quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Menu-degustação no Maní

Fizemos a reserva no Maní há mais de 1 mês. Dá para acreditar numa coisa dessas? Era para ser meu presente de aniversário, que já passou há mais de 15 dias. E eles reservam 100% do salão. É muito sucesso!
(inacreditavelmente, o Dom tinha reserva para mais cedo)

Fomos de menu degustação normal (vs. harmonizado com vinho). Custa R$ 380 por pessoa. Não me lembro do preço do com vinho. Há também um outro menu fechado especial, por R$ 185, com (bem) menos tempos. No cardápio, os pratos estão com um preço próximo dos do Loi (R$ 70-90) e o rosbife que comi da outra vez ainda está lá (felizmente) (acabei de descobrir que nem escrevi sobre essa primeira vez).

Tudo começou com um couvert composto de ostra envolta em lâmina de pepino e pérolas de lichia, conserva de manjubinha com raspadinha de uva e trufa de jabuticaba e cachaça. Os três BEM interessantes. A “trufa” (foto no insta) era uma casquinha ultrafina de chocolate com somente líquido dentro – delicadíssimo.

Em seguida, 3 “bombons” – de guacamole (não tinha gosto de nada, não gostei), de gorgonzola (muito bom) e de foie gras, com vinho tinto (meu favorito... superbom... todos sabores se complementando mas perceptíveis individualmente, também).

A segunda entrada foi o ceviche de caju com raspadinha de caju (somente disponível no menu degustação). Interessante. A consistência do caju lembra peixe mesmo. Mas, sinceramente, não mudou minha vida.

Depois, veio o lagostim no vapor de cachaça com sopa fria de jabuticaba. Não entendemos direito este prato. Estava gostoso, mas não me pareceu pensado – pareciam várias coisas gostosas juntas simplesmente, não que elas harmonizassem entre si. Não achei que o lagostim agregou à jabuticaba, nem vice-versa.

Toda nossa má impressão foi embora no prato seguinte – tutano dentro de palmito (imitando o osso) com folhinhas de espinafre e açaí. Tudo lindo, tudo gostoso, tudo fazendo sentido.

Depois, veio o famoso nhoque de mandioquinha e araruta com dashi de tucupi – que merece toda a fama que tem. É intrigante, instigante e agradável ao mesmo tempo. Valeu a pena.

O próximo prato foi o penne de palmito com coco e castanha do Pará ralados. Parece sem graça – e é. É gostoso, mas, não fosse a foto que tirei, nem lembraria dele.

O sétimo foi a coca (como espanhóis chamam um cicchetti de pão, tomate e peixe) – a do Maní é com ratatouille e carapau. Bom e exclusivo do menu degustação, mas não descobri a América Espanha com esse prato.

O oitavo foi o prato que achei mais gostoso – um polvo braseado absurdamente macio e bem cozido, com purê de batata roxíssima e chips finíssimos e crocantíssimos. Maravilhoso... podia comer um polvo inteiro!!

Em seguida, veio a moqueca, que mudou bastante da primeira vez que fomos (o HK havia pedido este prato) – agora ele vem com uma terrine de coco na base, peixe não ensopado e o caldo com leite de coco e azeite de dendê a parte. Muito gostoso!! Versão chic da nossa moqueca, mas uma mais tradicional não fica mal perto desta, não.

O décimo prato foi o que mais gostei no sentido de ser uma experiência interessante – esferas de feijoada! Meu primeiro prato de cozinha molecular! O sabor estava muito bom, mas o grande lance deste prato foi, obviamente, a sua apresentação.

E o último tempo foi o arroz de coelho, que estava com uma consistência absurdamente macia. Muito gostoso.


De sobremesa, a panacotta de coco com sorvete de abacaxi valeu a pena! Refrescante, cheio de texturas diferentes, bem gostoso. As bolinhas lembraram-me um sorvete bizarro que tomamos em Búzios, feito com gelo seco. 

Já o Rei Alberto (não, não sei porque chama assim – e olha que perguntei!) – merengue com doces de frutas em texturas diferentes – estava bom mas achei meio enjoativo.


Foram 11 pratos + couvert + 2 sobremesas. Com duas águas e serviço, a conta saiu a pequena fortuna de R$ 844,80 o casal.
A degustação do Maní não foi, imagino eu, pensada para ser um apanhado dos melhores pratos da casa (mesmo porque inclui vários pratos que nem estão disponíveis no cardápio), mas sim para ser a visão dos chefs sobre o que é a cozinha do restaurante.
Eu sou uma defensora de menu degustação porque acredito que o todo é maior que a soma das partes. No Kan, isso foi verdade. No Guaiaó, isso foi verdade. Saí dessas duas casas com um sentimento de WOW!, sem conseguir parar de sorrir. Não foi o caso do Maní – sinceramente saí com uma sensação ruim. Certamente preferia ter ido 4 vezes ao mesmo restaurante e ter pedido o rosbife ou a bochecha ou o polvo e, de sobremesa, o bom e velho “O Ovo”.

Voltarei? Sim, mas pedindo do cardápio.
Para ir: com reserva (bem) antecipada.
Tipo: alta gastronomia, com toque espanhol e ingredientes brasileiros.

Fotos: @autoindulgente

Serviço de utilidade pública: Rua Joaquim Antunes, 210, Pinheiros - tel. 3085-4148

Um comentário:

  1. Ameeeeeei o Mani!!!!

    Obrigada pelas dicas Fê! Amei "O OVO"... e o meu noivo tb!!!
    E o melhor o serviço de lá é eficiente e não são esnobes! Tenho pavor de ir nesses lugares caros e o garçom ficar te medindo (fui lá com uma mochila enorme nas costas e não parei no valet! kkkkk)
    Super vale a pena ainda mais qdo se está querendo manter o peso! kkkk... Porque não vem quilos de comida, mas vc sai super satisfeito (do jantar pelo menos!).

    ResponderExcluir