguel, posso dizer que (i) você pode pagar com cartão de crédito e não precisa usar serviços de transferência como Western Union, (ii) o caução é um limite pré-aprovado no cartão de crédito que não é efetivamente debitado (somente é reservado), (iii) eles só repassam o dinheiro para o locador 24h depois do horário previsto para check-in (dessa forma, assegura-se que o apartamento realmente existe e está conforme divulgado), e (iv) é muito organizado e user-friendly.

- Sites:
1) Conexão Paris, para informações de Paris de todos, todos, todos os tipos;
2) David Lebovitz, para indicações de comidinhas e restaurantes;
3) Spotted by Locals, para indicações cool, off the beaten track;
4) Paris by Mouth, para mais indicações de comida!!!!

Se quiser alguma dica extra, beijo, me liga escreve aí um comentário!

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon, de 2010 e 2013 + Fondation Claude Monet.

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