segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Dicas de Manaus

Infelizmente, não fui uma daquelas sortudas pessoas que emendaram do dia 15 ao 20 de novembro... mas já me dei por satisfeita emendando o dia 19. Aproveitei para conhecer Manaus (brevemente) e me hospedar em um “jungle lodge” às margens do Rio Negro. Encontrei uma região superpreparada para o turismo e pessoas muito gentis, ávida por mais turistas brasileiros. Gostei muito e recomendo fortemente!

Lá vão minhas dicas de Manaus:

Aéreo – comprei minhas passagens com milhas Tam, que podem ser emitidas com 3 meses de antecedência. A troca foi bem fácil, pelo próprio site. Foram 10k milhas para cada trecho, por pessoa. O voo dura quase 4h, avião ok, uma seleção até que boa de filmes (tinha TED, A Origem, Toy Story 3...), lanchinho meia boca... aquela coisa de sempre.
Fui no sábado às 9h30 (saindo de GRU), chegando às 11h e pouquinho (o fuso de Manaus, agora que estamos em horário de verão, é de -2h). Voltei na terça-feira, às 15h30, chegando em GRU perto das 21h30.
Fiquei positivamente impressionada com o web check-in (sempre vale a pena fazer, especialmente quando não vai despachar as malas, como foi o caso), que te dá a opção de cartão de embarque via sms! Matar árvores nunca mais!! ;o)

Hospedagem – em Manaus, fiquei no Boutique Hotel Casa Teatro,  no Centro, em frente ao Teatro Amazonas (inclusive, há uma vista privilegiada do Teatro do terraço).
O quarto é pequeno, mas suficiente para uma noite. A decoração é bem pensada e caprichada. O café da manhã é ok, sem destaques. O serviço deixou a desejar... apesar de simpáticas, as recepcionistas não passaram nenhuma informação turística da cidade e mal passaram as informações básicas do próprio hotel (e.g. horário do café da manhã).

Paguei R$ 140/ casal por 1 diária em quarto com banheiro privativo, com café da manhã.

Fechei as estadias (tanto do Casa Teatro quanto do jungle lodge) com a Viverde, agência recomendada pelo Viaje na Viagem e com preços mais camaradas do que fechando diretamente com o hotel. O Ricardo Daniel Pedroso, que me atendeu virtualmente, foi ótimo, super prestativo e eficiente.
Não tenho absolutamente nenhuma reclamação.

Roteirinho – Chegamos em MAO e pegamos um táxi para o restaurante Banzeiro (calma, calma, gordinhos, comentarei comidas em um post exclusivo). Do aeroporto, os táxis tem preços tabelados – para a maioria dos bairros, custa R$ 58. Se não me engano, para o Distrito Industrial (Zona Franca) e para a Ponta Negra sai mais caro... uns R$ 75, acho.

Almoçamos (muito bem, diga-se de passagem), fizemos check-in no hotel (táxi @ R$ 16) e fomos para o Teatro Amazonas. Não é época de apresentação, infelizmente, então, só fizemos o tour guiado (R$ 10 por pessoa), que acontecem em inglês e em português (grupos separados), de 30 em 30 minutos, de segunda a sábado, das 9 às 16h.
A casa de ópera realmente passa uma ideia do que foi Manaus na época de glória do Ciclo da Borracha. MUITO bonita, com lustre trazido de Paris, ótima acústica (ainda hoje é considerada uma casa de ópera respeitável). A guia é muito boa e passa várias informações e curiosidades da época e da construção. Adorei a visita!
Só fico pensando como a galera conseguia parecer apresentável com aqueles vestidos compridos e sem ar condicionado, né?!


Depois, demos uma passadinha na Galeriamazônica, que fica na frente. Trata-se de um espaço de exposição de artesanato local cujo acervo está todo a venda. O(a) curador(a) é muito bom(a) – as peças são todas de muito bom gosto e o preço não é exorbitante. Vale para comprar lembrancinha pra vó.

Em seguida, fomos ao Museu Casa Eduardo Ribeiro, aberto a visitação de segunda a sábado, das 9h às 17h, com visitas guiadas exclusivas e gratuitas!
O tal Eduardo era um homem inacreditável e visionário: filho bastardo de uma escrava (sic!), ingressou aos 8 anos numa escola militar, destacou-se e chegou ao posto de capitão. Entrou na faculdade e formou-se em Engenharia, Física e mais alguma coisa. Foi governador de Manaus (lembrando que, naquela época, os governadores eram nomeados) por quatro vezes, terminou a construção do Teatro Amazonas, construiu o Palácio da Justiça, trouxe energia elétrica e saneamento à cidade (a primeira cidade do Brasil a ter energia elétrica)! Tudo isso antes dos 37~38 anos (sic!), quando foi encontrado enforcado na sua casa (até a morte do homem não é brincadeira!). Até hoje, não se sabe se foi assassinado ou se foi suicídio (ele era esquizofrênico e sofria de mania de perseguição!).
Impressionante!
Infelizmente, o museu casa não foi sua casa de verdade, nem contém móveis que lhe pertenceram... Ironicamente, a casa onde morava é atualmente o hospício municipal...



Perto das 16h, pegamos um táxi (R$ 50) para a Praia da Ponta Negra, que apesar de ser de água doce, tem direito a tudo que qualquer outra praia tem: areia fofa, salva-vidas e, principalmente, farofada!! Hahahaha!
O governo local está apostando na região – construiu passarelas e calçadões, regularizou quiosques de comidinhas e está tudo muito bonito e bem aproveitado, com uma visão panorâmica da novíssima ponte estaiada – a maior sobre rio do país. Não sei se é por causa da Copa, ou não (aliás, os moradores não são lá muito favoráveis à Copa em Manaus – sabem que  o estádio virará um elefante branco depois do evento, quando os times locais da 4ª divisão continuarão jogando nos campinhos de várzea...), mas o que importa é que esta obra é para ficar e seus benefícios se estendem a toda a população manauara, dos mais ricos (que moram pertinho – Ponta Negra é o bairro mais caro da cidade) aos mais carentes. De parabéns!
Aos domingos e feriados, a via em frente ao calçadão é fechada para tráfego de carros, para trânsito somente de pedestres e bikes. Muito bom!


Fechamos o dia com o famoso tacacá da Gisela, no largo São Sebastião (em frente ao TA), e com uns petiscos no também famoso Bar do Armando, em frente ao hotel.

Na volta a Manaus, na terça-feira, vimos o Encontro das Águas com o Lula, indicado pelo Everaldo, nosso guia no jungle lodge. O passeio custou R$ 300 para o casal e incluiu traslado, guia e a lancha (só nós). Achei (bem) caro, mas não era um passeio previsto e, numa agência, não teríamos tempo (o Encontro das Águas inclui outros pontos turísticos e leva praticamente 1 dia inteiro...). Hoje, sabendo como é e como funciona, faria de maneira independente: basta ir ao porto e negociar diretamente com um barqueiro. Provavelmente, sairia menos da metade do que paguei!
O Encontro das Águas (do Rio Negro e do Rio Solimões) fica a menos de 10 minutos de lancha e, diferentemente do que li em vários blogs (incl. VnV), não é necessário estar em uma embarcação alta para vê-lo – o contraste de cor seria nítido até visto de um caiaque! A vantagem de estar em uma embarcação baixa é poder tocar a água e sentir a diferença bruta de temperatura entre as águas – enquanto o Negro é quente, o Solimões é fresquinho que só! E um do lado do outro!
O Rio Negro é um dos mais antigos do mundo, com formação vulcânica e muita decomposição. Por causa disso, suas águas são muito ácidas (pH perto entre 4 e 5) e pesadas, o que torna o rio bastante lento (cerca de 3 km/h). Já o Solimões é o contrário – mais novo, mais rápido, mais cheio de sedimentos. De forma prática, basta saber o seguinte: por causa da acidez, o Rio Negro inibe a reprodução de mosquitos, enquanto o Solimões é mais selva como você espera que a selva seja.
O passeio todo durou pouco menos de 3h, gastos mais em traslado terrestre que qualquer outra coisa.
 




Infelizmente, não tive tempo de ver outros pontos turísticos... Numa visita um pouco mais extensa, com certeza, iria ao Palácio da Justiça, que, hoje, é um centro cultural; ao Palácio Rio Branco, ao Palacete Provincial; ao Bosque da Ciência (INPA), uma espécie de mini zoológico dos animais locais, e ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que está em restauro há 10 mil séculos... Além disso, também faria questão de ir ao Parque Ecológico de Janauary, onde se pode ver as enormes e típicas vitórias régias. Dá uma olhada neste post do blog Nós no Mundo se estiver indo pra lá.
Acho que 2 dias inteiros são suficientes para conhecer o essencial de Manaus.

Curiosidades:
Clima – O clima em Manaus é tudo que dizem e mais um pouco. SUPER quente (e os manauaras ainda me disseram que estava ameno) e ABSURDAMENTE úmido. Sabe aquele negócio de acabar de tomar banho e já se sentir melada? Pois bem... é exatamente isso.
Logo que chegamos, no caminho ao Banzeiro, um tremendo pé d’água caiu e parou em menos de 10 minutos. Quando chegamos ao TA, outro pé d’água de 5 minutos. Exatamente como haviam dito meus professores de geografia do colégio! Hahahaha!
Rixa – A mesma rixa que temos (paulistas) com cariocas, os amazonenses tem com paraenses. Os primeiros dizem que os paraenses são ladrões que vem para seu estado roubar emprego e badernar; enquanto os paraenses respondem que só vão porque os amazonenses não querem saber de trabalhar, só querem vida mansa! Hahahaha!
Táxi – Não houve sequer UM taxista em Manaus que não causasse alguma impressão na gente. São todos peças raras, por uma razão ou outra. Houve um carioca, residente em Manaus há mais de 10 anos. Bastante politizado, conversou conosco sobre a última eleição municipal (Artur Neto, do PSDB, eleito) e sobre a suspeita de compra de votos por Vanessa Grazziottin para o Senado do AM.
Houve outro que adorava saber as desgraças de São Paulo pelo Datena e nos contou de um serial killer de taxistas em Manaus, preso este ano, após assassinar 8 colegas seus. Ele era um ex-taxista buscando vingança e avisava via rádio-táxi quando iria atacar!!!

Fotos: Fernanda I. e Helio Kwon

Um comentário:

  1. Fê, sensacional! Você realmente deveria ganhar dinheiro para fazer isso! Adorei o comentário sobre os taxistas. Gente, isso é tão Noivas de Copacabana, não?

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