terça-feira, 25 de novembro de 2014

Feriado em BH

No último feriado, da Consciência Negra, emendei no trabalho e me mandei pra BH. Eis aqui nosso roteiro:

Chegamos na quarta-feira à noitinha em Confins (super longe do centro de BH), alugamos um carro na Avis(1) e, como já passava das 23h, fomos para os barzinhos de Savassi, mortos de fome. Acabamos no Albano’s, comendo uns petiscos, mas sem tomar o chopp (de acordo com as paredes, já inúmeras vezes eleito o melhor de BH, por várias revistas diferentes). Não estava ruim, mas longe de estar bom. Preços decentes – R$ 66,44 para duas pessoas (sem bebidas alcoólicas).
Nessa região da Rua Passa Tempo, há váááários botecos (que dão fama à BH). Difícil escolher um.

(1) Nossa experiência com a Avis não foi lá das melhores. Já fomos muito mais felizes com a Localiza. O carro era ok, mas as duas únicas interações com a empresa em si (retirada e devolução) foram demoradas e burocráticas – exatamente o que um aluguel de carro NÃO deve ser.

Ficamos hospedados no Ibis Afonso Pena (bairro Funcionários), numa região bem central e agradável, pertinho da Praça da Liberdade. Gostei de ter ficado lá, e o preço da diária é bem decente (cerca de R$ 160). Não tem charme (padronização Ibis, né...), mas é limpo, bem localizado e funcional.
Ah, a diária não tem vaga inclusa, mas o hotel tem um estacionamento anexo. A pernoite é R$ 17. Você também pode estacionar na rua, mas ela é rotativa – das 8 às 18h, você pode ficar estacionado por no máximo 5h, com “zona azul”.

No dia seguinte, fomos de carro ao Mercado Central tomar café da manhã (o Ibis não tem café da manhã incluso). Com recomendações de um amigo mineiro, comemos o pão de queijo da Dona Diva (R$ 3) e a broa de milho com queijo do Café Dois Irmãos (R$ 2,20). O pão de queijo estava (somente) bom, mas a broa virou um divisor de águas para mim!! Maravilhosa!! Nunca mais olharei as broas de milho com os mesmos olhos...

Seguimos para Inhotim, razão-mór da nossa viagem.
Inhotim, para quem nunca ouviu falar, é um museu a céu aberto – um jardim botânico permeado de galerias e obras de arte contemporânea. É particular e foi nomeado em homenagem ao avô do dono (“Senhor Timóteo” em mineirês).
Não sei direito o que falar de Inhotim... simplesmente VÁ!!! Mesmo quem não liga ou não gosta de arte contemporânea vai se surpreender positivamente (mon cas). O lugar é absolutamente INCRÍVEL. Odeio falar esse tipo de coisa, mas... é verdade: não parece que você está no Brasil, de tão bonito, bem tratado, bem pensado e organizado que é.
Alguns insights e informações sobre o museu:
- o passe de dois dias custou R$ 48 por pessoa;
- na entrada, você recebe um mapa na entrada com 3 rotas sugeridas. Fizemos a rosa e a amarela no primeiro dia, e a laranja no segundo. Não houve preferência por nenhuma das 3 – todas elas tem alguma galeria ou obra que vale a visita;
- em cada galeria, há um instrutor que pode te fornecer um pouco de história e perspectiva sobre a obra e sobre o autor. Alguns instrutores são melhores que outros, mas todos já te ajudam a viajar. Sim, óbvio, tem um monte de obra que vai te deixar com aquela cara de ‘???’, mas essa é a vida das pessoas ordinárias (incl. moi);
- dois dias são suficientes para fazer tudo com MUITA calma. Sinceramente, se fosse agora, faria tudo num dia só (um pouco mais corrido);
- não contratamos carrinho (nem sentimos falta). Na sexta, tinha tanta gente, que as filas dos carrinhos estavam imensas... você acabava perdendo mais tempo nas filas do que se fosse a pé ao monumento seguinte. Só recomendo o carrinho para os muito preguiçosos ou pessoas com dificuldades/ deficiências motoras;
- o museu tem 3 restaurantes – um por quilo e dois a la carte. No primeiro dia, comemos no Oiticica, o por quilo (R$ 49,90 o quilo) – eu também tinha certo preconceito com bandejão durante as férias, mas o salão é tão bonito e a comida tem uma cara tão boa que não pensamos duas vezes. Não me arrependi. Chegamos às 11h59 e comemos tranqüilos, mas, quando saímos, já tinha fila de espera na porta. Íamos comer no Tamboril no dia 2, mas a espera estava em mais de 1h e acabamos indo embora sem almoçar;
- as obras/ galerias que mais gostamos foram: Galeria da Praça (instalação da Janet Cardiff), Galeria Adriana Varejão (a parede com víceras) e o Narciso da Yayoi Kusama.
- se quiser, leve roupa de banho – duas obras tem piscina e permitem a entrada dos visitantes. Também leve filtro solar, chapéu (muito sol), tênis (ou outro sapato fechado bem confortável) e uma garrafinha, para sempre ter água a mão.


Galeria Adriana Varejão


Lindo Tamboril, pertinho do restaurante Tamboril

Voltamos para BH e jantamos no Glouton (tema de outro post que escreverei em breve).
Resolvemos fazer bate-e-volta de BH porque li muitas críticas ruins aos hotéis e pousadas de Brumadinho e, considerando que o museu fecha às 16h30, seria muito tempo para curtir nada até a hora de dormir... Acho que nossa decisão foi acertada – BH tem muito mais opção para jantar e passear e são apenas 1h15~1h30 de estrada em boas condições entre uma cidade e outra.

No segundo dia, fizemos repeteco de broa do Café Dois Irmãos e seguimos para Inhotim. De lá, fomos para Ouro Preto. Levou quase 2h, sendo a primeira em uma estrada bem vicinal, tortuosa e cheia de lindas paisagens. As condições da rodovia são ok (mas eu não faria o mesmo percurso à noite...).

Chegando em Ouro Preto, fizemos check-in na Pousada do Arcanjo, #1 no TripAdvisor.
Coisas que gostei na pousada: a pousada em si, bem bonitinha e agradável; o atendimento muito amistoso e bem informado da recepção; o chá das 17h, que era bem simples, mas muito providencial; a van que levava e trazia do Centro a qualquer momento, com 10 minutos de aviso; o ar condicionado (a imensa maioria das pousadas de Ouro Preto não tem), e o fato de não ser mal assombrado (isso deve ser luxo em Ouro Preto).
Coisas que não gostei na pousada: a cama, mole demais para minha coluna; o café da manhã, que podia ser mais gostoso, e o chuveiro, meio minguadinho demais.
Coisas que ainda não consegui decidir se gostei ou não gostei: o uniforme dos funcionários da recepção (pena que esqueci de tirar foto) – inspirada nos inconfidentes mineiros, mais me parecia uma piada de mau gosto.


Fomos andando até a Praça Tiradentes (todas as igrejas e museus já estavam fechados) para fazer um reconhecimento do local e jantamos n’O Passo, uma pizzaria que está em 10 de 10 guias e resenhas sobre a cidade.
Apesar das críticas animadas, paulistana como sou, deveria não esperar muita coisa de uma pizzaria mineira, mas fui com expectativas e dei com os burros n’água. A massa era sofrível, tipo de rotisserie de supermercado. Não saí feliz. A conta foi R$ 88,55 (pizza grande + 1 sobremesa + 2 chopps Ouro Pretana + 1 long neck).


No sábado, visitamos a Igreja de São Francisco de Assis (obra-prima de Aleijadinho), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (lindos azulejos portugueses), o Museu da Inconfidência (interessante) e a Igreja da Nossa Senhora do Pilar (a pura encarnação da **famosa** expressão “ostentar pra esperança levar”, com seus mais de 400kg de ouro).
Não somos muito chegados em barroquismo.
 
S. Francisco de Assis
N. Sra. do Pilar
Almoçamos num autêntico buffet mineiro, por indicação de um inconfidente da pousada, no Contos de Réis. A comida estava boa, mas a verdade é que o Consulado Mineiro daqui de SP não deixa nada a dever. Interessante mesmo é a casa que abriga o restaurante – é a antiga casa de um dono de mina, e o restaurante, no térreo, era a senzala, com correntes, sino e vários outros objetos autênticos da época! Tristíssimo imaginar tudo aquilo menos de 1,5 século atrás...
O buffet é R$ 44 por pessoa, e a conta ficou R$ 105,05 para duas pessoas, com bebidas não alcoólicas.


Pegamos o trem da Vale para Mariana, no vagão panorâmico (com janelas inteiras de vidro e ar condicionado). O caminho é bonito, sim, mas R$ 60 por pessoa (só ida) foram abusivos, na minha opinião. Não vale (sem trocadilho).

Chegando em Mariana (1h), nossa idéia era dar uma volta no centro histórico e pegar o ônibus de volta para Ouro Preto, parando nas Minas da Passagem (uma mina de ouro desativada), mas começou a cair o maior toró quando pisamos em solo mariano e acabamos voltando em seguida, de ônibus (R$ 3,40, saindo de 40 em 40 minutos, trajeto em 30 minutos).

À noite, jantamos no Bené da Flauta, cuja vista também é supercomentada nos guias e resenhas da cidade. A vista... sei lá, acho que perdi porque não vi nada de especial, mas recomendo o restaurante – a sopa bambá de couve (com fubá, couve manteiga e lingüiça) estava ótima, e a torta da Dinda (de nozes, com fios de ovos e baba de moça) estava úmida e doce na medida certa!
A conta ficou R$ 71,70 (2 sopas, água, Coca, 1 sobremesa).
Depois, fomos tomar um drink no Café Geraes, um restaurante que conta com um bar (o Escadabaixo) no subsolo. Não sei se a comida é boa (é do mesmo grupo d’O Passo), mas o lugar é super agradável, com piano (jazz) ao vivo. Recomendo!


Ladeiras de Ouro Preto
No domingo, fizemos nosso check-out e fomos embora logo depois do café da manhã. Chegamos em BH umas 11h30, fizemos uma horinha e almoçamos no Trindade (outro post a caminho). Entregamos nosso carro e embarcamos rumo a Congonhas.

A verdade é que Ouro Preto pode ser vista em um bate-e-volta de Belo Horizonte, também. Ou seja – um feriado de 3 dias animado já cobre tudo que eu fiz nesse feriado prolongado e ainda dá tempo de dar uma volta no Complexo da Pampulha.
Minha sugestão (considerando feriado na segunda): chegue na sexta-feira à noite >> alugue um carro >> hospede-se na região de Savassi/ Lourdes/ Funcionários >> na manhã seguinte, parta cedinho para Inhotim (abertura às 9h30), almoce cedo (sem filas) e volte quando o museu estiver para fechar (16h30) >> jante em algum restaurante de Lourdes >> no domingo, parta para Ouro Preto, visite os mesmos pontos que fiz (é o TOP4 da cidade) e as Minas da Passagem, se tiver vontade >> jante em BH (sem sugestões, porque muita coisa fecha no domingo à noite) >> no dia seguinte, passeie pelo Complexo da Pampulha e almoce no Xapuri (super famoso buffet de comida mineira) antes de voltar para SP.

Fotos: @autoindulgente.

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